"O que eu vou fazer?" Jinshi olhou melancolicamente para o papel.
"O que você deseja fazer?" perguntou seu taciturno auxiliar, também olhando o documento. A situação era suficiente para deixar qualquer homem em desespero. "Esta é uma lista de nomes," observou Gaoshun. "A família de Fengming e seus associados conhecidos."
Fengming já estava morta, e seu clã e familiares seriam poupados da aniquilação total, mas seus parentes seriam submetidos ao confisco de todos os seus bens e cada um seria punido com mutilação, embora em graus variados de severidade.
Jinshi podia se sentir grato, pelo menos, por não haver nenhum sinal de instruções da Consorte Ah-Duo. Fengming deveria ser considerada como tendo agido sozinha.
Entre os associados havia vários clientes que contratavam os serviços da família dela. Jinshi sempre considerou o clã como simples apicultores, mas eles pareciam estar envolvidos em vários negócios escusos.
"Oitenta de suas garotas servem no palácio posterior," comentou Gaoshun. "Oitenta em duas mil. Uma proporção respeitável."
"É o que eu digo," disse Gaoshun, observando seu mestre franzir a testa. "Devem ser dispensadas?"
"Isso pode ser feito?"
"Se você desejar."
Se ele desejasse. Seja o que Jinshi lhe dissesse, Gaoshun faria.
Esteja certo ou errado. Justo ou não.
Jinshi suspirou, uma longa e lenta expiração de ar. Ele reconheceu pelo menos um dos nomes na lista de associados. Os compradores da filha sequestrada de um boticário.
"O que fazer sobre isso..." ele meditou. Tudo o que ele tinha que fazer era escolher. Mas ele tinha medo de como ela olharia para ele, dependendo do que ele decidisse fazer. Era tão simples dar uma ordem. Mas como ela reagiria, se fosse contra o que ela queria?
Maomao via a divisão entre ela e Jinshi como a de um plebeu e um nobre. Não importa quão desagradável fosse a ordem, ele suspeitava que ela a aceitaria no final das contas. Mas ele viu isso tornando o abismo entre eles ainda maior.
Mas... mandá-la embora? Ele vacilou. Ela não estava lá voluntariamente, isso era verdade. No entanto, ele poderia encerrar o serviço dela por seu próprio capricho? E se a garota sempre perspicaz percebesse isso?
"Mestre Jinshi," disse Gaoshun, enquanto Jinshi virava as perguntas indefinidamente em sua mente. "Ela não foi um peão muito fortuito?"
As palavras de seu assessor foram friamente racionais. Jinshi passou a mão pela testa.
⭘⬤⭘
"Uma dispensa em massa?"
"Sim," disse Xiaolan, mastigando um caqui seco. Maomao havia se servido de alguns caquis do pomar de frutas, então discretamente os pendurou sob o beiral do Pavilhão de Jade para secar. Se alguém tivesse notado, ela estaria em apuros. Na verdade, ela realmente estava: não havia como Hongniang deixar de notar a fruta. Gaoshun chegou na hora certa para salvá-la. Quando Hongniang descobriu que ele gostava muito de caquis, disse que o deixaria passar "só desta vez", com uma piscadela cúmplice.
"Eu acho que é, sabe como, às vezes eles matam todos os relacionados a um caso como esse? Todas as garotas de todas as casas mercantis com as quais eles lidavam terão que sair. Foi o que eu ouvi."
A explicação de Xiaolan deixou a desejar, mas Maomao concordou.
Não tenho certeza para onde isso está indo. Tenho um mau pressentimento sobre isso, ela pensou. E seus maus pressentimentos tinham uma infeliz tendência de se concretizar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Kusuriya no Hitorigoto - "The Apothecary Diaries"
RomansaLight Novel Kusuriya no Hitorigoto ou em inglês, The Apothecary Diaries, traduzida para o Português para os fãs que tiverem interesse em ler. Esta obra não é minha e é traduzida com auxílio de ferramentas de tradução com algumas pequenas correções d...