Capítulo 52

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— Então, estás bem? - Ele pergunta assim que atende.

— Estou óptima e tu? - Respondo meio excitada.

— Se tu estás bem, eu também estou. - Ele diz.

— Novidades? - Pergunto.

— Não há... quer dizer... não vais gostar de saber. E aí? - Ele diz, e eu percebo que ele está a falar sobre o Zarid.

— Por aqui não há nada, ou melhor, há um psicopata que me anda a perseguir. - Logo que digo aquilo a Carol começa a rir bem alto. Não demora muito e ela levanta-se para ir a casa de banho.

— Ui... essa tua amiga é sempre gostosa assim? - O Jared pergunta.

— Oh Jared... - Tento repreende-lo, mas sou cortada por uma voz que sai da casa de banho.

— Sou sim querido, desde que nasci. - A Carol responde e começo a rir.

— O namorado dela te vai matar. - Aviso ao Jared.

— Não vai não, ele só te vai enviar para Marte. - Carol grita outra vez da casa de banho e começamos a gargalhar. — Kenya hoje vamos a festa amor. - A Carol grita outra vez.

— Não, não vamos. Tu vais. - Digo bem alto. O Jared começa a rir a da minha cara e nesse momento atrás dele aparece a Candace e o Zarid a beijarem-se. Jurei mentalmente para que não ia chorar. O Jared deu conta do silêncio e virou-se.

— Oh... bem... acho melhor falarmos quando for para casa não? - Ele pergunta.

— Oh, estás a falar com quem? - O Zarid pergunta para o Jared. Reparando na dificuldade dele de responder ele fica em silêncio e não fala nada até a Candace abrir o bico.

— É com a Kenya não é? - Ela pergunta e puxa o telemóvel da mão dele. De repente começa a acenar para mim e a dar-me sorrisos, esses sorrisos cínicos e bem falsos que só ela sabe dar. — Olá Kenny, sua linda. - Ela diz e dá um beijo para a câmera.

— Olá! - Respondo fria.

— Estás bem? - Ela continua a fazer-se simpática.

— Estou bem, obrigada. E tu Candace? - Pergunto dando-lhe um sorriso cínico.

— Eu estou ÓPTIMA meu amor, na sei se sabes, mas eu estou NOIVA. - Ela grita e mostra-me o anel.

— Parabéns! - Repondo meio sem graça e com o sorriso cínico nos lábios.

— Tem mais outra novidade amor. - Ela gritava feito histérica do jeito que só ela sabe fazer. — Vou casar-me daqui a dias e também pensei em chamar-te para ser a madrinha do ou da Rican, que tal? - Ela pergunta.

— Oh Candace, que lindo, eu AMEI super que aceito. - Digo sarcástica e deixo a raiva falar mais alto. — Eu também te quis chamar para ser madrinha do meu filho, o Zarid júnior, e agora por favor vai tomar aquele sumo especialmente feito para ti a marca é ''no CÚ''. - Desliguei a vídeo chamada. Estava cheia de raiva juro que não consegui engolir aquela cobra, eu tentei mas ela fez-me explodir. O telefone vibrou várias vezes, talvez fosse o Jared, porque a chamada vinha do número dele, talvez a cabra da Candace ou mesmo o idiota o Zarid, porque eu vi a cara dele quando falei Zarid Júnior.

''Oh eu e a minha boca grande''. - Suspirei.

— Trata de se equipar que nós vamos a festa. - Carol grita bem no me ouvido quando sai do banheiro enrolada na toalha.

— Carol, que parte de não vou a lugar nenhum você não entendeu? - Eu grito, como se ela tivesse culpa do que aconteceu a bocado.

— Uuuh... - Ela diz dando-me um olhar de reprovação. — Não sei porquê que estás estressada, mas aviso-te já não me voltes a gritar dessa forma, saiba separar os teus problemas menina Kenya. - Ela diz meio chateada eu abano a cabeça dando-lhe razão.

— Desculpa Carol, não volta a acontecer. - Digo arrependida.

— Estás desculpada, e agora vai tomar banho para irmos a festa. - Ela diz como se me estivesse a dar ordens.

— Mas Carol eu não quero... - Choramingo.

— Quem disse que não?! Claro que queres, isso é estresse. Tu passas demasiado tempo a estudar, precisas descontrair mais, precisas de sexo menina. - Ela berra na minha cara.

— Não preciso de nada, apenas de umas boas noites de sono. - Digo.

— Pois precisas de umas boas noites, umas boas noites de diversão, umas boas noites de fodas isso sim. - A Caroline, é aquela irmã mais velha desbocada que eu não tenho. Ela não tem medo de falar, ela está sempre lá para ajudar, para reprovar, para dar palpites, para te irritar e te amar ao mesmo tempo. Ela é aquela menina que sabe divertir-se, mas que também sabe olhar para os livros quando necessário. Ela é maravilhosa, ela não sou eu. Para além de ser bonita, sedutora, engraçada, amorosa, divertida, estudiosa, ela é uma super irmã.

— Não preciso de foda nenhuma, deixa-me em paz. - Digo lançando-lhe um olhar envergonhado.

— Precisas, e como precisas, você precisa aceitar ser comida amor e eu sei de alguém bem disposto a comer-te, só não sei se você quer ser comida por ele. - Ela dá-me aquele olhar safado, de quem diz, tu sabes.

— NÃO!!! - Grito e ela solta uma gargalhada.

— Pois... pois... pois... Vai tomar banho, temos uma festa para ir e daqui a nada os rapazes vêm buscar-nos. - Ela avisa enquanto coloca o corpete de cor vermelha que elevam bem os seus seios.

— Que rapazes? - Pergunto desconfiada.

— O meu baby e o Ryan. - Ela dá-me aquele rosto de ''muito óbvio''.

— Eu não vou a lugar nenhum com o teu amigo. - Aviso-lhe e sento na cama.

— Para com isso e vai tomar banho, o Ryan não vem. - Ela dá uma gargalhada.

— Eu não quero ser vela, nem gerador, nem nada. Vocês podem ir eu fico bem. - Digo tentando fugir.

— Levanta-me a merda desse rabo da cama e vai tomar banho, já estou a passar-me. - Diz chateada.

— Tá bom, eu vou tomar banho, mas aviso-te já NÃO TENHO ROUPA. - Grito logo que fecho a porta da casa de banho.

Abro a água e ponho-me debaixo do chuveiro com cuidado para não molhar o cabelo. Depois de 15 minutos saio e vejo a Carol a maquilhar-se. Olhei para a minha cama e havia algumas roupas minhas que a Carol havia tirado do meu guarda roupa. Olho para as roupas desesperada como quem diz ''mas como é que ela consegue?''.

— Meu amor, levas o vestido vermelho. - Ela diz e eu suspiro.

O vestido era... era demais, eu não queria usá-lo. Era completamente vermelho, sem alça alguma, os decotes eram completamente exagerados, o de frente tinha uma abertura fina até no estômago e das costas era até ao rabo, marcava muito bem minha silhueta, travado e ficava-me a meio das coxas. Não é que odiasse o vestido, só achava-o exagerado, a minha avó paterna me havia ofertado e eu nunca cheguei a usá-lo.

Enfio o vestido no meu copo e de repente vejo um par de sapatos voar na minha direcção, eles eram completamente pretos, tal como o casaco que coloquei por cima daquele extravagante vestido. A Carol prendeu-me o cabelo só de um lado e passou-me uma maquilhagem bem simples, base, batom vermelho escuro, sombra e para mim já chegava.

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