Ao retornar ao Pavilhão de Jade, Maomao se viu submetida a uma enfermagem escrupulosa. Ela foi vestida com roupas limpas e jogada na cama, não no quarto apertado que costumava ocupar, mas em um quarto vago muito maior feito com uma cama de verdade. Depois de um pouco de descanso nesta nova cama de seda, Maomao pensou no colchão de palha em que costumava dormir e sentiu como se tivesse subido de um pântano para as nuvens.
"Eu tomei remédio e não há nada de errado comigo fisicamente", protestou ela. Por remédio ela quis dizer o emético, mas não havia necessidade de dizer isso.
"Não seja ridícula. Você deveria ter visto o ministro que comeu aquela comida. Eu não me importo se você tirou tudo do seu sistema, não tem como você estar bem e dandy", disse Yinghua, pressionando um pano úmido na testa de Maomao com preocupação.
Ministro estúpido, estúpido, pensou Maomao. Ela se perguntou se ele realmente tinha conseguido tirar tudo com o primeiro medicamento que lhe deram, mas sua curiosidade não ia lhe dar a liberdade aqui. Ela se resignou a esse fato e fechou os olhos.
Foi um dia agonizantemente longo.
Maomao devia estar mais cansada do que pensava, porque já era quase meio-dia quando acordou. Isso não era bom para uma dama de companhia. Ela pulou da cama, se trocou e foi procurar Hongniang.
Não, espere. Primeiro...
Maomao voltou para seu quarto para pegar o pó facial que sempre usava. Não o pó clareador com o qual todas as outras estavam tão preocupadas, mas o material que criava as sardas no rosto dela. Usando uma folha de bronze polida como espelho, ela bateu nas manchas ao redor de suas tatuagens com a ponta do dedo, prestando atenção especial às que ficavam acima do nariz.
De jeito nenhum vou sair sem maquiagem de novo. Era muita chateação para explicar. Passou pela cabeça de Maomao que ela poderia apenas fingir que tinha usado maquiagem para esconder suas "sardas", mas a ideia só a envergonhava. Provavelmente seria esperada a reação de uma virgem corando toda vez que alguém mencionasse isso.
O estômago de Maomao estava roncando, então ela comeu um dos bolinhos de lua restantes como lanche. Ela gostaria de se limpar, mas não tinha tempo. Ela foi direto para onde as outras estavam trabalhando.
Hongniang estava com a Consorte Gyokuyou, cuidando da Princesa Lingli. Ela mal tirava o olhar da jovem senhora bastante móvel, movendo-a para que ficasse no tapete, ou apoiando cadeiras para que não caíssem enquanto a princesa as usava para tentar se levantar. Ela parecia bem precoce.
"Minhas sinceras desculpas por dormir demais", disse Maomao com uma reverência. "Dormir demais? Você deveria ter tirado o dia de folga." Gyokuyou colocou a mão na bochecha de Maomao, parecendo preocupada.
"Dificilmente, milady. Se precisar de mim, por favor, me chame", disse Maomao - mas ela sabia muito bem que raramente recebia qualquer trabalho sério para fazer e provavelmente seria deixada em paz.
"Suas sardas..." Gyokuyou disse, fixando-se imediatamente na única coisa que Maomao menos queria que ela notasse.
"Eu me sinto muito melhor com elas. Se milady não se importa."
"Sim, claro," disse Gyokuyou, deixando o assunto de lado muito mais facilmente do que Maomao esperava. Maomao deu a ela um olhar indagador, mas Gyokuyou disse: "Absolutamente todo mundo queria saber quem era aquela dama de companhia minha. Achei que as perguntas nunca iriam acabar!"
"Minhas desculpas."
Maomao suspeitava que as pessoas não viam com bons olhos uma criada que declarava a presença de veneno e depois simplesmente saía de um banquete por conta própria. Particularmente, ela até mesmo se preocupou se seria punida por isso, e ficou aliviada ao descobrir que nenhuma reprimenda viria.
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Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"
RomanceLight Novel Kusuriya no Hitorigoto ou em inglês, The Apothecary Diaries, traduzida para o Português para os fãs que tiverem interesse em ler. Esta obra não é minha e é traduzida com auxílio de ferramentas de tradução com algumas pequenas correções d...