Chego no edifício da direcção e fico à espera da Kenya. Nos encontrávamos sempre ali, porque aí não passavam alunos excepto que fossem chamados. Como a Kenya fazia questão de ser um fantasma eu apenas concordava com isso, também tinha uma reputação a zelar e os meus amigos não iam perdoar se soubessem que falo com uma nerd.
- Hey. - Ela cumprimenta e respira fundo.
- Hey, porquê que demoraste tanto? - Pergunto a rapariga que estava sem fôlego a minha frente.
- Porque eu estudo, eu não sou que nem você que inventa treino para não ter que ir as aulas. - Ela responde séria já com o fôlego recuperado.
- Não invento, eles são reais. Estamos atrasados não? - Pergunto.
-Hoje as aulas foram puxadas, é normal que tenha saído a essa hora. E quem deve falar de atraso sou eu, afinal sou eu que te dou aulas. Vamos. - Ela diz.
- Falou o cérebro. - Gozo com ela. Antes de irmos eu queria pedir um favor. - Fiz beicinho para ela.
- Não gosto quando você pede favores, mas tenta. - Ela fala sem paciência.
- Podemos estudar na minha casa, por favor diz que sim... - Imploro.
- Não, a última vez que isso aconteceu sua mãe não gostou muito e eu também não. Até hoje ando traumatizada.
- Não pareces nada uma pessoa que fica traumatizada facilmente. Das cenas com a minha mãe ninguém quer saber, mas nós já estudamos esses dias todos que passaram em tua casa, coisa que não me agrada muito. Nós não vamos para a minha casa, nós vamos a MINHA casa.
- Se não te agrada o problema não é meu, não sou eu que preciso das aulas para passar. - Porra! Como é que ela consegue ser tão...
- Por favor... - Implorei tanto...
Por fim ela cede depois de muito implorar. Ela saiu primeiro para que ninguém percebesse e foi para a parte de trás do colégio pegar o Álvaro. O Álvaro deu a volta com o carro, indo para a parte de frente me pegar.
Saio do edifício da direcção a caminho do carro quando sou interrompido pelo Jared.
- Eu vou com você, nunca mais me hospedei em tua casa minha adorada mulher. - O Jared diz enquanto colocava o seu braço a volta do meu pescoço.
- Não vai dar minha querida, não imaginas os pegas que te queria dar mas infelizmente , meu pai quer que vá ter com ele agora.
- Não mintas para mim, eu conheço-te tão bem. Será que estás grávida? - Ele olha para mim e sorri e depois grita - Porra! Vou ser pai.
- Acredita no que quiseres, e já agora o filho não é teu. - Desfaço - me dos seus braços.
Apressei meus passos e logo entrei no carro fechei a porta, não deixando ninguém perceber que a Kenya estava lá. Foram uns 20 minutos pelo caminho. Logo que já chegamos os portões foram abertos. Descemos do carro e puxei a Kenya pelo braço para entrarmos na casa, ela parecia confusa.
- Onde é que nós estamos? - Ela pergunta.
- Na minha casa, eu disse-te.
- Essa não é a tua casa.
- Essa é a minha casa, aquela é a dos meus pais.
Ela lança-me um olhar como se estivesse chateada. Subo as escadas e ela segue-me até o meu quarto. Começamos a estudar, até alguém bater a porta para deixar o almoço.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...