- Preciso de uma pausa – Diz Edmund após ouvir Annalize.
Ele já havia ouvido Luke, Thomas, Lorenzo, Lonan e Anna. Ele estava tentando seguir uma linha cronológica dos acontecimentos. Parecia-lhe cada vez mais claro que Daguerre era culpado. Fez muitas perguntas à Anna sobre detalhes da convivência com Daguerre e da noite em que foi presa.
- Uma pausa para o almoço senhor? – Pergunta o soldado.
- Quantos faltam?
- Acredito que três senhor.
- Então prossigamos. Dispense os que já falaram.
O soldado seguiu para a improvisada sala de espera e cumpriu o que o inspetor havia pedido.
- Que tal irmos ver Tatsuo e Margot agora? – Diz Anna apertando o ombro de Lorenzo.
- Tudo bem - o rapaz já havia os visitado logo após a mudança, mas depois de tantos acontecimentos, não foi mais.
Anna sorriu, chamou Lonan que falava com Charlie, e após se despedirem dos outros, partiram para a mansão Vanklein. Antonia decidiu esperar por Luke e Joana, que foi a próxima depoente.
- Aceita almoçar comigo? – Thomas pergunta para Beth.
- Claro – ela sorri. Charlie, ao seu lado, apenas cruza os braços. Ele conhecia a irmã o suficiente para saber que ela não pediria algum tipo de autorização – Até mais Charlie.
- Até - respondeu vendo Beth cruzar o braço com o do soldado e caminhar para a saída.
...
- E Luke sabia de seu quase envolvimento com Daguerre quando começaram o relacionamento? – Edmund pergunta para Joana.
- Não. Conversamos sobre isso após o acidente.
- E como ele reagiu?
- Ahn... Ele não gostou obviamente. Mas como o senhor mesmo disse, não chegamos a nos envolver. Luke entendeu que isso foi um fato triste do meu passado. Todos temos um.
- Por que acha que Daguerre mataria o próprio irmão? Entendo pelo que disse que ele pode ser uma pessoa ambiciosa e até mau caráter. Mas ele poderia continuar sendo rico com o irmão vivo...
- A questão não é só dinheiro. Poder, status, inveja. Ele não desejava apenas conseguir muitas coisas, mas coisas do irmão. Percebe o quão perigoso é um homem que é capaz de fazer mal a outro para satisfazer os seus desejos? – Joana pergunta pesarosa e cansada.
- Estou nisso há mais de vinte anos senhorita. Pode acreditar que percebo.
- E por que ele ainda está solto?
O escrivão ergueu a cabeça em expectativa pela resposta do inspetor. "Que senhorita atrevida" ele pensava. Mas já tinha ouvido de um tudo em seus anos de profissão.
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Pedra Negra
RomanceNo decorrer da história do mundo presenciamos objetos fazerem parte de nossas vidas, damos significados à eles e muitos atravessam gerações. Mas, o que é realmente interessante são as histórias de vidas inteiras que se atravessam nessas peças, entre...