Sem abrir os olhos estendo o meu braço para o outro lado da cama tentando procurar pela Kenya. Não sinto nada, abro os olhos rapidamente e a menina dos cabelos afro já não estava lá. Olho para a mesa e as coisas dela já não estavam lá. O seu lado da cama que devia estar completamente desarrumado, pelo contrário estava completamente ajeitado, como se ninguém tivesse dormido aí.
Sento-me na cama e olho para a banca do meu lado, para a outra, levanto e vou até a mesa, a cómoda,e não havia nada. Nem um bilhete com uma explicação, era como se um fantasma tivesse passado aí.
Vou para o banheiro tomo um banho para relaxar. Vou para o closet retiro de lá uma t-shirt branca da Hermes, umas calças jeans rasgadas da Levi's, um casaco castanho da Louis Vuitton, e um tênis castanho do Louis Vuitton. Vou para o quarto, abro uma das gavetas e retiro um dos meus relógios da Rolex, pego na mochila e desço.
''Pelo menos nessa casa não há ninguém para me chatear''. - Penso. Atiro a minha mochila no sofá da sala e vou para a sala de jantar.
- Bom dia senhor! - A empregada se dirige a mim.
- Bom dia sim! - Respondo com um sorriso.
- Vai precisar de alguma coisa? - Ela pergunta atenciosa.
- Não, quer dizer... você sabe me dizer onde é que está a rapariga que estava comigo? - Pergunto enquanto bebo o meu café.
- Não senhor, melhor olhar nos videos da câmeras. - Ela responde e logo faço-lhe um sinal para dispersar.
Acabo de comer e volto para a sala para pegar a minha mochila. Saio de casa e vou ao encontro do Álvaro que já me aguardava a frente do carro.
- Bom dia Álvaro. - Cumprimento-o.
- Bom dia menino Malik. Seus pais ligaram a perguntar aonde o senhor se tinha metido.- Ele responde.
- Porquê que isso lhes interessa? - Entro para o carro.
- Porque eles são seus pais e se preocupam com o senhor. - Ele responde.
- HumRhum... Está bem Álvaro. - Digo e me mantenho em silêncio o tempo todo até chegar à escola.Me despeço do Álvaro e desço do carro. Apresso os meus passos para dentro do colégio. Começo a andar até a sala de artes, empurro a porta e o professor me encara.
- Sempre a nos brindar com a sua presença menino Malik, quanta honra. - O professor fala se referindo ao facto eu chegar tarde.
- Faz parte, nós homens de negócios precisamos dar aos outros essa honra. - Respondo sem tirar os meus óculos da Diesel do rosto e entro na sala. Vou até ao meu lugar, onde o Jared já se encontrava.
Sento-me e os olhares continuam postos em mim, eu era sempre o centro das atenções e isso não incomodava nada.
- Minha cabra, aonde é que te meteste tua mãe ontem ligou para mim a perguntar aonde é que estavas. - Ele sussurra.
- Jared meu amor, posso ter uma vida longe da nossa de casados? - Pergunto para ele.
- Agora andas cheio de segredinhos, mas okay. Viste a foto que te enviei? - Ele saca o telemóvel e mostra-me a foto outra vez.
- Claro que vi, porra Jared, que gostosa! Aonde é que você encontrou essa? - Pergunto sem tirar os olhos do telefone, só a olhar para as pernas e o rabo da menina.
- Na festa né, se você tivesse ido, juro que não te ias arrepender, porque essa visão foi a melhor que eu tive durante a festa toda.
- Essas festas não são para mim, mas se você me enviasse antes, eu podia ir né seu idiota de merda.
- Não, assim não teria piada. Não podia ver a tua cara de arrependimento tal como agora. HAHAHAHHAHAHAHAAHA... - Eu puxo-lhe o telemovel enquanto ele se ri e o professor olha para nós.
- Sempre os mesmos, Malik e Leto fora agora! - O professor grita. Levantamos com as nossas mochilas e saímos.
- Um dia ainda dou na cara desse professor. - O Jared diz, enquanto caminhávamos até o pequeno restaurante do colégio.
- Dar na cara é coisa de gay, homem que é homem arrebenta o focinho do camarada. - Falei. Ele me deu um soco no peito e eu devolvi, quando estávamos já na porta avisto a rapariga dos cabelos afro. Rapidamente invento uma desculpa para o Jared fazendo-lhe entrar, enquanto eu corria na direcção da menina. Não havia ninguém no pátio. Agarrei-lhe no braço e puxei-lhe até a casa de banho masculina. Tranquei a porta e ela me mirava com raiva.
- Com que então também chegas tarde?
- Com que então andas a controlar-me?
- Sem tempo para ser babá de meninas que sabem muito bem virar-se.- O quê que queres?
- Você saiu sem dizer nada, nem um bilhete nem porra nenhuma. - Gritei com ela.
- Não grites! Baixa a bolinha okay? Quando dormes com raparigas não acho que deixas bilhetes a dizer-lhes bom dia ou Da'Fuck antes de saíres.- E não faço mesmo.
- E porquê que eu tinha que deixar? Ouve lá, eu não namoro contigo. Nós não temos nada.
- Porque...
- Ouve só, vou deixar aqui uma coisa bem clara. Eu não sou a Candace, ela não sou eu e sabe o que nos difere, é que eu nunca serei ela muito menos como ela, põe isso na tua cabeça oca.- Que se foda! Só estava preocupado contigo, mas já vi que nem adianta.
- Não preciso da tua preocupação, preciso é do teu amiguinho entre as pernas.
- Oh! Dele já precisas? Eu não sou objecto sexual.
- Tu me usas e abusas como material didáctico e no entanto, eu não reclamo.
- Estás a tentar te aproveitar, não tires proveito da situação.
- Não penses dessa forma pense mais em amigos que trocam favores.
- Não quero trocar favores contigo, você é assustadora demais para eu aceitar isso.- Okay, depois não te arrependas.
- Quem é Vinny?
- Vinny? Que Vinny? - Ela tenta disfarçar.- Ontem gritaste várias vezes esse nome e parecia que estavas a ter pesadelos.
- Lamento, mas não sei do falas.
- Tal como a mancha no pescoço, ou no braço?- Me deixa em paz. - Ela grita. Seus olhos parecem transbordar raiva focados em mim.
- Você não parece ser tão inocente como tenta aparentar. A santinha do pau oco que passa despercebida aos olhos de todo mundo.
- Vou ignorar-te.
- Você é tão criança, mas esconde tanta coisa Kenyazinha. Eu ainda vou descobrir o que você esconde, essa tua história da menina pobre que consegue uma bolsa num colégio com uma propina milionária, até cola por seres super inteligente mas acontece que eu não acredito nela.- Vai cuidar da tua vida seu palhaço.
- Kenyazinha, não te esqueças que hoje vamos estudar eu, você e o meu amiguinho aqui. - Pisco-lhe um dos olhos.@Schmitt_S

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NURD
De TodoEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...