Capítulo 11

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Chego no edifício da direcção e fico à espera da Kenya. Nos encontrávamos sempre ali, porque aí não passavam alunos excepto que fossem chamados. Como a Kenya fazia questão de ser um fantasma eu apenas concordava com isso, também tinha uma reputação a zelar e os meus amigos não iam perdoar se soubessem que falo com uma nerd.

- Hey. - Ela cumprimenta e respira fundo.

- Hey, porquê que demoraste tanto? - Pergunto a rapariga que estava sem fôlego a minha frente.

- Porque eu estudo, eu não sou que nem você que inventa treino para não ter que ir as aulas. - Ela responde séria já com o fôlego recuperado.

- Não invento, eles são reais. Estamos atrasados não? - Pergunto.

-Hoje as aulas foram puxadas, é normal que tenha saído a essa hora. E quem deve falar de atraso sou eu, afinal sou eu que te dou aulas. Vamos. - Ela diz.

- Falou o cérebro. - Gozo com ela. Antes de irmos eu queria pedir um favor. - Fiz beicinho para ela.

- Não gosto quando você pede favores, mas tenta. - Ela fala sem paciência.

- Podemos estudar na minha casa, por favor diz que sim... - Imploro.

- Não, a última vez que isso aconteceu sua mãe não gostou muito e eu também não. Até hoje ando traumatizada.

- Não pareces nada uma pessoa que fica traumatizada facilmente. Das cenas com a minha mãe ninguém quer saber, mas nós já estudamos esses dias todos que passaram em tua casa, coisa que não me agrada muito. Nós não vamos para a minha casa, nós vamos a MINHA casa.

- Se não te agrada o problema não é meu, não sou eu que preciso das aulas para passar. - Porra! Como é que ela consegue ser tão...

- Por favor... - Implorei tanto...

Por fim ela cede depois de muito implorar. Ela saiu primeiro para que ninguém percebesse e foi para a parte de trás do colégio pegar o Álvaro. O Álvaro deu a volta com o carro, indo para a parte de frente me pegar.

Saio do edifício da direcção a caminho do carro quando sou interrompido pelo Jared.

- Eu vou com você, nunca mais me hospedei em tua casa minha adorada mulher. - O Jared diz enquanto colocava o seu braço a volta do meu pescoço.

- Não vai dar minha querida, não imaginas os pegas que te queria dar mas infelizmente , meu pai quer que vá ter com ele agora.

- Não mintas para mim, eu conheço-te tão bem. Será que estás grávida? - Ele olha para mim e sorri e depois grita - Porra! Vou ser pai.

- Acredita no que quiseres, e já agora o filho não é teu. - Desfaço - me dos seus braços.

Apressei meus passos e logo entrei no carro fechei a porta, não deixando ninguém perceber que a Kenya estava lá. Foram uns 20 minutos pelo caminho. Logo que já chegamos os portões foram abertos. Descemos do carro e puxei a Kenya pelo braço para entrarmos na casa, ela parecia confusa.

- Onde é que nós estamos? - Ela pergunta.

- Na minha casa, eu disse-te.

- Essa não é a tua casa.

- Essa é a minha casa, aquela é a dos meus pais.

Ela lança-me um olhar como se estivesse chateada. Subo as escadas e ela segue-me até o meu quarto. Começamos a estudar, até alguém bater a porta para deixar o almoço.

NURDOnde histórias criam vida. Descubra agora