Abro os olhos e procuro pela cama o meu telefone, logo que o avisto passo um dos dedos pelo ecrã e desbloqueio-o. Encontro um monte de mensagens da Candace e do Jared, apenas abro as últimas mensagens não me importando muito com as outras.
Candace: Desculpa, eu não queria te deixar irritado. Tu sabes... 😭😭😭😭😭
- 00:24
Candace: Por favor fala comigo... 😭😓
- 00:26
Jared: Porra perdeste😼 ... A festa estava 😶... Te conto no colégio.😼
- 05:30
Levanto da cama meio ensonado e caminho até o banheiro e começo a fazer a minha higiene pessoal de todas as manhãs, em menos de 1 hora estava despachado. Vesti o meu roupão e fui até o closet. Peguei umas calças rasgadas da Zara de cor branca, uma t-shirt Gucci também de cor branca, um par de tênis da Loubouttin de cor preta, e um casaco de napa da Hermes também de cor preta. Volto para o quarto já pronto, abro uma das gavetas e retiro o meu relógio dourado da Rolex, pego na mochila preta da Gucci e ponho-me imediatamente dentro do elevador.
Sento-me na mesa e graças a Deus não há ninguém para me começar a irritar.
- Bom dia menino Malik, deseja alguma coisa? - Uma das empregadas vem ter comigo à mesa.
- Não, obrigada está tudo bem. - Respondo de forma educada e dou um sorriso.
Eu trato melhor os empregados da minha casa, do que os meus próprios pais. Sinceramente acho que eles merecem mais respeito e consideração pelo tempo e paciência que têm comigo, do que certas pessoas que me tentam impôr regras dizendo-se meus pais.
- Bom dia! - Oiço a voz da autoridade. Ele e a mulher dele se aproximam mais da mesa, e se sentam.
- Bom dia! - Respondo quando eles se sentam, não dando muito tempo de eles começarem a falar.
- Posso saber porquê o senhor não apareceu ontem na festa e não atendeu nenhuma das minhas ligações? - Ele se dirige a mim.
- Não queria. - Respondo e continuo a comer sobre os olhares do senhor autoridade e da senhora que me deu a luz.
- Não se trata de quereres, todos os anos você sabe que tem que estar lá.
- Todos os anos é a mesma coisa, o senhor é homenageado pelos milhões feitos e nós pousamos de família feliz coisa que não somos. Estou farto.
- Pois, estás farto. Para de reclamar de barriga cheia, se você não se vê feliz o quê que fazes aqui? Seu mal agradecido. - Ele bateu na mesa com as mãos.
- Se sentir falta de um pai e de uma mãe ausentes me faz mal agradecido, então obrigado sou mesmo. Reclamo de barriga cheia ?! O que é reclamar de barriga cheia? - Falei no mesmo tom.
- Pais ausentes não, pais trabalhadores que se sacrificam para vos dar a vida que você e as tuas irmãs levam. Esses carros de luxos que vocês têm, a vida luxuosa que vocês têm, mansões antes dos 18 anos e um monte de coisas, agora vens aqui reclamar, seu mal agradecido eu te trato como um rei e é assim que retribuis. - Ele joga o lenço contra mim.
- Não preciso dessa merda de vida, eu preciso é de pais presentes que estejam lá quando eu precisar, pena que agora já é tarde. Vocês erraram com Déborah, erraram comigo e agora erram com Louíse, porra! Que tipo de pais são vocês? Para vocês é mais importante mostrar para os outros o que têm e mentirem sobre serem felizes como uma família enquanto não são. Você só sabe trabalhar e trabalhar, e você senhora mamãe só sabe viajar com as amigas, fazer compras e merdas do género, cadê o tempo que vocês têm para nós? Se pais trabalhadores são assim, então eu preferia ter pais pobres, nós não teríamos esse dinheiro todo, mas pelo menos teríamos amor dentro de casa. - Gritei.
- Filho... - Ela tenta tocar-me, mas afasto-me de imediato.
- Não preciso da tua pena, pena quem tem sou eu de ti por saber que não consegues ser mãe e nem mulher, porque não consegues impor-te na presença do teu marido que não liga para ti e você finge que vive num mundo cor de rosa para todos e quando ninguém olha você se esconde e chora. Ele pode até te dar fama e dinheiro, mas ele não é o marido que você queria que ele fosse e você não consegue dizer. Eu não digo que você é a pior mãe do mundo, você é apenas uma das piores se isso te faz sentir melhor ...
- Chega! - Senti a mão pesada do meu pai queimar-me o rosto. - Chega, você já passou dos limites.
Depois daquela chapada, peguei na minha mochila e saí daí. Entrei no carro onde o Álvaro já estava a minha espera. Não falei nada durante todo o caminho, fechei meus olhos deixando cair assim uma lágrima que rapidamente limpei, para não parecer fraco. Na verdade eu era fraco, porque escondi deles esses todos anos essa verdade que eles fingiam não ver. O que me doía mais nesse momento não era a chapada, era o facto de eles não admitirem os erros.
- Menino, chegamos. - O Álvaro avisa, me despertando dos meus pensamentos.
- Okay. - Respondo frio e seco.
- Eu não sei o que se passa ou o que se passou, mas o menino não pode esquecer do que nós acertamos. - Ele diz sério e eu apenas assinto com a cabeça e saio do carro.
Logo que atravesso os portões, tento me dirigir para a quadra, hoje era dia de treino porque tínhamos um jogo marcado para o final de semana em outro colégio, sou interrompido.
- Zarid nós precisamos conversar. - Ela se coloca a minha frente, travando a minha passagem.
- Agora não Candace, porra! - Grito com ela depositando-lhe a minha raiva como se ela tivesse culpa e desvio-me dela.
- Parece que o período de alguém ainda não apareceu. - Oiço o Jared gritar e simplesmente o ignoro e continuo a caminhar até a quadra.
Dispo as minhas roupas, e coloco o equipamento. Saio do balneário e vou para a quadra. O treinador já estava lá com os outros a proferir algumas palavras antes de começar o treino. O treino começa, são por aí 4 à 5 horas. Logo que termina o treino, vou tomar um banho e visto as minhas roupas.
Acabo de me preparar e vou para a aula de artes que é por aí 1:30 minutos. Recuso-me a falar com o Jared ou com quem que fosse, hoje não era um dos piores dias para se ter contacto com alguém. Logo que a aula termina, vou até a directoria.
- Boa tarde senhor! - Cumprimento o homem sentado na cadeira a minha frente.
- Boa tarde sim menino Malik, o que deseja?
- Eu preciso que o senhor, contacte a menina Kenya e a chame para aqui. - O homem ficou admirado com o meu pedido. E logo pediu para que a chamassem. Logo que ela entrou na sala e viu-me lá, lançou-me um olhar, apenas sorri. Ela parecia gira quando estava nervosa.
- Boa tarde senhor director, posso saber porque fui chamada? - Ela pergunta séria.
- Pergunte ao menino Malik ele é que pediu para que a chamasse.
- O quê que queres? - Ela pergunta rude. Ela nunca faz contacto visual, e quando faz são de 5 segundo à 1 minuto. Não sei qual é o problema dela.

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NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...