Todos se reúnem na sala com a chegada do delegado. O mesmo, acompanhado de seus soldados, tira seu chapéu e cumprimenta a família com um boa noite. A família parece desconfortável e os empregados tensos.
- Bom, sei que devem estar esperando de mim uma resolução – disse Stein – mas a falta de provas tem dificultado meu trabalho.
- Mas os depoimentos? Não serviram de nada? – Annalize pergunta expressando sua irritação.
- Acalme-se senhorita, não terminei de falar – o delegado diz e troca um olhar rápido com Thomas. Luke coloca a mão no ombro da prima e tenta confortá-la.
- Continuando – ele passa a mão no bigode e usa seu tom de voz mais firme – definitivamente há algo errado aqui porque os depoimentos de vocês não batem. Buscamos por provas para cada uma de nossas suspeitas...
"Ah sim, buscaram tanto que Lonan teve que ir atrás de Constantiny por conta própria" pensa Annalize.
-... Mas agora, depois dos depoimentos e de uma denúncia anônima, estou convencido de que houve um crime, ainda que não seja o de homicídio. Faremos uma varredura por esta casa. Aqui está o mandato.
O delegado entrega o mandato para Luke e ele é passado de mão em mão enquanto os soldados começam a se espalhar pela casa. Annalize se anima, ela e Luke não puderam revirar o quarto de Daguerre mais detalhadamente, mas os soldados tinham total liberdade para isso. Os primos se entreolharam compartilhando de certa esperança e ambos estavam pensando em quem poderia ter mandado uma carta anônima e o que dizia esta carta.
Os soldados percorreram todo o primeiro andar e os quartos dos empregados.
- Nada aqui senhor – disse um soldado acompanhado de outros depois de um tempo. A família estava ansiosa observando o movimento.
- Juntem-se aos outros no segundo andar – disse o delegado subindo as escadas.
Annalize, Luke, Antonia e Daguerre o seguiram. Margot, Nina e Tatsuo também, mas pararam no corredor principal.
- Mais cuidado com meu piano! – disse Daguerre para um soldado que esbarrou fortemente no instrumento – essa é uma peça cara!
Thomas revirou os olhos observando a cena e começou a revirar o armário de Daguerre com mais afinco. Não se poderia reclamar, os soldados estavam empenhados na procura, mas nada encontraram. Assim foi com todos os quartos até o último, de Annalize.
Ao entrar no quarto da moça Stein o olhou em volta, fitou a cômoda e deu um suspiro virando-se para Thomas, que parecia contrariado. Depois de também mexerem em tudo os soldados voltaram-se para o delegado. Annalize, sua mãe e seu primo já estavam desanimados, já que no quarto onde poderia haver provas não foi encontrado nada e estar ali parecia perda de tempo.
- Espere – disse o delgado passando a mão na testa – abram aquela caixa de madeira.
- Está trancado senhor – disse um soldado já com a caixa nas mãos.
- Ela tem chave – Diz Annalize antes que o delegado a questione. Ela tira o colar de pedra negra, abre o pingente e retira uma chave – aqui está.
O delegado a encara e pega a chave. Ele mesmo abre a caixa e a examina. Thomas se aproxima demonstrando certo alívio.
- Parece que não há nada senhor – ele diz. O delegado passa as mãos no interior da caixa.
- Não estou tão certo disso – Stein aponta para a pequena fechadura entre o tecido azul e se vira para seus observadores.
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Pedra Negra
RomanceNo decorrer da história do mundo presenciamos objetos fazerem parte de nossas vidas, damos significados à eles e muitos atravessam gerações. Mas, o que é realmente interessante são as histórias de vidas inteiras que se atravessam nessas peças, entre...