Depois da pergunta errada ou certa o clima que se instalou não foi um dos melhores. Ela reagiu super mal a minha pergunta e recusou-se a responder-me, utilizou argumentos super pesados para disfarçar, mas se ela pensa que eu não dei conta aí é que ela se engana. Sabe tudo de todo mundo, mas tem medo que as pessoas saibam coisas sobre a vida dela e é isso que me faz querer saber mais.
Nesse momento estou sentado na minha cama, enquanto ela se encontra trancada no banheiro. De repente ouço algo entre os lençóis, era o telemóvel dela. Um número desconhecido ligava sem parar e ela não saía do banheiro, resolvi atender.
— Alô! - Falo educadamente, algo que quase não faço.
— Passa o telemóvel a dona. - Uma voz masculina se faz ouvir e a maneira rude então como falou, eu queria era rebentar a cara dele e mais nada, mesmo sem saber quem era.
— Eu não vou passar a porra do telemóvel a ninguém e já agora faz o favor de te identificares, apetece-me fazer-te uma visita. - Falo furioso.
— Desculpa mas eu não sou gay, eu prefiro mesmo vagina okay? De preferencia a da Onika. -
— Eu vou te matar... - Antes que terminasse a ligação é cortada.''Quem era esse filho da p**a?'' - É a pergunta que não quer sair da minha mente.
Vejo a Kenya sair do banheiro e decido comunicar-lhe que alguém lhe tinha ligado.
— Ligou um teu amiguinho. - Digo entregando-lhe o telemóvel, mas consigo notar o nervosismo da menina quando me ouve.— E quem te deu autorização para atender o meu telemóvel? - Ela pergunta furiosa.
— Ninguém, atendi porque quis e não acho nada de mau. - Seu rosto fechado deixando escapar uma mensagem não muito agradável para mim.
— Não acha mau porque não é o teu telemóvel.— Se fosse o meu você podia atender a vontade querida, eu não ia fazer esse espetáculo que tu estás cá a fazer.
— Mas o meu você não pode atender, e quanto aos espetáculos são meus, tal como o telemóvel. Não quero que mexas e pronto!
— E porquê?— Porque é privado, respeita a minha privacidade que eu respeito a tua.
— Privado? Eu acho que você não sabe o significado de respeitar a privacidade dos outros.
— O quê que estás a tentar dizer com isso?
— Eu só acho engraçado você falar de privacidade quando na verdade quem viola é você, fazendo investigações e o caraças da vida dos outros.
— Eu... Eu...
— Melhor calar, você sabe que não há explicação.O ambiente já estava tenso e quando o telemóvel dela volta a chamar as tensões só aumentaram. Ela olhou para o telemóvel vezes e vezes sem conta, mas não atendia o que me estava a deixar completamente furioso.
— Não vai atender? - Pergunto para ela que me encara séria.
— Não sei. - A resposta é rápida e fria.
— Okay, se não sabe então me dá o telemóvel que eu vou atender. - Falo para ela que parece incrédula com as palavras proferidas de minha boca.
—Claro que eu não farei isso zarid. - Ela fala chateada.
— Então atende e coloca no viva voz. - Digo sem paciência.
— Não sei o quê que te deu hoje, mas eu não vou ceder. - Ela diz como se estivesse a medir forças comigo. Tiro o telemóvel da posse dela recebo a chamada e logo coloco no viva voz, obrigando-lhe a falar.
— Alô! - Ela diz. Consigo sentir que carrega um pouco de medo e ódio na voz, mas as vezes eu preciso agir assim com ela se não vai continuar tudo na mesma e ela vai estar sempre a mentir.
— Onika meu amor, que saudades! - A voz do outro lado da linha responde e ela fica quieta por um bom tempo, como se estivesse a processar quem era ou se reconhecia, mas acontece que eu reconheci a voz, era a mesma da primeira chamada.— Com... - Ela dá uma pausa, parecia completamente nervosa. - Com... quem falo? - Ela pergunta.
— Oh meu amor, eu não acredito que você já me esqueceu, daqui é o Vinny. Lembra que eu disse que te encontrava em qualquer lugar boneca? - Vejo-lhe a congelar depois de ouvir esse nome. Esse nome que não me é estranho.
— Alô? Alô? Alô? - Ele continuava a falar, enquanto ela estava estática sem falar absolutamente nada. Eu nunca tinha visto a Kenya assim, completamente pálida. Depois de tanto insistir por fim desligou o telemóvel.
— Kenya! - Chamei por ela e não obti resposta alguma. Cheguei bem mais perto dela e toquei-lhe no ombro, fazendo-lhe despertar do transe.
— Me leva para a casa, se você não me levar eu vou sozinha. - Ela diz se dirigindo para a porta com a mochila.— O quê que aconteceu? Quem é esse tal de Vinny? - Pergunto e vejo-lhe revirar os olhos.
— Eu quero ir para a minha casa, dá para me levar sem fazer perguntas? - Ela diz.
Eu não sei quem é esse Vinny, mas para lhe deixar assim boa coisa ou pessoa não é.
No carro o silêncio se manifestava de uma forma que eu não podia imaginar. Ficou chateada por causa de uma pergunta, discutimos por eu atender o telemóvel dela, e para terminar o dia e explicar o porquê do silêncio um tal de Vinny ligou para ela e ela ficou completamente desmoronada.
Logo que o carro parou em frente a casa dela, ela saiu sem nem dizer adeus.
Eu entendo que nós tenhamos brigado e ela ficou chateada, tanto quanto eu que quase sempre sou o lesado da história, mas isso foi completamente desnecessário.
OBS: Por favor deem uma checada no meu perfil tem uma obra nova intitulada ''Why did I marry with a rapper?''
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NURD
RandomEla era tão inocente, mas tão inocente que de inocente não tinha nada. Ela era cheia dos mistérios. Mistérios esses que se escondiam por trás de um par de óculos enorme, um cabelo super desarrumado, uma saia compridona e umas camisas de mangas com...