O delegado Stein cumprimentou os presentes na sala depois de encontrar Thomas que estava de guarda na varanda. Ele estava realmente impaciente e queria resolver aquilo rápido. Começou seu interrogatório por Antonia. Os dois, mais um escrivão, foram para o escritório, onde ele conversaria com cada um.
Luke, depois de levar Joana até o Burton Ateliê, onde houve uma emergência em que precisavam dela, chegou em casa.
- É um prazer revelo Luke, apesar da terrível circunstância – disse Arthur depois de um abraço.
- Digo o mesmo pastor – disse com um sorriso triste.
- Pode me chamar de Arthur.
Luke assentiu e sentou-se no sofá.
- O soldado Thomas disse que o delegado já chegou, quem está com ele? – perguntou.
- Minha mãe – disse Annalize com um suspiro e apoiando a cabeça no encosto da poltrona – aconteceu algo grave no ateliê de Joana?
- Acho que não, era algo relacionado a alguma grande entrega. Ela realmente sabe o que está fazendo naquele lugar, quando ela chegou pude ver a expressão de alívio em todos – disse com um leve sorriso e admiração. Annalize também sorriu percebendo o modo como Luke falava de sua amiga. No dia anterior, Joana ajudou Luke em várias situações relacionadas ao velório e os dois conversaram muito a noite sobre George e sobre os bons momentos que tiveram com ele. Ela segurava sua mão enquanto algumas lágrimas vinham com a lembrança e a revolta.
- Lonan foi com vocês? – perguntou Annalize mexendo nas luvas.
- Não, achei que estava com você – respondeu Luke com um leve dar de ombros.
- Por que estaria? – disse Annalize desentendida.
- Ele ficou o tempo todo ao seu lado Anna. – Disse ele dando ênfase em Anna, referindo-se ao modo como Lonan a chama. Ela balançou a cabeça desaprovando o comentário, mas ficou intrigada por Lonan ter ido embora sem nem se despedir.
Arthur acompanhava o diálogo dos primos alternando o olhar entre eles.
- Já tem um pretendente Annalize? – ele perguntou depois de um período em silêncio.
- Não! – disse enfática – Lonan é apenas um amigo.
- Entendo, não estava falando sobre esse Lonan, era só uma curiosidade mesmo. – disse gentilmente. Annalize imaginava seu rosto enrubescido. Luke abafou uma risada.
- E você Luke – continuou Arthur – é pretendente de alguém?
- Na verdade, acho que sim – disse ele pensativo e Annalize arqueou as sobrancelhas.
- Como acha? – perguntou o pastor, curioso.
- É que... pretender eu pretendo, apenas não sei se a dama quer o que eu estou pretendendo – disse com graça. O pastor riu e naquele brevíssimo momento a tristeza se aliviou entre os três.
Annalize estava prestes a ir mais fundo nessa história, mas foi interrompida por sua mãe que dizia que agora era a vez dela de ser ouvida. Ela sentiu um arrepio, mas procurou controlar o nervosismo da situação e lembrar de cada detalhe e informação de maneira clara. Sentando-se em frente ao delegado, Annalize começou seu relato desde o início. Stein fez algumas perguntas, como por exemplo, sobre os empregados, como era a relação com o tio, se a presença de Joana na casa era frequente e quem era Lonan. Annalize respondeu tudo com sinceridade. Da forma mais educada possível e com olhos marejados, pediu o empenho do delegado para que a justiça fosse feita.
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Pedra Negra
RomanceNo decorrer da história do mundo presenciamos objetos fazerem parte de nossas vidas, damos significados à eles e muitos atravessam gerações. Mas, o que é realmente interessante são as histórias de vidas inteiras que se atravessam nessas peças, entre...