— Então, estás bem? - Ele pergunta assim que atende.
— Estou óptima e tu? - Respondo meio excitada.
— Se tu estás bem, eu também estou. - Ele diz.
— Novidades? - Pergunto.
— Não há... quer dizer... não vais gostar de saber. E aí? - Ele diz, e eu percebo que ele está a falar sobre o Zarid.
— Por aqui não há nada, ou melhor, há um psicopata que me anda a perseguir. - Logo que digo aquilo a Carol começa a rir bem alto. Não demora muito e ela levanta-se para ir a casa de banho.
— Ui... essa tua amiga é sempre gostosa assim? - O Jared pergunta.
— Oh Jared... - Tento repreende-lo, mas sou cortada por uma voz que sai da casa de banho.
— Sou sim querido, desde que nasci. - A Carol responde e começo a rir.
— O namorado dela te vai matar. - Aviso ao Jared.
— Não vai não, ele só te vai enviar para Marte. - Carol grita outra vez da casa de banho e começamos a gargalhar. — Kenya hoje vamos a festa amor. - A Carol grita outra vez.
— Não, não vamos. Tu vais. - Digo bem alto. O Jared começa a rir a da minha cara e nesse momento atrás dele aparece a Candace e o Zarid a beijarem-se. Jurei mentalmente para que não ia chorar. O Jared deu conta do silêncio e virou-se.
— Oh... bem... acho melhor falarmos quando for para casa não? - Ele pergunta.
— Oh, estás a falar com quem? - O Zarid pergunta para o Jared. Reparando na dificuldade dele de responder ele fica em silêncio e não fala nada até a Candace abrir o bico.
— É com a Kenya não é? - Ela pergunta e puxa o telemóvel da mão dele. De repente começa a acenar para mim e a dar-me sorrisos, esses sorrisos cínicos e bem falsos que só ela sabe dar. — Olá Kenny, sua linda. - Ela diz e dá um beijo para a câmera.
— Olá! - Respondo fria.
— Estás bem? - Ela continua a fazer-se simpática.
— Estou bem, obrigada. E tu Candace? - Pergunto dando-lhe um sorriso cínico.
— Eu estou ÓPTIMA meu amor, na sei se sabes, mas eu estou NOIVA. - Ela grita e mostra-me o anel.
— Parabéns! - Repondo meio sem graça e com o sorriso cínico nos lábios.
— Tem mais outra novidade amor. - Ela gritava feito histérica do jeito que só ela sabe fazer. — Vou casar-me daqui a dias e também pensei em chamar-te para ser a madrinha do ou da Rican, que tal? - Ela pergunta.
— Oh Candace, que lindo, eu AMEI super que aceito. - Digo sarcástica e deixo a raiva falar mais alto. — Eu também te quis chamar para ser madrinha do meu filho, o Zarid júnior, e agora por favor vai tomar aquele sumo especialmente feito para ti a marca é ''no CÚ''. - Desliguei a vídeo chamada. Estava cheia de raiva juro que não consegui engolir aquela cobra, eu tentei mas ela fez-me explodir. O telefone vibrou várias vezes, talvez fosse o Jared, porque a chamada vinha do número dele, talvez a cabra da Candace ou mesmo o idiota o Zarid, porque eu vi a cara dele quando falei Zarid Júnior.
''Oh eu e a minha boca grande''. - Suspirei.
— Trata de se equipar que nós vamos a festa. - Carol grita bem no me ouvido quando sai do banheiro enrolada na toalha.
— Carol, que parte de não vou a lugar nenhum você não entendeu? - Eu grito, como se ela tivesse culpa do que aconteceu a bocado.
— Uuuh... - Ela diz dando-me um olhar de reprovação. — Não sei porquê que estás estressada, mas aviso-te já não me voltes a gritar dessa forma, saiba separar os teus problemas menina Kenya. - Ela diz meio chateada eu abano a cabeça dando-lhe razão.
— Desculpa Carol, não volta a acontecer. - Digo arrependida.
— Estás desculpada, e agora vai tomar banho para irmos a festa. - Ela diz como se me estivesse a dar ordens.
— Mas Carol eu não quero... - Choramingo.
— Quem disse que não?! Claro que queres, isso é estresse. Tu passas demasiado tempo a estudar, precisas descontrair mais, precisas de sexo menina. - Ela berra na minha cara.
— Não preciso de nada, apenas de umas boas noites de sono. - Digo.
— Pois precisas de umas boas noites, umas boas noites de diversão, umas boas noites de fodas isso sim. - A Caroline, é aquela irmã mais velha desbocada que eu não tenho. Ela não tem medo de falar, ela está sempre lá para ajudar, para reprovar, para dar palpites, para te irritar e te amar ao mesmo tempo. Ela é aquela menina que sabe divertir-se, mas que também sabe olhar para os livros quando necessário. Ela é maravilhosa, ela não sou eu. Para além de ser bonita, sedutora, engraçada, amorosa, divertida, estudiosa, ela é uma super irmã.
— Não preciso de foda nenhuma, deixa-me em paz. - Digo lançando-lhe um olhar envergonhado.
— Precisas, e como precisas, você precisa aceitar ser comida amor e eu sei de alguém bem disposto a comer-te, só não sei se você quer ser comida por ele. - Ela dá-me aquele olhar safado, de quem diz, tu sabes.
— NÃO!!! - Grito e ela solta uma gargalhada.
— Pois... pois... pois... Vai tomar banho, temos uma festa para ir e daqui a nada os rapazes vêm buscar-nos. - Ela avisa enquanto coloca o corpete de cor vermelha que elevam bem os seus seios.
— Que rapazes? - Pergunto desconfiada.
— O meu baby e o Ryan. - Ela dá-me aquele rosto de ''muito óbvio''.
— Eu não vou a lugar nenhum com o teu amigo. - Aviso-lhe e sento na cama.
— Para com isso e vai tomar banho, o Ryan não vem. - Ela dá uma gargalhada.
— Eu não quero ser vela, nem gerador, nem nada. Vocês podem ir eu fico bem. - Digo tentando fugir.
— Levanta-me a merda desse rabo da cama e vai tomar banho, já estou a passar-me. - Diz chateada.
— Tá bom, eu vou tomar banho, mas aviso-te já NÃO TENHO ROUPA. - Grito logo que fecho a porta da casa de banho.
Abro a água e ponho-me debaixo do chuveiro com cuidado para não molhar o cabelo. Depois de 15 minutos saio e vejo a Carol a maquilhar-se. Olhei para a minha cama e havia algumas roupas minhas que a Carol havia tirado do meu guarda roupa. Olho para as roupas desesperada como quem diz ''mas como é que ela consegue?''.
— Meu amor, levas o vestido vermelho. - Ela diz e eu suspiro.
O vestido era... era demais, eu não queria usá-lo. Era completamente vermelho, sem alça alguma, os decotes eram completamente exagerados, o de frente tinha uma abertura fina até no estômago e das costas era até ao rabo, marcava muito bem minha silhueta, travado e ficava-me a meio das coxas. Não é que odiasse o vestido, só achava-o exagerado, a minha avó paterna me havia ofertado e eu nunca cheguei a usá-lo.
Enfio o vestido no meu copo e de repente vejo um par de sapatos voar na minha direcção, eles eram completamente pretos, tal como o casaco que coloquei por cima daquele extravagante vestido. A Carol prendeu-me o cabelo só de um lado e passou-me uma maquilhagem bem simples, base, batom vermelho escuro, sombra e para mim já chegava.
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NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...