Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"

Capítulo 16: O Banquete (Parte Dois)

"Bem, bem, o que fazer?" Lahan parecia completamente tonto enquanto deslizava os óculos pela ponte do nariz, pensando furiosamente. Para ele, o pedido de asilo político da emissária provavelmente era menos interessante de considerar do que a melhor forma de fazer as negociações comerciais valerem a pena. Negócios significavam fluxo de dinheiro, fluxo de mercadorias; era um mundo inundado de números, e isso devia ser envolvente para ele.

"Acho que você pode responder a essa pergunta melhor do que eu."

"Faça o que fizermos, ou não fizermos, não foi uma conversa fascinante? Ah. Ahem, sim, claro que pelo menos conversarei. Presumo que seja esse o objetivo dela."

Ele fez parecer tão simples, pensou Maomao. Insetos "trazendo catástrofe" deviam se referir a uma praga; disso ela tinha certeza. O aumento do preço dos grãos significava que havia ameaça de fome. A emissária com quem conversaram era de Shaoh. Mas então havia a mulher Ayla, que estava conspirando com o clã Shi. Evidentemente, Shaoh não era monolítico. Mesmo assim, um pedido de asilo político estava além de qualquer coisa que Maomao esperava.

Maomao não gostava de perder tempo se preocupando com os problemas dos outros. E os problemas de nações inteiras? Nem pensar! Então, por que, por que ela continuava se vendo atraída por coisas assim? Eles poderiam ter trazido Lahan e pronto.

Será que ela me reconheceu?, pensou Maomao. Ela se perguntava se a emissária percebeu que não era a primeira vez que se encontravam. A luz estava diminuindo na última vez, mas elas se viram cara a cara. Mesmo que a mulher se lembrasse dela, porém, certamente deveria haver outro jeito de fazer as coisas. Talvez ela só quisesse ser capaz de mostrar algum tipo de conexão conosco.

Se for assim, então talvez Maomao falar sobre isso tenha sido parte de seus cálculos. Uma forma de verificar outra coisa. Maomao não era de fofocas e jogos, no entanto. Ela estava mais interessada em ver o que estava acontecendo no salão de banquetes. Por que você iria embora e teria uma conversa secreta quando pensasse que poderia haver personagens suspeitos à espreita?

Quando voltaram, descobriram que a refeição e a conversa haviam parado completamente, e algo novo estava acontecendo.

"Isso também é um costume ocidental?" Maomao perguntou.

Havia música tocando, e homens e mulheres estavam se encarando e dançando ao som dela. Bem, se você pudesse chamar isso de dança - não era uma performance como uma trupe profissional poderia fazer; era mais só girar pela sala no ritmo da música. Evidentemente, era por isso que homens e mulheres haviam sido solicitados a vir em pares.

Eu tropeçaria nos pés de alguém antes de perceber, pensou Maomao, confiante de que isso era uma coisa que ela absolutamente não queria fazer. Ela olhou para Lahan.

"Oh, não se preocupe. Eu mesmo sou péssimo nisso."

Graças a Deus eles tinham isso em comum, pelo menos.

Enquanto olhavam em volta, avistaram uma multidão que havia se formado - e quem deveria estar no meio dela senão um homem muito familiar e muito bonito? Jinshi estava cercado e exibia o sorriso celestial que Maomao já havia visto o suficiente na época em que ele era supostamente um eunuco. Basen estava ao lado dele, mas carrancudo.

Péssima escolha de companheiro. Basen nunca seria de muita ajuda aqui; ele recuava visivelmente de cada jovem que se aproximava. Com a força dele, ele provavelmente está tão nervoso agora que não conseguiria dançar mesmo se o colocassem lá.

Maomao esfregou o pulso onde ele a agarrou no dia anterior. Ainda havia fracas marcas vermelhas nele. O que ela queria saber era, se os homens e as mulheres deveriam formar pares, o que aqueles dois estavam fazendo sozinhos?