ZARID RAIDER MALIK POV
Já fazia algum tempo desde que ela havia saído do hospital. Ela vivia trancada na porcaria daquele quarto, sem falar com ninguém. Para comer era necessário a avó ou a Mónica pedir muito, porque o pai dela nem tinha coragem de falar com ela, porque sempre que ele tentava, ela se afastava. Eu tentava, mas nunca era o suficiente. O Jared tentava e já tinha mais consideração que eu. A Bonnie tentava e tinha mais consideração que eu e o Jared. Era estranho estarmos no mesmo espaço territorial e ela não comunicar, era algo que me afligia de certa forma.
— Kenya, ainda não tocaste na comida. - A Mónica faz uma observação e como sempre ela mantém-se calada.
— Kenya... - O pai dela chama - lhe e ela olha para ele durante um tempo sem dizer absolutamente nada.
— Desculpa! - É tudo o que ela diz antes de sair da mesa a chorar. Era quase sempre assim.A Mónica vai atrás dela como sempre fazia. O pai dela sai da mesa e tranca - se no escritório, porque se sentia incapaz. E os jantares eram quase sempre assim.
Ela não comia e quando come-se tirava para fora, eu fingia que não sabia para evitar mais coisas. Ela está tão magra, um pouco pálida, e ingere anti depressivos a cada minuto que passa. Ela tem marcas no corpo que só ela mesma é capaz de explicar, mas ela não o faz, prefere manter-se calada e matar-se por dentro.
Eu e o Jared fomos para as nossas casas. Odiava ir para a casa, mas odiava mais ainda ter de ver - lhe sofrer sem abrir a boca. Era difícil, muito difícil.
Logo que entro em casa encontro todos sentados a volta da mesa a comer, incluindo a minha futura mulher, respiro fundo e avanço os passos.
— Boa noite! - Cumprimento para parecer educado, coisa que não sou. Todos os olhares são postos sobre mim, assim que os cumprimento. A Candace parece bem furiosa, mas não diz porra nenhuma.
Caminho até o elevador, carrego nos botões e por fim chego ao meu quarto. Só consigo pensar numa maneira de obrigar - lhe a falar.
— Meu menino tens muito para me explicar! - Viro - me e vejo a Candace na porta.
— O quê que foi? - Pergunto descontraído.
— Não te faças de desentendido se não eu voo - te a cara Zarid. - Ela diz histérica.
— Não sabia que voavas. - Digo e ela parece se irritar mais.
— Eu não sei o que se está a passar, mas aviso-te já que se não voltares a estabilizar as coisas não verás o teu filho nunca. - Ela diz num tom ameaçador fazendo-me ficar nervoso.
— Tu estás a ameaçar-me? - Pergunto com um pouco de irritação na voz.
— Não, só te estou a tentar mostrar que o que tu me tens feito é errado e ninguém nem mesmo a preta merece isso. Tu estás errado admite e para de fingir que tens tudo sobre o controle, tu não tens, tu passas a vida a fugir das tuas responsabilidades, eu não vou falar mais nada porque eu acho que você já percebeu. - Ela moveu o seu corpo magro que parecia ter o mesmo peso, mesmo tendo uma barriguinha saliente por causa da gravidez até a porta. — Ah... e antes que me esqueça, por favor não faças nada para depois te arrependeres. - Ela avisa e sai do quarto.Eu tinha raiva da Candace, mas ela tinha razão o que eu estava a fazer com ela não se fazia. Eu devia era cuidar dela, estar do lado dela para o que ela precisasse, ajudar-lhe e tudo mais, mas não eu desapareci por um mês e mais alguma coisa sem dizer absolutamente nada.
Esses pensamentos me torturaram a noite toda até cair no sono. A porra do despertador tocou pela manhã, levantei e fui até o banheiro tomei um banho rápido e fui para o closet. Peguei numa t-shirt branca da Gucci, uma calça jeans rasgada no joelho preta da Levi's, calço os meus sneakers brancos da Adidas e um casa preto da Hermes. Pego na mochila e saio do quarto, sento-me na mesa e sou o centro das atenções.
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NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...