Capítulo 35

2.8K 276 7
                                    

Eu não sabia onde me esconder, onde colocar-me naquele momento. Só sei que depois daquela carta completamente arrasadora da minha mãe, o meu coração estava no chão quebrado em pedacinhos. Como até já estava tarde a Mónica pediu para que se preparassem quartos extras na casa para as visitas dormirem, e eu como não estava mesmo bem pedi licença para me retirar daí.

Saí da sala, subi até o meu quarto e fui até o banheiro lavar o meu rosto sujo com lágrimas. Tirei o vestido e deixei-o no chão do quarto ao lado das sandálias, fui para de baixo das colchas tentar compreender tudo que se havia passado, tudo que se passa e o que ainda se irá passar, acontece que depois daquilo não eram só as palavras da minha mãe que causavam lágrimas, as da minha avó pioravam tudo, mas eu sabia que eu era culpada por tudo isso.

Cabeça cheia de pensamentos carregados de tristeza e culpa olho para o telemóvel e já marcavam 03:00 da manhã. Nem meu pai, nem a minha avó, nem a Bonnie, nem a Mónica, ninguém veio falar comigo, porque eles entendem que preciso de espaço. Distraí-me completamente nos pensamentos até ouvir alguém perguntar-me algo.

— Kenya, estás bem? - A voz rouca do Zarid, me desperta dos pensamentos.

— Porquê que eu sou tão má? - Perguntei-lhe sem olhar para o rosto dele sequer.

— Tu não és má, quem disse que és? - Ele se aproxima, consigo ouvir seus passos pelo quarto.
— Tu não sabes de nada Zarid, eu lamento imenso, mas não te posso contar. - Me lamento e sinto a cama a mexer, como se alguém tivesse sentando ou deitando sobre a mesma. Me sento na cama e logo que viro, o Zarid está sentado sobre a cama a olhar para mim, nossos olhos se encontram e eu quase não sei o que dizer.

— Tu podes contar-me tudo o que quiseres, mas se não é o momento eu vou respeitar e dar-te espaço até te sentires bem para falar sobre. - Ele diz e puxa-me para um abraço. Sinto suas mãos geladas sobre a minha pele e isso me faz arrepiar.
— Obrigada. - Sussurro perto do ouvido dele. Ele aperta-me com mais força e ficamos assim por um bom tempo. 

Quando me acalmei senti ele afastando nossos corpos e alinhando nossas cabeças. Seus olhos cor de mel focados nos meus olhos castanhos era tudo que a via naquele momento. Suas mãos faziam contornos na minha face, seus carinhos intensos me estavam a deixar fora de mim. Ele não me beijava, ele não dizia nada, ele apenas fazia carinho sobre a minha face, passava seus dedos sensíveis sobre os meus lábios, mas não tirava os olhos de mim por nenhum segundo, me deixando mais envergonhada. 

Fechei os meus olhos e me senti bem mais próxima dele, aquele silêncio que se fazia, aquele silêncio que me incomodava, aquele silêncio que me torturava, era aquele silêncio que procurava quando estivesse perto dele, porque quando estivesse do seu lado aquele silêncio já não era tão mal assim, pelo contrário era aquele silêncio que fazia com que não brigássemos, com que não nos odiássemos, era naquele silêncio que conseguíamos provar que realmente nos amávamos.

E foi naquele silêncio que me perdi, quando ele aproximou-se mais de mim e senti sua respiração intensa sobre mim. Suas mãos estavam completamente divididas, enquanto uma agarrava-me a cintura descoberta, a outra fazia o contorno do meu pescoço, acho que objectivo era para que não fugisse, mas quem disse para ele que era isso que queria? Seus lábios bem próximos dos meus, e por um momento eu não consegui descrever o que realmente eu estava a sentir, eu podia dizer que era só mais uma ilusão, mas eu sabia que o que se estava a passar ali, naquele momento era muito mais e me fugia a compreensão. Ele juntou os nossos lábios, foi aí que tive a sensação que me estava perder. Não eram só nossos lábios a beijarem naquele momento, eram muito mais que lábios eram nossas almas entrando em contacto, aquilo sim eu podia chamar de beijo perfeito.

