Capítulo 47

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ZARID RAIDER MALIK POV

O telemóvel está por cima da cama e não para de vibrar com as ligações e mensagens da Kenya. Vou para o banheiro e me coloco debaixo do chuveiro, deixo água morna escorrer sobre mim molhando os meus cabelos escuros, as minhas tatuagens coloridas, e as cicatrizes deixadas por ela.

Saio do banho enrolado no roupão branco com detalhes dourados e vou para o closet. Escolho uma calça jeans preta com uns rasgões da GUESS, uma t-shirt preta da GUCCI, um casaco preto de napa da HERMES, um par de sapatos pretos Moccasins da GUCCI, coloquei o meu ROLEX prateado no pulso, os óculos pretos da CHANEL, peguei na minha mochila e antes de sair do quarto borrifei o meu perfume da GIVENCHY. Olhei - me no espelho e pensei "Pronto para o funeral da Kenya".

Logo que cheguei a sala de jantar, puxei uma cadeira de forma brusca e sentei-me sem dizer absolutamente nada.

Diz - se bom dia. - A minha mãe tenta chamar - me a atenção. Olho para ela por uns segundos e rápido desvio a minha atenção.
Bom dia senhor Zarid, é o que se deve dizer quando chegas a essa mesa a essa hora. - O meu pai tenta se impôr como sempre, apenas olho pra ele e o ignoro. No mesmo instante a Déborah senta-se na mesa e cumprimenta.
Bom dia a todos! - Ela diz com um sorriso meio que forçado.
Bom dia Déborah! - Respondo - lhe com alguma satisfação enervando assim os meus progenitores.
Porquê que estás vestido assim? Geralmente tu fazes jogos de cores. - Ela comenta sobre o meu traje.
Vou enterrar alguém. - Respondo.
Agora és coveiro? - A minha mãe pergunta para ter piada.
Sou sim e a próxima pessoa que irei enterrar será a senhora. - Respondo e saio da mesa.

É impossível sentar na mesa com todos eles e ninguém sair ferido,  eu bem sei como é. Nós não somos uma família, somos tribos inimigas obrigadas a dividir o mesmo espaço.

Dispensei o Álvaro e fui até o meu carro, hoje não queria que fosse ele a levar-me hoje iria sozinho para espairecer melhor durante o caminho. Logo que chego no colégio estaciono o carro e desço, tranco o carro e apresso os meus passos até ao meu grupo de amigos.

— Raider, o que fazes aqui? Pensei que estivesses suspenso. - O Henry comenta. 

— E quem te autorizou a pensar? - Respondo sério. 

Depois de alguns minutos fomos para a sala onde teríamos a aula de história de arte. Hoje estava completamente sem animo para nada, então preferi sentar-me atrás bem no fundo sala mesmo, sem ninguém para incomodar.

A professora retirou um papel com o nome dos alunos e colocou sobre a mesa dela e começou a chamar, quando acabou ela perguntou aonde se tinham metido a Candace, o Jared e a Kenya que eram os únicos que faltavam na sala.

A aula foi bem longa e aborrecida, não falei com ninguém até que o sinal tocou. Logo que ouvi o sinal, arrumei as minhas coisas na mochila e saí da sala sem dizer absolutamente nada a ninguém. 

— Hey! - O Jared vem ter comigo logo que me vê a sair da sala.
— E então? - Pergunto sem qualquer expressão.

— Porquê que tu não apareceste? Ela perguntou por ti. - Sinceramente, não queria entender o que ele me estava a dizer.
— Estás a falar de ? - Pergunto.

— De despedires a Kenya, não te faças de parvo para cima de mim que eu sei que você entendeu perfeitamente. - Ele diz.

— Quem é a Kenya? - Continuo sem expressão. O telemóvel começa a vibrar no bolso, deslizo o dedo para desbloquear e atendo sem tirar o telemóvel das mãos.
— Para de fingir que a Kenya não existe só te deixa pior. E se queres saber mesmo quem ela é, eu te vou dizer, ela é a única menina que conseguiu te mostrar como é que se gosta de alguém verdadeiramente, ela é a tua namorada e futura mulher. - O Jared me confronta.
— Ahnm okay, desculpa mas acho que percebeste mal, o nome da minha namorada é Candace, e é com ela que eu vou casa até porque ela está à espera de um filho meu, e agora se me dá licença, eu preciso ir. - Desvio a atenção para o telemóvel o vejo que a chamada havia sido desligada.

Coloco o telemóvel no bolso outra vez e começo a andar pelo pátio. Consigo ouvir algumas sirenes, mas nem ligo e continuo o meu trajecto até ser interrompido por alguns homens vestidos de azul escuro. Eles interpelam-me — Será que o senhor pode fazer o favor de nos acompanhar? 

— Porquê? - Pergunto e vejo outros homens fardados se dirigirem ao Jared.
— Porque o senhor está preso!

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