No dia seguinte, Maomao se viu convocada por ninguém menos que Lahan. "É verdade, é verdade, eu me esqueci de mencionar", disse o homem de olhos de raposa com o cabelo despenteado enquanto tomava um chá. Ao lado dele estava o gentil Rikuson. Eles estavam em um bosque na mansão, o oásis próximo tornando o local arejado e fresco. A casa toda parecia construída para maximizar as oportunidades de se refrescar. "Eu fui ordenado a vir aqui, eu mesmo, por vários motivos. Há, digamos assim, assuntos comerciais para tratar."
Todo mundo tinha seus talentos, Maomao supôs, e Lahan poderia ser esperado para vir correndo sempre que números difíceis estivessem envolvidos. Quanto a por que Rikuson estava com ele...
"Meu superior não quer deixar a capital, então vim no lugar dele."
"Huh", observou Maomao. "Ele parece um superior muito inútil, senhor, devo dizer."
"Eu aprecio sua franqueza, Maomao, mas aqui e agora acho que um pouco de discrição é necessário." Era uma daquelas coisas raras: um comentário sério de Lahan. De qualquer forma, Maomao entendia perfeitamente bem; era por isso que ela havia tomado cuidado para adotar um tom educado.
Já era tarde depois de seu encontro com Basen e depois com Jinshi, então Maomao foi direto para a cama - mas aparentemente todos os outros ficaram acordados, e os resultados não foram bonitos. Parecia que tudo tinha sido um grande problema, e Maomao fez o possível para ignorar. Ela ainda tinha marcas vermelhas onde Basen a agarrou, e seu principal interesse no momento era se livrar delas.
Falando em Jinshi e Basen, eles tinham uma reunião esta tarde. Toda essa história de fazer política durante o jantar e constantemente tentar se sondar uns aos outros parecia uma enorme dor de cabeça para Maomao. Seria ruim o suficiente lidar com Gyokuen, que agora tinha uma imperatriz como filha, mas adicionar estrangeiros à mistura só tornava o pensamento mais deprimente.
"Então, sobre o que você queria falar comigo?" Maomao perguntou.
"Sim, isso." Lahan deslizou os óculos pela ponte do nariz com o dedo indicador. Então ele tirou um pedaço de papel das dobras de seu manto. Era um cartaz de procurado bem detalhado.
"Huh..."
A imagem mostrava uma mulher, ainda relativamente jovem, com traços graciosos. Isso por si só a tornava pouco diferente de muitas mulheres, mas o pôster também trazia mais descrições: "Olhos vermelhos; cabelo branco; pele clara."
Isso reduziu bastante as possibilidades. Na verdade, Maomao só conseguia pensar em uma pessoa que se encaixava na descrição.
"A Dama de Branco? Nós fomos vê-la juntos."
"Sim, fomos", disse Lahan, e passou a mostrar a ela um segundo pedaço de papel.
"Quem é esse?"
Outro cartaz de procurado, este mostrando um homem. Infelizmente, uma ilustração nunca se parecia com a coisa real - e Maomao raramente se dava ao trabalho de lembrar os rostos de pessoas que não a interessavam de qualquer maneira. Resumindo, ela não tinha ideia de quem era o homem.
Lahan alinhou os cartazes de procurado um ao lado do outro. Hm? Algo cutucava as bordas da memória de Maomao, a sensação de que talvez ela tivesse visto o homem em algum lugar.
"Encontramos esse homem há vários dias", disse Lahan.
"Isso mesmo", acrescentou Rikuson, "tenho certeza."
"Sir Rikuson nunca se esquece de um rosto."
"Talvez seja a minha única habilidade", disse ele modestamente. Tudo bem, então ele ainda não parecia exatamente adequado para ser soldado. Mas considerando que o estrategista excêntrico que servia como chefe de Rikuson não conseguia distinguir um rosto do outro, ter alguém com um talento como o de Rikuson por perto não poderia doer. Aquele estranho com seu monóculo tinha um talento para julgar a utilidade de outras pessoas que parecia quase sobre-humano.
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Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"
RomansaLight Novel Kusuriya no Hitorigoto ou em inglês, The Apothecary Diaries, traduzida para o Português para os fãs que tiverem interesse em ler. Esta obra não é minha e é traduzida com auxílio de ferramentas de tradução com algumas pequenas correções d...