Capítulo 72 - Boa Feira

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Annalize abriu a boca. Fechou. Abriu. Molhou os lábios. Lonan já ficava levemente nervoso com a demora da resposta.

- Quero – ela responde finalmente.

Lonan sorri e cola suas testas, deslizando uma mão por suas pernas. Ele amava cada nova parte dela que descobria. Anna engole em seco, sentindo seu coração acelerar sobremaneira. Ela o abraça forte e respira fundo, como se tal ato lhe trouxesse alívio.

Lonan ao retribuir o abraço, vê a bíblia atrás de Annalize e fica pensativo. Afasta-se um pouco para olhar seu rosto e tocá-lo.

- Nos casaremos o mais rápido possível – ele diz e Annalize assente – falarei com sua mãe.

- Pastor Arthur pode realizar a cerimônia – Annalize se anima – Dimitri pode levar as alianças! – Lonan ri e a beija sorrindo.

- Com certeza. E depois teremos nossa casa – ele diz visionário.

- Podemos ficar na minha – ela sugere dando de ombros.

- Uhn... Pensamos nisso depois – Lonan diz e a deita, deitando-se ao lado dela, após colocar a bíblia na mesinha ao lado e acender uma pequena e grossa vela.

- Luke pode me levar ao altar... – Ela idealiza olhando o teto.

- Tenho certeza que logo ele aparecerá – ele vira-se para ela – e você será a noiva mais linda que essa cidade já viu.

Annalize sorri, mas de repente adquire uma expressão preocupada.

- O que foi? – Lonan pergunta enquanto acaricia seu rosto com os nós dos dedos.

- Como escolherei a madrinha? – Ela vira-se para ele – se for Joana, Beth me mata, se for Beth, Joana pode ficar chateada.

Lonan sorri e lhe dá um beijo rápido.

- Vamos pensar...

Lonan a abraça e Anna acomoda-se em seu peito. Ambos passam o resto da noite conversando e fazendo planos até o sono chegar.

...

Às vezes os problemas parecem não ter fim. Às vezes, um vem seguido de outro, e de outro, e de outro... E temos a ilusão de que, em algum momento, eles desaparecerão por completo. Mas é fato, que problemas, sejam de que tamanho forem, fazem parte da vida.

Dimitri jogava pedrinhas no pequeno lago da reserva enquanto pensava nos problemas que conhecia. E como bom observador, conhecia um bocado. Desde os problemas de seus amigos como Lonan e Annalize, passando por questões mais cotidianas, como a quantidade de comida jogada fora quando a feira acaba no centro, até problemas mais gerais como o excesso de trabalho de operários e a fome que crianças como ele passam.

"Ser peixe é mais fácil..." Ele pensa ao ver um peixe dourado passar pela margem.

- Dimitri – John, pai adotivo de Sihu e Lonan, o chama – vem comigo para a feira?

- Não senhor John, irei mais tarde com Sihu – o garoto sorri.

- Tudo bem. Sabe quando Lonan volta? – John, Muriel e Sihu, tinham notícias de Lonan por Dimitri que participava das reuniões no templo Batista.

- Talvez em breve, o jovem Vanklein já não é mais suspeito e o senhor você sabe quem, deve ser investigado ou algo assim – Dimitri não gostava de pronunciar o nome de Daguerre.

- Tomara que tudo isso se resolva, essa família merece um pouco de paz. Se encontrar Lonan, lembre-o que estamos aqui para o que precisar.

- O lembrarei senhor John, boa feira!

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