Chego em casa meio desnorteada e vou para o meu quarto imediatamente. Pelo menos ninguém vai perguntar o que tenho, meus pais não estão em casa, correcção, meu pai e a Mónica não estão em casa.
Sinceramente eu não consigo acreditar que ele foi capaz de me fazer isso, eu sabia que ele tinha raiva de mim mas não sabia que era até esse ponto. Nesse momento vendo tantas mensagens e ligações dele só me apetece dizer vai para o inferno, mas é evidente que eu quero fazê-lo ir para o inferno com as minhas próprias mãos e fazê-lo implorar para regressar a terra.
Depois de passar o resto do dia na cama a chorar decidi me acalmar. Levantei da cama deixei cair a saia no chão do quarto, abri a camisa, atirei os óculos na cama, prendi o cabelo e fui andando até o banheiro.
Meu banho é bem demorado, e meus cabelos cacheados sofrem com o excesso de água quente invadindo o meu couro cabeludo. Minhas mãos deslizam pelo meu corpo, mas é como se eu não fosse a mesma de hoje de manhã, mas fosse a mesma de alguns anos atrás, de alguns meses ou talvez dias.
Eu lamento muito por não ser uma menina normal, tal como fui há exactamente alguns anos atrás. Lamento por não ser aquela patricinha ''Fancy'' que fingia não saber de muita coisa. Agora eu sou um perigo para quem se aproxima de mim. Sou que nem uma bomba, expludo quem for que seja. Chego a ser mais perigosa que bala perdida. Eu não me considero uma hacker, mas na minha mão qualquer computador se torna uma arma mortal.
Saio do banho e vou directamente para o meu closet. Meu roupão preto está completamente molhado, com a água que vai escorrendo do meu corpo. Vou para a parte mais caótica do meu closet, a parte que eu nunca mais havia se quer mexido. Pego num vestido vermelho da Versace acima do joelho, o decote é bem decorado, é como se as fitas se cruzassem e formassem um ''x''. Retiro os meus sapatos Loubouttin completamente vermelhos, minhas meia calça cinta liga de cor preta. Peguei no meu casaco comprido da Hermes e coloquei-o por cima do vestido cobrindo tudo até os meus pés. Pintei os meus lábios de cor preta, endireitei o meu cabelo colocando uma parte mais para o lado tapando assim parte da minha face e saí do quarto.
— Kenya aonde vais? - A voz da Mónica se faz ouvir pela sala.
— Vou sair, preciso espairecer. - Respondo, enquanto abano a minha cluch da Michael Kors.
— Okay, cuidado só não voltes tarde, porque o teu pai pode não gostar de saber. - Ela avisa.— Está bem Mónica, nos vemos mais tarde.
Saio de casa e sou escoltada por alguns seguranças até o táxi, claro que não lhes deixo entrar comigo ou me seguirem, eu nunca fui burra ao ponto do meu pai saber aonde vou e com quem, dou - lhe oportunidade para saber apenas o que quero e quando quero.
Depois de uma caminhada meio longa o carro para, pago o taxista e em seguida desço do carro. Apresso os meus passos até à entrada do lugar, onde retiro o meu caso na porta. Muitos olhares não desviam de mim, pareço atrair muitos olhos só para mim, mas acontece que eu só quero um único, ou seja aquele que me intrigou por me surpreender. Ando devagar até o dono desse misterioso e meticuloso olhar.
"Rosto inocente, olhar felino, sorriso indecente, essa menina é um perigo".
- Prazer Onika. - Estico a mão para o jovem sentado no bar.
- Prazer. - Seu sorriso perturbador, seu olhar curioso se resumem num simples aperto de mão.
- O jovem do autocarro (Ônibus ) por aqui quem diria. - Digo sorrindo para ele.
- A menina do autocarro por aqui?! Acho que não deverias cá estar. - Ele diz e dá um gole no seu copo de whisky com gelo e morango.
- Eu não e tu sim? Por favor paga - me uma bebida. - Instalo - me num duns bancos ao lado dele de frente para o bar.
- Eu sou maior de idade, aposto que tu nem 18 anos tens para cá estares. - Ele diz enquanto chama o bar man e pede o mesmo para mim.
- Só para matar a tua curiosidade, não tenho mesmo 18 anos, mas tenho a certeza que é mais fácil para mim estar aqui do que para ti.PATE: Saia daí imediatamente!
-22:09
Vejo o mensagem do meu padrinho e simplesmente ignoro.
PATE: Eu não estou a brincar Kenya! Para de brincar com fogo e meter a tua vida em perigo.
