KENYA ONIKA POV
— Kenya, espera aí vamos conversar. - Ele diz. Meus olhos estão inundando o meu rosto com as minhas lágrimas. Me sinto tão fraca, é uma sensação completamente diferente de alguma coisa que já houvesse sentido.
Começo a correr de um lado para o outro a procura de algum rumo, porque me sinto tão perdida. Isso é assustador, nunca me imaginei nessa situação ainda mais por causa dele. Pensei que ele fosse só mais um e que não fizesse muita diferença, mas acontece que quem foi só mais uma que não fazia diferença fui eu e isso me deixa completamente no chão. Pois, é bem no chão em que estou agora, com o rosto sujo de lágrimas, com o vestido sujo e rasgado, com a maquilhagem a borrar-me o rosto, com lembranças invadindo a minha mente e o pior com a alma mais encardida que esse vestido quando me levantar do chão sujo da rua.
— Hey, levanta! - Ouço uma voz me chamar. A voz não é estranha, mas também não faz parte da rotina. Sem desviar minha atenção do chão respondo.
— Não! - Respondo rude entre o choro.
— Então eu vou me sentar no chão ao teu lado. - Ele diz e senta-se.
— O quê que queres? - Pergunto rude. Os soluços não param e a tristeza é evidente.
— Só quero perceber o que se passou e porquê que estás assim. - Ele diz colocando uma das mãos sobre o meu ombro.— Quem te disse que eu estava aqui? - Pergunto.
— Foi o Zarid. Ele disse-me que passaste a correr e estavas a chorar e ele não te conseguiu conter. - O Jared explica.— Ahnm, foi isso que ele disse?! Não te preocupes eu estou bem, só preciso de ir para a casa. Podes chamar um táxi? - Pergunto para ele que coloca a mão no meu queixo e encara-me. Seus olhos verdes não desviam dos meus. Eu acho que talvez ele esteja a tentar ''ler'' o que aconteceu em meus olhos.
— Não é justo, nós viemos aqui para nos divertirmos e além disso, eu tirei você de casa, por isso o meu dever é devolver-te. - Ele diz enquanto aproxima seu rosto do meu.
- Eu não quero estragar a tua noite, apenas quero desaparecer entre os meus lençóis hoje à noite. - Explico para o Jared que vai se aproximando mais.
- Não faz mal, vai tudo correr bem. - Ele puxa o meu rosto para bem mais perto e tenta juntar nossos lábios.
- Não Jared, por favor. Apenas me leva para a casa. - Ele se levanta e em seguida me ajuda a levantar.Caminhamos juntos até o carro dele. Ele abriu - me a porta do Porsche e eu o agradeci. O caminho foi um pouco longo e para piorar ninguém falava nada. Eu porque não tinha vontade alguma de falar apenas chorar e ele porque não sabia por onde começar. Uma situação bem pesada para ele, logo no primeiro encontro ele descobre que eu sou uma louca.
- Chegamos! - Ele avisa com um sorriso nos rosto.
- Obrigada por tudo, tenha uma boa noite. - Despeço - me do rapaz loiro com um beijo na bochecha. Abro a porta do carro e sinto uma mão impedindo - me de continuar.
- Calma, é possível eu falar? - Ele pergunta olhando nos meus olhos.
- Claro. - Respondo forçando um sorriso para que ele se sinta à vontade.
- Eu sei que a noite não foi uma das melhores, não estava nos meus planos acabar assim. Para ser bem sincero nos meus planos era suposto acabarmos numa cama a foder, mas acontece que eu me encantei bem mais pela menina que eu só tinha visto por uma vez na festa e agora que eu tive oportunidade de falar e conhecer, sinceramente pensei que isso fosse acabar bem melhor. Mas não importa, para que eu tenha uma boa noite tal como você disse, eu só preciso de uma coisa. Pode ser?
- Desde que não seja beijo, ou irmos para a cama podes tudo.
- Passa - me o endereço do idiota ou da idiota que te deixou nesse estado. - Ele diz sério.
- Não, não vai ser necessário. - Tento fazê-lo desistir dessa ideia. Ele não sabe que eu e o Zarid nos pegamos e se depender de mim, ele não precisa saber.
- É preciso sim, estou disposto a estragar a cara do indivíduo que estragou a nossa noite. É o teu namorado não é? - Ele olha nos meus olhos, baixo rápido o rosto para desviar seu olhar.— Ele... Ele... Ele não é meu namorado. - Respondo finalmente após tantas voltas.
— Eu sabia que era um ''ele'', não podia ser uma ''ela'' a te estragar a noite assim. Se ele não é teu namorado o quê que ele é teu? - Ele tira uma das mãos do volante e segura no meu rosto. Seus olhos verdes me intimidam um pouco.— Ele não é meu nada, okay? - Grito e derramo mais algumas lágrimas mesmo sem querer.
— Claro que, se ele não é teu nada então ele não vai se importar que faça isso. - Senti os lábios molhados e rosados do menino loiro contra os meus sem eu poder dizer chega ou para ou sei lá. Rapidamente me afasto e saio do carro. Ele desce e corre até mim me impedindo de continuar.
— O quê que queres? - Pergunto chateada. E dou um sinal para os seguranças da minha casa não se aproximarem.
— Quero perceber porquê que choras, porquê que não me explicas o que te está acontecer e porquê que não me queres beijar se ele não é teu namorado tal como dizes.
— São muitas perguntas, é impossível responde-las a todas. Lamento muito mas o meu cérebro ainda não está programado para isso.— Okay, vamos superar isso. Deixa eu cuidar de você e colocar curativos em todas feridas que ''ele'' deixou abertas. - Meus olhos piscam sem parar, não sei bem o que fazer.
''Seria tão mau se eu o deixasse cuidar de mim?''
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NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...