NURD

Capítulo 3

Saio da sala do director completamente enfurecido a procura daquela idiota. Avisto-lhe e corro até ela. Puxo-lhe pelo braço fazendo-lhe se virar para mim.

— Quem você pensa que é? - Ela continua com a cabeça baixa e sem dizer nada enquanto eu estremeço e aperto o braço dela. — Você vai me ajudar sim, querendo ou não. - Falei e esperei uma reacção dela, mas ela continuou com a cabeça baixa e sem dizer nada. — Tu só podes estar a gozar comigo, fala alguma coisa porra! - Gritei com ela.

— Podes tirar as tuas patas de mim? - Ela fala em um tom arrogante que me fez apertar-lhe mais.

— Você vai me ajudar. - Tento ver melhor o rosto dela mas ela não deixa.

— Porquê que eu faria isso? - Ela continua fria.

— Porque eu quero. - Respondo rude.

— HAHAHAHAHAHHA... Okay... agora larga-me, estás a magoar-me. - Ela continua a se rir, me deixando mais irritado ainda.

— Ouve uma coisa, sua... Nerd de meia tigela tu não podes ser assim tão má. 

— E tu não podes ser assim tão bom.

— Eu preciso da tua ajuda e tu sabes, porra faz alguma coisa.

— LOL, primeiro eu tenho um nome e não é Nerd okay?

— E qual é o teu nome?

— Kenya.

— Kenya mesmo? Como um país da África?

— Ohh... Que lindo ele sabe que África não é um país e sabe o que é e onde se localiza o Kenya. Já vi que isso vai ser interessante. - Ela tira sarro da minha cara. Como é que alguém pode ser Nerd e irritante ao mesmo tempo como ela?

— Não me fodas, Okay?! Vais me ajudar ?

— Não!

— Mas porquê?

— Não me apetece.

— Quanto é que queres?

— Tu não tens o suficiente.

— Achas mesmo?

— Tenho certeza. Eu tenho que ganhar alguma coisa, não te posso ajudar assim.

— Já tens o aluno mais bonito e mais popular do colégio a falar contigo, o quê que podias querer mais. Isso não acontece, devias te sentir lisonjeada.

— HAHAHAHHAHAHAHA... Okay... Obrigada pelos motivos para rir. Preciso ir me estás a atrasar.

— Me ajudar por favor, a equipe de basquetebol é tudo para mim.

— Agora já começamos bem, um pouco de humildade faz bem para quem precisa de favor. Para quem precisa tanto de ajuda, a tua arrogância não ajuda nada meu caro, precisas ser um pouco mais humilde.

— Se você quiser eu posso ajoelhar aqui, mas por favor me ajuda. Eu não posso perder tudo que conquistei até agora.

— Okay... não precisa, não precisa chorar eu vou te ajudar.

— Obrigado! Quando começamos? Pode ser amanhã, eu dou-te o meu endereço e podemos combinar o horário depois.

— Acho que você não percebeu uma coisa. Eu vou te ajudar, mas você vai dançar conforme a minha dança, isso quer dizer minhas regras.

— Você não está a falar a sério...

— Claro que estou meu caro.

— E quais são essas regras?

— Eu nunca te vi, tu nunca me viste. Tu não falas comigo, eu não falo contigo. Não nos conhecemos. Ninguém precisa saber que eu te estou a ajudar, absolutamente ninguém. Podemos começar amanhã quando terminarmos as aulas aqui do colégio, eu dou-te o endereço de onde iremos estudar amanhã. Okay?

— Como você vai me dar o endereço se ninguém pode saber?

— Não te preocupes, isso é a parte mais fácil.

— Fácil? Fácil como? - Ela simplesmente desapareceu depois de me ter dado essa resposta.

Ela é estranha, eu é que devia ter essa preocupação por causa da minha reputação, mas foi estranho. Ainda estou a tentar entender o que se passou. E o rosto? Porquê que ela não mostra ao todo?