ZARID RAIDER MALIK POV
O telemóvel está por cima da cama e não para de vibrar com as ligações e mensagens da Kenya. Vou para o banheiro e me coloco debaixo do chuveiro, deixo água morna escorrer sobre mim molhando os meus cabelos escuros, as minhas tatuagens coloridas, e as cicatrizes deixadas por ela.
Saio do banho enrolado no roupão branco com detalhes dourados e vou para o closet. Escolho uma calça jeans preta com uns rasgões da GUESS, uma t-shirt preta da GUCCI, um casaco preto de napa da HERMES, um par de sapatos pretos Moccasins da GUCCI, coloquei o meu ROLEX prateado no pulso, os óculos pretos da CHANEL, peguei na minha mochila e antes de sair do quarto borrifei o meu perfume da GIVENCHY. Olhei - me no espelho e pensei "Pronto para o funeral da Kenya".
Logo que cheguei a sala de jantar, puxei uma cadeira de forma brusca e sentei-me sem dizer absolutamente nada.
— Diz - se bom dia. - A minha mãe tenta chamar - me a atenção. Olho para ela por uns segundos e rápido desvio a minha atenção.
— Bom dia senhor Zarid, é o que se deve dizer quando chegas a essa mesa a essa hora. - O meu pai tenta se impôr como sempre, apenas olho pra ele e o ignoro. No mesmo instante a Déborah senta-se na mesa e cumprimenta.
— Bom dia a todos! - Ela diz com um sorriso meio que forçado.
— Bom dia Déborah! - Respondo - lhe com alguma satisfação enervando assim os meus progenitores.
— Porquê que estás vestido assim? Geralmente tu fazes jogos de cores. - Ela comenta sobre o meu traje.
— Vou enterrar alguém. - Respondo.
— Agora és coveiro? - A minha mãe pergunta para ter piada.
— Sou sim e a próxima pessoa que irei enterrar será a senhora. - Respondo e saio da mesa.É impossível sentar na mesa com todos eles e ninguém sair ferido, eu bem sei como é. Nós não somos uma família, somos tribos inimigas obrigadas a dividir o mesmo espaço.
Dispensei o Álvaro e fui até o meu carro, hoje não queria que fosse ele a levar-me hoje iria sozinho para espairecer melhor durante o caminho. Logo que chego no colégio estaciono o carro e desço, tranco o carro e apresso os meus passos até ao meu grupo de amigos.
— Raider, o que fazes aqui? Pensei que estivesses suspenso. - O Henry comenta.
— E quem te autorizou a pensar? - Respondo sério.
Depois de alguns minutos fomos para a sala onde teríamos a aula de história de arte. Hoje estava completamente sem animo para nada, então preferi sentar-me atrás bem no fundo sala mesmo, sem ninguém para incomodar.
A professora retirou um papel com o nome dos alunos e colocou sobre a mesa dela e começou a chamar, quando acabou ela perguntou aonde se tinham metido a Candace, o Jared e a Kenya que eram os únicos que faltavam na sala.
A aula foi bem longa e aborrecida, não falei com ninguém até que o sinal tocou. Logo que ouvi o sinal, arrumei as minhas coisas na mochila e saí da sala sem dizer absolutamente nada a ninguém.
— Hey! - O Jared vem ter comigo logo que me vê a sair da sala.
— E então? - Pergunto sem qualquer expressão.— Porquê que tu não apareceste? Ela perguntou por ti. - Sinceramente, não queria entender o que ele me estava a dizer.
— Estás a falar de ? - Pergunto.— De despedires a Kenya, não te faças de parvo para cima de mim que eu sei que você entendeu perfeitamente. - Ele diz.
— Quem é a Kenya? - Continuo sem expressão. O telemóvel começa a vibrar no bolso, deslizo o dedo para desbloquear e atendo sem tirar o telemóvel das mãos.
— Para de fingir que a Kenya não existe só te deixa pior. E se queres saber mesmo quem ela é, eu te vou dizer, ela é a única menina que conseguiu te mostrar como é que se gosta de alguém verdadeiramente, ela é a tua namorada e futura mulher. - O Jared me confronta.
— Ahnm okay, desculpa mas acho que percebeste mal, o nome da minha namorada é Candace, e é com ela que eu vou casa até porque ela está à espera de um filho meu, e agora se me dá licença, eu preciso ir. - Desvio a atenção para o telemóvel o vejo que a chamada havia sido desligada.Coloco o telemóvel no bolso outra vez e começo a andar pelo pátio. Consigo ouvir algumas sirenes, mas nem ligo e continuo o meu trajecto até ser interrompido por alguns homens vestidos de azul escuro. Eles interpelam-me — Será que o senhor pode fazer o favor de nos acompanhar?
— Porquê? - Pergunto e vejo outros homens fardados se dirigirem ao Jared.
— Porque o senhor está preso!

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NURD
SonstigesEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...