Alguns dias depois, Sazen veio até ela com uma história perturbadora. Ele apareceu na loja, o rosto abatido, dizendo que queria conversar. Maomao se perguntou sobre o que ele poderia querer falar, mas acabou sendo nada menos que a Consorte Lishu.
"Se uma consorte do palácio traseiro tivesse se encontrado secretamente com um homem, ela seria condenada à morte?"
A pergunta surgiu completamente do nada, e Maomao só conseguiu murmurar um confuso "Hein?"
Sazen pareceu interpretar sua reação como vagamente insultante; ele bateu o pé no chão e disse: "Sim ou não? Eu sou um caipira ignorante; apenas me diga!" Seu olhar era penetrante. Maomao percebeu que sua reação não tinha sido ideal.
Sazen, ela sabia, já havia servido ao clã Shi, e embora não tivesse lealdade aos seus antigos mestres, ela suspeitava que ele tivesse algum apego a Loulan.
"Eu acho que isso seria inevitável em casos de infidelidade, não é? Uma dama do palácio comum poderia ser uma coisa, mas você está falando de uma consorte. Por que você está falando sobre isso? O que te fez pensar nisso?"
Sazen apertou os lábios e evitou olhar para ela. "Eu ouvi sobre isso no mercado - dizem que o Imperador está se preparando para subjugar outro clã."
"É o clã U, por acaso?"
"Não tenho ideia. Mas eu ouvi dizer que era por causa de uma consorte importante que tem apenas dezesseis anos."
Maomao não disse nada a isso, mas desejou poder colocar a cabeça nas mãos. Se até Sazen tivesse ouvido falar dessa situação, provavelmente todos na capital sabiam. Ela tinha certeza de ter sido explícita em seu relatório de que a Consorte Lishu era inocente. Seja o que for que a ex-dama de companhia principal da consorte estivesse tramando, Maomao tentou se convencer de que não daria em nada. Mas parecia que ela estava errada.
Normalmente, ela poderia enviar uma carta para Jinshi e simplesmente esperar que ele fizesse algo a respeito, mas não havia tempo para isso agora.
"E-Ei!" gritou Sazen quando ela se levantou.
"Vou precisar que você cuide da loja um pouco."
"O quê, de novo?!"
Maomao saiu correndo em direção ao lado norte da capital. Era lá que ficava o palácio - junto com todo um distrito de casas de alta classe. Uma delas era uma das vilas de Sua Majestade, lar de Ah-Duo, ela própria uma ex-consorte de alto escalão.
"Lady Ah-Duo está em casa?" Maomao perguntou ao guarda, embora soubesse que ele simplesmente não concederia a ela a entrada.
"A senhorita tem um compromisso oficial?" o guarda perguntou. O fato de ele estar disposto a falar tão educadamente com uma mera boticária - e nem um pouco bem vestida - provavelmente era porque se lembrava de Maomao de suas outras visitas aqui. Mas isso não seria suficiente para ela entrar.
"Receio que não, senhor, mas eu simplesmente preciso ver Lady Ah-Duo."
"Desculpe, as regras são as regras. Não posso simplesmente deixar você entrar", disse o guarda, parecendo genuinamente apologético. Por um breve momento, Maomao pensou em tentar forçar a passagem enquanto ele estava ocupado sentindo pena dela, mas sabia muito bem que isso só terminaria com ela presa.
"Posso pelo menos pedir que você leve uma mensagem para ela?"
"Receio que ela não esteja aqui agora..."
Maomao fez uma careta como se tivesse mordido algo particularmente amargo. Se ela simplesmente se deixasse ser mandada para casa, era como se nem tivesse vindo.
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Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"
RomanceLight Novel Kusuriya no Hitorigoto ou em inglês, The Apothecary Diaries, traduzida para o Português para os fãs que tiverem interesse em ler. Esta obra não é minha e é traduzida com auxílio de ferramentas de tradução com algumas pequenas correções d...