Capítulo 73

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KENYA ONIKA VAZ POV


Zarid💔 : Eu diria que não foi esse o combinado. Serias obrigada a sair do caixão com vida, porque eu não permitiria que morresses. Não imaginas o quão feliz eu estou por teres respondido, mesmo que isso tenha demorado dois meses. Senti tanto a tua falta.😔😢💔

— 08:56 PM

Zarid💔 : Kenya???

— 08:58 PM

Zarid💔 : Não acredito que me vais abandonar outra vez, não é justo.

— 09:00 PM

Zarid💔 : Se quiseres que desista de ti é só dizer, eu já não aguento esta merda. Um dia tu queres e no outro não. Eu não sou a porra de uma marioneta, eu tenho sentimentos mesmo que às vezes não pareça. Eu não posso ficar atrás de ti, se não quiseres é melhor dizer porque eu estou farto. 😪

— 09:30 PM

Me: Desiste! 

— 09: 35 PM

Bloqueio o telemóvel e não volto a mexer.

Há dois meses eu fui embora.  Não senti remorsos, não senti dor, não me senti mal, não senti nada, eu apenas fui.

Há dois meses que implorei para o meu pai me deixar vir para à Alemanha com ele, mesmo com a minha avó a se opor. Eu vim, não olhei para o que deixei para trás, porque eu podia ter morrido naquela noite em que fiquei por lá. 

No dia seguinte de manhã eu pedi para vir ter com ele, meu pai achou estranho, não me quis deixar vir, mas eu disse que se ele não me deixasse eu viria fugida e ele nunca mais ficaria a saber de mim. Foi mais ou menos assim, bem que eu merecia um castigo por ter feito isso com o meu pai, mas foi necessário.

Minha vida está um caos por causa de um estúpido miúdo que apareceu no meu caminho, mas que eu faria tudo para deixá-lo em segurança.

Há dois meses que eu tenho me preparado para morrer no lugar dele. Tudo porque não lhe consegui matar. Eu não tinha um ponto fraco até conhecer-lhe, e... Pois, ele é o meu ponto fraco. Quando pensam em tocar nele de forma imprópria meu coração para e eu penso que tenho que impedir que algo de mal lhe aconteça de alguma forma. Parece que não mas ele é parte de mim. Quando lhe acontece algum mal é como se me estivessem a arrancar uma perna, ou um braço, talvez a cabeça ou até o coração.

— Olá pequena! - O homem barbudo chama a minha atenção com a sua voz grossa.
— Oi... - Digo sem ânimo.
— Tu estás sempre aqui na piscina sem fazer nada, passa-se alguma coisa bebé? - O homem pergunta e eu suspiro.
— Não, estou bem. Só me apetece ficar sozinha. - Digo.
— Okay! Falei com o teu pai e ele perguntou como vais e tudo mais.
- Ele diz.
— Que bom! - Digo irônica. — Aproveitou para lhe dizer que vou morrer? - Pergunto mais irônica ainda.
— Para com isso Kenya, tu não vais morrer meu anjo...

— Vou sim, eu não consegui cumprir a missão...
— Não te preocupes, eu sei que tu vais conseguir, eu espero o tempo que for necessário até que consigas, porque eu acredito em ti.
— Pate...
— Não Kenya, eu não vou te matar! - Ele diz num tom chateado.
— Tá, eu acho que vou entrar.
— Feliz noite meu amor. - Ele beija-me a testa.
— Obrigada, igualmente pate. - Digo e me retiro.

Eu sei que ele ainda tem esperança que eu mate o Zarid e os outros, mas eu sei que ele sabe que eu nunca estarei preparada para isso. De um tempo para cá eu sinto que tem algo de errado nele, não confio nas suas palavras como antes. Eu montei uma escuta onde estava sentada, porque sabia que a qualquer momento ele iria ter comigo. Se ele descobrir eu estarei feita, mas eu preciso correr riscos.

Coloco os auriculares no ouvido e estou pronta para ouvir. Tudo está em silêncio até...

— E então? - Uma voz feminina se faz ouvir. Era a Cátia. Ela era praticamente o braço direito dele.
— Tudo nos conformes. - O pate diz.
— Até as coisas com a Kenya? - Ela pergunta. 

O silêncio percorre o ambiente por uns minutos.

— Sim, até com com ela. - Ele diz.
— Estás a mentir, eu te conheço. - Ela diz.
— Por conheceres mesmo nem devias ter perguntado, bastava olhar para mim e tinhas a resposta.
— Eu gosto quando mentes.
- A mulher diz e ri-se. — E como pensas em resolver?
— Eu já pensei em tudo, não precisas te preocupar.
— Não estou preocupada com os teus planos idiotas, estou preocupada com a Kenya. Por favor não lhe faças te odiar, já és odiado o suficiente por aquela família.
— É exactamente isso que eu não quero. A Kenya é a minha favorita. Eu já não vou lhe obrigar a matar aquele miúdo, nota-se perfeitamente que ele é a fraqueza dela.
- Ele diz, sua respiração está pesada parece até que está com raiva. —Eu nunca vou aceitar que um estúpido miúdo a torne fraca!
— Isso significa?
— Eu já sei quem vai acabar com essa fraqueza. A Kenya é minha, e eu não admito que tornem os meus fracos. Qualquer sinal de fraqueza precisa ser eliminado.
- Meu coração está a bater num ritmo acelerado. Tenho medo do que está por vir.

"Eu preciso proteger o Zarid.„ — Penso.

— Não faça uma borrada dessa John, tu és avô dela, pai da mãe dela. Tu não queres o ódio e a represália dela. Tua filha foi enterrada e nem um perdão ouviste sair da boca dela, com certeza que não queres isso da Kenya. - A Cátia diz.
— Já não mudo de ideias. Vais ver como vai ser bom para ela depois que isso tudo passar.

— Não brinques com fogo John. Um dia o nosso brinquedo de matar se vira contra nós, e ainda mais um brinquedo com sentimentos como é a Kenya. Ela é uma bomba relógio, está para explodir, você ainda não viu nada. Pensas que estás no controle, mas quando tocares no que lhe é mais precioso vais ver quem realmente manda.

"Eu preciso proteger o Zarid. Eu preciso proteger o Zarid. Como? Como? Como? Como? Eu estou presa! Eu estou presa! Eu me sinto presa...„ — Não consigo raciocinar direito.

— Calma Kenya, calma. - Tento me acalmar.

"Eu estou na Alemanha, o Zarid está na Inglaterra. Eu estou na Alemanha, o Zarid está na Inglaterra.„ — Repito para mim mesma. 

— Eu preciso me acalmar se não eu não consigo...

"Eu - Alemanha, Zarid - Inglaterra. Eu sei que o matador não é o Pate, eu preciso saber de onde vai sair o matador e quem é. Eu preciso saber também quando o matador irá atacar e eu preciso dar um jeito de sair daqui antes que seja tarde, essa noite eu não durmo, eu preciso de um plano.„ — Penso, enquanto rabisco num pedaço de papel. 

— Olha o que tu fazes comigo Zarid... - Digo para mim mesma.


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