Maomao recebeu uma roupa de aparência tradicional para vestir: uma jaqueta branca pura e uma saia vermelha. Ela cobriu o rosto com sua máscara de raposa e carregou uma lanterna decorada com capim-dos-pampas e talos de arroz. Vestida assim, disseram-lhe, iriam caminhar até o santuário na periferia da cidade.
Os homens usavam roupas azuis, enquanto as crianças carregavam feixes de arroz e capim-dos-pampas pendurados atrás delas como caudas. Essas pessoas pareciam adorar Kosen, uma divindade raposa. A raposa era um espírito de abundância, venerado em muitos lugares. Era natural que houvesse um grande festival no outono, quando tanta coisa vinha da terra.
Maomao ouviu o badalar de um sino. Ao lado dela estava alguém que havia contornado os olhos de sua máscara de uma forma um pouco ridícula, apesar de ser uma raposa. A cor normal para pintar ao redor dos olhos de uma máscara como essa era vermelho, mas essa pessoa havia usado verde, e os cantos dos olhos pareciam cair de alguma forma.
"Parece mais com um tanuki," comentou Maomao para o dono da máscara, Shisui. Talvez ela fosse melhor em desenhar insetos do que bestas. O pensamento trouxe um sorriso inesperado ao rosto de Maomao. Acho que dificilmente é a hora, disse a si mesma. Mas ela também sabia que negar a si mesma um pensamento agradável não a ajudaria nas circunstâncias.
"Você me lembra de um gato, Maomao," disse Shisui. Havia um sino em seu grampo de cabelo que tilintava toda vez que ela ria. Soava estranhamente como os insetos que ela colecionava uma vez. Bem na ponta do grampo de cabelo, Maomao podia ver um pequeno inseto esculpido em uma joia. A garota realmente gostava de insetos.
"Aqui, Maomao, certifique-se de que está bem apertado", disse ela, e então apertou o cordão da máscara de Maomao. O cordão passava exatamente por cima de onde Maomao havia amarrado o cabelo, e Shisui não conseguia fazer com que ele ficasse. "Hrm. Espere, vou tentar novamente. Sente-se." Ela ajudou Maomao a se sentar no corrimão da pousada. Então, ela puxou o cabelo de Maomao de lado e o amarrou novamente.
"Hmm, precisa de mais alguma coisa. Parece tão solitário com apenas um elástico de cabelo."
"Eu não me importo."
"Oh, eu sei! Vou te emprestar um grampo de cabelo. Tenho um em forma de teia de aranha. É muito fofo!"
Maomao queria que houvesse alguma maneira de recusar educadamente. Ela vasculhou as dobras de seu roupão e conseguiu encontrar o grampo de cabelo que Jinshi lhe deu. Parecia simples, mas a qualidade era boa. Maomao, que ficava perfeitamente feliz em se virar com um elástico de cabelo simples, costumava deixá-lo no roupão.
"Use isso, se você quiser."
"Aww..." Maomao não precisava se virar para imaginar o beicinho no rosto de Shisui. Ela pressionou o grampo de cabelo na palma da outra garota. "Puxa, isso é legal, Maomao," comentou Shisui.
"Alguém me deu," ela respondeu. Deu a ela sem muita cerimônia, é verdade.
"E se eu pedisse para você me dar? Você faria isso?"
Depois de uma pausa, Maomao disse cuidadosamente: "Receio que não." Ela havia considerado simplesmente entregá-lo a alguém uma vez, mas não o fez. Se o tivesse feito naquela época – ou o fizesse agora – mal conseguia imaginar o que o eunuco-imitador diria. Seja o que for, ela sabia que ele ficaria bravo.
Você pensaria que eu só precisava manter a boca fechada.
Mas Jinshi era estranhamente habilidoso em ler as expressões de Maomao. Em parte porque eles se conheciam há um bom tempo, é verdade, mas mesmo para esse padrão ele era bastante sensível a pequenas mudanças em seu rosto.
Mesmo assim, Maomao, por exemplo, achava que não era muito hábil em controlar os músculos faciais e pensava que todos os seus olhares se manifestavam como pouco mais do que carrancas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"
RomanceLight Novel Kusuriya no Hitorigoto ou em inglês, The Apothecary Diaries, traduzida para o Português para os fãs que tiverem interesse em ler. Esta obra não é minha e é traduzida com auxílio de ferramentas de tradução com algumas pequenas correções d...