Ukyou levou Maomao até uma mansão no centro da cidade. Na capital, quanto mais ao norte você ia, melhor era a segurança pública, e era lá que ficava a maioria das casas da classe média.
Uma das casas parecia mais castigada pelo tempo do que as outras. Deveria ter sido resplandecente à sua maneira, mas agora algumas telhas do telhado estavam faltando, e a parede de barro havia cedido em alguns lugares, revelando a estrutura de bambu por baixo. Parecia menos com idade e mais como se o proprietário não fizesse a manutenção.
"Aqui, é aqui." Ukyou bateu na porta da casa em ruínas. "Desculpe, mas só posso ir até aqui. Vou me dar mal com a madame se não voltar", disse ele.
"Sim, eu entendo," disse Maomao, mas ao entrar na casa dilapidada, foi com um olhar curioso. Ukyou certamente parecia ser um homem ocupado. "O que é isso?" ela se perguntou em voz alta ao entrar. Apesar do estado desgastado do exterior da casa, por dentro era notavelmente limpa e organizada.
Não foi isso que a surpreendeu, porém. Em vez disso, foram as paredes. Eram pintadas de branco e cobertas de estuque, nas quais foram pintadas imagens. Um jardim de pessegos se espalhava por toda a parede - mas não eram três guerreiros heroicos mordendo os pêssegos, mas uma bela mulher. Ela tinha um formato um pouco parecido com um pêssego, o cabelo era preto como azeviche e dentes brancos apareciam entre lábios que pareciam tão deliciosos quanto a fruta que ela estava comendo.
Ela era a própria essência da imortal da vila dos pêssegos.
Esse é o tipo de coisa que você só tem tempo de fazer se tiver um patrono, pensou Maomao. Meimei disse que o homem fazia pinturas de mulheres bonitas, mas Maomao nunca imaginou algo tão espetacular. Ela estudou a parede de perto - as superfícies pintadas tinham um brilho único, diferente das pinturas que ela estava acostumada. Ela estava prestes a passar o dedo pela parede na esperança de descobrir qual era o material quando ouviu passos pesados.
"Sardas! Ei, Sardas! Por que você está aí parada? Venha olhar para ele, rápido!" Era Chou-u, com o rosto pálido.
Droga, é verdade. Maomao tinha o péssimo hábito de se envolver completamente com tudo o que prendia sua atenção. Ela permitiu que Chou-u a arrastasse pela casa, até chegarem ao que parecia ser uma sala de estar. Estava cheia de vários objetos diversos: pós coloridos (provavelmente pigmentos), cascas de ovo (por algum motivo), uma poeira branca que ela considerou estuque e outra substância para engrossá-lo.
Bem no meio da sala, um homem estava deitado em um sofá. Outro homem com uma expressão preocupada estava ao lado dele. O homem no sofá estava abatido e sem pelos faciais, e sua palidez ia além do pálido; ele estava praticamente branco. A única cor em sua pele parecia estar na ponta dos dedos, que estavam cobertos de tinta. O homem ao lado dele parecia meticuloso, exceto que suas mãos também estavam sujas.
"Você tem que olhar para o mestre!" disse Chou-u.
O "mestre" deve ser o famoso artista progressista. Havia um balde cheio de vômito ao lado do sofá.
Maomao começou a examinar o homem. Seus braços e pernas se contraíam ocasionalmente. Ela abriu os olhos dele e olhou para suas pupilas; ela mediu sua pulsação. Tanto quanto ela podia dizer, ele mostrava todos os sinais de ter um caso de intoxicação alimentar.
"Quais são os sintomas dele?" ela perguntou.
"Eu acho que ele estava vomitando e tendo diarréia por um longo tempo", disse Chou-u.
"Quando finalmente passou, ele parecia estar sofrendo com o frio, então eu o deitei", acrescentou o homem parado por perto.
"E quem é esse?" Maomao perguntou.
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Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"
RomanceLight Novel Kusuriya no Hitorigoto ou em inglês, The Apothecary Diaries, traduzida para o Português para os fãs que tiverem interesse em ler. Esta obra não é minha e é traduzida com auxílio de ferramentas de tradução com algumas pequenas correções d...