Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"

Capítulo 16: Basen e Lishu

Quando Maomao e Jinshi souberam da notícia, correram para a torre a cavalo. Não havia tempo para providenciar uma carruagem; em vez disso, eles requisitaram a montaria que o mensageiro havia trazido, com Jinshi nas rédeas. Maomao nem se preocupou em pedir sua permissão quando pulou atrás dele. Ele apenas disse: "Vamos rápido. Não caia." Ela considerou isso como um ok. Ela pressionou o rosto nas costas dele, que cheiravam a perfume, e se segurou, tentando se manter ereta.

Quando chegaram ao palácio, Jinshi removeu a máscara, relutando até mesmo pelo tempo para mostrar sua insígnia do cargo. O cavalo nem diminuiu a velocidade enquanto se dirigiam para a torre onde a Consorte Lishu estava confinada.

Uma multidão já havia se reunido em frente ao pagode. Além dos guardas, havia burocratas e damas da corte boquiabertas, confrontadas por soldados insistindo que ficassem para trás. Assim que as damas da corte notaram Jinshi, elas coraram furiosamente - até que viram Maomao e pareceram indignadas. Mas Maomao e Jinshi os ignoraram; não havia tempo para bajular gente desse tipo.

Eles podiam ver uma mulher no andar superior do pagode, uma jovem olhando para o horizonte, o cabelo desalinhado - era a Consorte Lishu. Maomao não sabia o que ela estava fazendo; ela parecia estar tentando se segurar em alguma coisa, estendendo a mão em direção ao céu.

O que ela está fazendo lá em cima? Maomao pensou. O prédio era tão velho que rangia sob seus pés; Maomao não conseguia acreditar que a tímida consorte tinha ido até o último andar por sua própria vontade. Ela estava longe demais para decifrar sua expressão, ou adivinhar o que exatamente ela estava tentando fazer.

"Deixe-me passar! Deixe-me passar!" gritou uma voz familiar. Maomao percebeu que a mulher sendo contida pelos guardas era a dama de companhia chefe de Lishu. Ela estava esticando os braços o máximo que podia, como se pudesse alcançar a porta da torre, mas os guardas não a deixavam. "Senhora Lishu—!"

As roupas da mulher estavam cobertas de lama. Era estranho; não parecia que tinha chegado lá quando os guardas a pararam. Quase parecia que alguém tinha jogado uma torta de lama nela.

Mas a dama de companhia não era o único rosto familiar.

"O que está acontecendo?! O que a Consorte Lishu está fazendo lá em cima?!" Basen correu, sem fôlego. Ele também deve ter ouvido a notícia. Talvez estivesse se exercitando quando recebeu a notícia, porque estava vestido com o que parecia ser um uniforme de treinamento de artes marciais, em vez de seu traje oficial habitual.

A adição de um jovem gritando à dama de companhia em pânico só aumentou a confusão geral. Agora os guardas tinham que lidar com Basen, que estava determinado a entrar no pagode. Eles tentaram empurrá-lo para trás, mas apenas se viram sendo arrastados.

Ah, a infame força. Maomao havia aprendido sobre isso em primeira mão na capital ocidental - mas ela sentiu que havia algo mais do que simples poder físico em jogo aqui. Ela não conseguia pensar nisso agora, no entanto; eles precisavam descobrir o que fazer com a Consorte Lishu.

"Calma!" Uma voz clara e bonita ecoou. Basen e a dama de companhia chefe pararam e olharam para o dono - Jinshi. Ele passou as rédeas do cavalo para um dos soldados e caminhou até os dois. "Eu vou."

"M-Mas..." a dama de companhia gaguejou.

"Eu disse, eu vou fazer isso." A expressão de Jinshi não permitia discussão. A dama de companhia caiu no chão. Havia uma linha vermelha em seu rosto e grãos de arroz em seu cabelo.

Alguém estava assediando ela? Maomao se perguntou. Não era impossível. Você não precisava estar no palácio real para encontrar muitas pessoas desagradáveis. Com a notícia de que sua senhora estava presa por suspeita de infidelidade, não seria surpreendente se a dama de companhia chefe também sofresse algumas represálias.