NURD

Capítulo 63

ZARID RAIDER MALIK

Eu queria ter casado e esquecido que ela existe, mas acontece que quando o Jared me disse que ela havia desaparecido eu não consegui fazer mais nada. Na minha mente não passou mais nada, eu só conseguia pensar nela ferida, nela fraca, sem ter o que comer, a passar frio ou sei lá.

Só sei que naquele momento eu liguei pra Candace e disse que não podia aparecer, ela questionou-me várias vezes onde estava, tudo o que lhe disse foi para se acalmar o que para ela eu acho que foi impossível, porque conseguia ouvir - lhe chorar do outro lado da linha e a implorar para que não lhe abandonasse. Tudo o que fiz foi desligar e mandar o motorista levar-me até a casa do Jared, quando lá cheguei ele parecia tão satisfeito com resultado mas algo lhe incomodava ou seja, ele estava satisfeito por me ver ali, mas estava triste por ter a amiga desaparecida.

Esses dias temos ido para a casa da Kenya directo, eu não durmo, não presto atenção nas aulas, e nem como direito. O pior é que eu não o sei o que fazer eu já falei com quase todas as pessoas importantes para ela ou seja pessoas que pudessem saber de algo, tipo a Bonnie, o Jared, a Caroline, a avó dela e até com o pai dela pelo telefone, mas ninguém sabe de nada. 

O pai dela ficou de voltar de Sidney hoje com a Mónica, então eu vou lá com o Jared porque ao que tudo indica ele veio tratar de algo importante e depois irá voltar pra lá, ele só ficará aqui uma única noite então eu preciso encontra-lo a todo custo.

Pego no telemóvel e disco o número do Jared.
— Hey, vamos a casa da Kenya? - Pergunto assim que ele atende.
— Eu posso te encontrar lá? É que eu estou a procura de algo. - Ele diz.
— É assim tão importante? - Pergunto, enquanto caminho até o carro.
— Acho que sim, eu só não sei onde coloquei e com essa confusão toda eu nem me tinha lembrado. - Ele explica.
— Okay, nos vemos lá então. - Aviso-lhe.

Desligo o telemóvel e entro no meu carro e começo dirigir até a casa da Kenya. Enquanto dirijo tenho a mente cheia com pensamentos horrosos do que lhe possa ter acontecido.

Chego a casa da Kenya e desço do carro. Logo que bato na porta aparece uma mulher mais velha uniformizada e me dá espaço para entrar, agradeço e peço pra falar com o pai da Kenya, ela disse - me que ele havia saído, mas que eu podia esperar se quisesse, concordei e sentei-me na sala.

— Bom dia! - Ouvi uma voz feminina ecoar pela sala.
— Bom dia, desculpa ter invadido a sua casa logo de manhã. -  Digo assim que vejo a madrasta da Kenya.
— Não faz mal, eu entendo o que estás a passar... Por favor senta-se. - Ela pede de forma educada.
— Muito obrigado por tudo. - Digo. — Será que a senhorita poderia dar - me alguma informação sobre a situação da Kenya? - Perguntei ansioso.
— Tudo o que te posso dizer é que não há novidades no caso, ela continua desaparecida e não há pistas de onde quer que ela esteja, está tudo tão complicado nós estamos a tentar nos manter fortes, mas tu sabes tem sido muito difícil e a medida em que os dias vão passando, o desespero torna-se mais evidente e temos de segurar-nos uns aos outros para ninguém cair. - Ela diz isso e vejo seus olhos se encherem de lágrimas. Sinceramente se alguém dissesse que essa mulher não gostava da Kenya, essa pessoa mudaria seu conceito ao vê-la assim de rastos por uma menina que não era filha dela.

Depois de ouvir aquilo da Mónica fiquei mais nervoso e preocupado, afinal eu esperava que eles trouxessem alguma informação valiosa que nos ajudasse a saber qualquer coisa, qualquer coisa mesmo.

— Posso ver o quarto dela? - De repente isso passou-me pela cabeça.
— Mas... ver o quarto dela? Pra quê? - Ela pergunta.
— Pode ser que tenha algo lá que nos ajude a encontra-la. - Digo esperançoso.