-22:15
Ignoro outra vez e outra e outra e mais outras mil vezes.
- Parece que o teu namorado está... bem preocupado ou seria o papá? - Seus olhos focaram - me e eu sorri.
- Não é meu pai, nem meu namorado e já agora, o quê que tu fazes aqui? - Pergunto. Cruzo as minhas pernas devagar e os seus olhos não saem delas.
- Bem... eu prefiro não falar e como já te tinha dito esse lugar não é para ti. - Ele avisa outra vez e ambos damos um gole nas nossas bebidas.
- Okay, e o seu nome tendo em conta que você não chegou a proferir - lo. - Faço contacto visual.
- Para uma rapariga com menos de 18 anos és muito curiosa, acho melhor não saberes o meu nome.
- Segredos?
- Talvez.
- Se eu dissesse que sou louca por segredos tenho a certeza que não acreditarias.
- Menina para de mexer com fogo e vai para a casa. Nem devias estar a beber, já estamos na sexta rodada de whisky e tu continuas aqui assim, é meio perigoso para você.
- Se te dissesse com que 'fogos' estou habituada a mexer, acho que não aguentarias. - Seus olhos focaram nos meus lábios e devagar foram prestando a sua atenção para os meus vitoriosos e sedutores olhos castanhos.
- Tu tens malícia nos pensamentos, precisas de alguém para te pôr na linha.
- Não sou trem (comboio) para andar na linha. - Ele olhou para mim incrédulo com a resposta, levantou - se do banco e puxou - me para uma área bem mais reservada.Fui jogada contra a parede suja de um beco com pouca iluminação, em outras alturas eu teria surtado. A maneira como ele me olhava era como se me estivesse a dizer "Eu quero te comer e vai ser hoje e agora". Meus pensamentos por momentos se desordenaram e o que era para ficar somente em pensamento saiu em voz alta.
- ME COME PORRA! - Ele olhou para mim meio surpreso e eu calei - me em seguida, até porque isso nunca foi suposto sair do meu íntimo.
- Tu... - Suas grandes mãos tocaram nas minhas grandes coxas imediatamente, nossos lábios se tocaram e começamos um beijo bem quente. Minhas mãos foram para os bolsos dele de trás e as dele para de baixo do meu vestido. Rapidamente paramos o beijo, quando ele arrancou a minha faca das minhas meias calças e eu puxei a arma dele de um dos bolsos de trás. - Fala a sério? - Ele olha - me incrédulo.
- Como eu disse eu sou amante dos segredos, devolve - me o meu brinquedo preferido que eu te devolvo o teu. Vamos brincar a casinha dos segredos e fingir que ninguém viu ou ouviu nada, meu caro. - Falo para ele. Que em seguida recomeça o beijo sem hesitação.Estávamos tão entretidos na nossa brincadeira que não nos apercebemos quando alguém se aproximou e deu um soco na cara do homem, que caiu em seguida e me arrastou para um carro.
- Não tentes te armar em esperto comigo, para a merda do carro. - Aponto a arma para ele que em seguida tira o capuz.
- Teria coragem de me matar? - Ele pergunta e ri da situação.
- Não brinques comigo Zarid, eu sou capaz de tudo. - Aviso - lhe. Minha raiva é tão evidente.
- Kenya por favor me ouve e para de brincar isso que nem se quer sabes usar, dá-me isso. - Dou um tiro na janela do carro ao lado do condutor.
- Eu disse para parar a merda do carro, seu idiota. - Ele levanta as mãos incrédulo e assustado, e eu dou continuidade. - Fora do carro.
- Kenya...
- Eu disse fora porra! - Grito e ele sai do carro. Seus olhos estão arregalados e negros ao mesmo tempo, não sei se ele me quer matar ou se quer desculpar - se, acontece que eu estou a me foder para o que lhe vai na cabeça.Coloquei o pé no acelerador e deixei - lhe plantado no meio da estrada.
Next day, Zarid's House...
- Bom dia! - Cumprimento sem vontade. Os olhos do meu pai estão fixados em mim e eu nem sei porquê, mas para mim tudo nessa casa é habitual.
- Bom dia? Bom dia a porra, o caralho, a merda que pariu! - Meu pai grita e bate com as mãos na mesa, seu olhar me fuzila completamente e a Louíse se assusta. - Me explica o que é isso Zarid! - Ele atira uns documentos e fotos na mesa. Meus olhos estão fixos na mesa e palavras não são encontradas.Capítulo completamente dedicado a Adosinha Canda Lacerda (Minha Enemy ♡) que completou mais um ano de vida ontem 05/12/2015. ❤
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NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...