Depois de perdermos um bom tempo nos entregando com um beijo apenas, tivemos de nos afastar para recuperar aquele oxigénio que havíamos perdido. Enquanto tentávamos recuperar o oxigénio, seus olhos cor de mel estavam focados nos meus olhos castanhos, suas mãos faziam o contorno da minha cintura. Por impulso estiquei as minhas mãos e comecei a tirar a sua t-shirt. 

Fiquei parada a observar as suas tatuagens por um bom tempo, suas mãos foram subindo da cintura até o meu sutiã e com cuidado ele desabotoou o mesmo e em seguida abraçou-me. Meus seios embateram contra o seu peito, e naquela troca de calor corporal meu cérebro se perdia complemente descobrindo coisas que nem eu conseguia explicar. Seus lábios molhados tocavam na minha pele descoberta causando-me arrepios. Cada vez que sua boca abria suavemente para me beijar o pescoço eu gemia completamente em seu ouvido, depois de um bom tempo aquilo já parecia música para ambos os ouvidos.

— Queres parar? - Ele sussurra em meu ouvido.

— Se dissesse que sim, seria como se estivesse a pedir para me prenderes. Acontece que eu não quero ser presa. - Sussurrei de volta.

Ele deita-me na cama com cuidado e vai beijando o meu pescoço, descendo para os seios, e continua descendo até a barriga e com a mesma calma sobe até os meus lábios. Sem esperar sinto a sua pele macia sobre o meu corpo, sinto seus toques com a ponta dos dedos me levando ao delírio e causando-me arrepios. Ele vira-me de costas e no mesmo instante sinto sua língua macia deslizando sobre as mesmas. Naquele silêncio, escuto sua voz rouca me dizendo ''Fique assim, hoje vou sugar a sua alma''.  A sua respiração ofegante não sai dos meus ouvidos, e eu sei que ele sabe que isso me está a deixar completamente excitada, mas ele continua de propósito ''Acho que o objectivo é me levar a loucura''. - Penso eu.

Sua boca em meu pescoço, suas mordidas, seus chupões é tudo que consigo sentir agora e isso me está a tirar do sério. Só sei que seus toque se intensificavam e percorriam lugares que eu desconhecia, mas que ao mesmo tempo me faziam explodir de tesão. Sua língua se deliciava com os meus quadris, cada mordida significava um grito de prazer. Tento me virar e sinto suas fortes mãos me impedindo, só consigo arrancar os lençóis da cama. Sua boca prende na minha calcinha e começa a deslizar a mesma com a boca. 

Sua língua desliza sobre as minhas coxas e suas mãos me apalpam o rabo. Consigo sentir sua língua bem perto da minha vagina, mas ele continua a me torturar. Meu cérebro não quer ser aprisionado, mas o meu corpo implora para que ele me continue aprisionando. Seus braços separam as minhas coxas, numa abertura intensamente deliciosa e sua língua me penetra, me levando ao delírio, gemo tanto que meu fôlego some. Sem palavras, sem raciocínio, sem meu corpo, sem eu estar em mim, apenas a suavidade do toque de sua língua toma conta de mim...

Ele vira-me com todo cuidado e suavidade. Juro que as minhas pernas ainda tremem de tanto prazer, aprecio-lhe a tirar as calças, a seguir os boxers. Abre as minhas pernas com mais força, como se me estivesse a fazer implorar para que ele me penetrasse. Minhas pernas abertas e desprotegidas, ele vem para cima de mim e me penetra. Seus primeiros movimentos eram completamente lentos, depois começaram a intensificar-se. Tenho a sua pele sensível dentro das minhas unhas, suas costas estão sangrando e mesmo assim ele não para. 

Começa o sexo do amor em sua jornada de gozo e viagens sem fim, viagens longas de prazer e delirantes orgasmos contínuos além do imaginário...Desenhos desejados, corpos suados grudados, bocas secas a molhar, lábios a beijar.No Compasso a desfilar, almas a descansar, ossos quebrados a juntar, olhos fechados a sonhar...Pensamentos a vagar, no Infinito acalmar, usando o compasso de corpos a se juntar, corpos grudentos a suar ... rasgando os lençóis de tanto gozar...


— Quer... diz... dizer que aceitaste? - Ele pergunta depois de tentar recuperar o fôlego.

— Será que tu mereces o que eu sinto por ti? Eu já não sei de mais nada, só sei que quero ser feliz ao lado de alguém, só que eu não sei se esse alguém és tu. 



NURDOnde histórias criam vida. Descubra agora