Capítulo 44 - O Corvo

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Lonan havia conseguido chegar ao lugar distante, onde Constantiny se escondera levado por Robert. O rapaz questionou Lonan, muito curioso a respeito da estranha mulher. Robert ficou bem temeroso de encontrar a mulher outra vez, depois de ouvir um resumo do por que dela estar sendo procurada.

- E se ela nos jogar uma praga?! – O rapaz questionava assustado, durante o caminho.

- Uma praga? – Lonan retrucou confuso, olhando o caminho de terra batida, por onde o cabriole passava e as árvores em volta.

- Sim! Essa habilidade com ervas... Parece-me coisa de bruxa! – Disse Robert, fazendo o sinal da cruz em seguida.

Lonan apenas balançou a cabeça, pois ele conhecia pessoas muito boas que tinham habilidades com ervas, conhecimentos medicinais que ajudavam muitas pessoas.

- Você não precisará fazer nada quando chegarmos lá, não se preocupe – ele afirmou.

Era o meio do dia quando Lonan avistou uma casa de madeira distante, em meio a poucas árvores. A porta e as janelas estavam fechadas. Não havia mais como continuar o caminho de cabriole, pois o chão era cheio de altas ondulações. Lonan desceu pedindo que Robert o esperasse.

Ele caminhou dando a volta na casa. Na parte de trás, havia tecidos pendurados numa corda e ervas espalhadas sobre uma pedra grande. Provavelmente secando ao sol. Ele ouviu um barulho de dentro da casa, confirmado que Constantiny estava lá dentro. Lonan ponderou em como seria sua entrada. Bateria na porta ou entraria de surpresa? Porque ele poderia facilmente quebrar aquela porta. Ele decidiu bater.

Três batidas na porta e uma respiração profunda.

Constantiny, que preparava seu almoço, levou um susto. O lugar escolhido por ela era isolado propositalmente. Não queria ser encontrada, nem ter que lidar com possíveis vizinhos. Pensou que poderia ser um viajante, ou algum cobrador de impostos, ou até mesmo a polícia. Mas jamais pensou que avistaria Lonan ao espiar pela janela.

Ela se perguntava aflita como aquele rapaz a encontrou ali e pensava no que fazer. Lonan bateu a porta mais forte, fazendo a madeira tremer.

- Pois não? – ela diz polida abrindo a porta, decidindo ouvi-lo já que não havia outra saída na casa e dependendo do que dissesse fugiria dele. Tentaria pelo menos.

- É bom rever-lhe Constantiny – Lonan diz com um leve sorriso. Estava feliz por finalmente a ter encontrado. Isso significava para ele um passo a mais em direção à justiça e a paz.

- Não sei se posso dizer o mesmo, mas... Entre... – ela abre mais a porta e lhe dá espaço para entrar – aceita um chá?

Lonan ri com a pergunta entrando e olhando em volta.

- Não mesmo. Vamos deixar a cordialidade para outro dia. Você sabe por que estou aqui. E você vem comigo - ele diz sério.

Constantiny arregala os olhos, pois é exatamente o que ela temia. Pensou em desconversar, fingir não entender, mas desistiu.

- Tudo bem – ela dissimula – deixe-me guardar minhas coisas pelo menos.

Lonan semicerra os olhos para ela, achando fácil de mais. Constantiny começa a juntar algumas peças de roupa e objetos. Lonan encosta-se a parede e cruza os braços a fitando. Ela lhe lança olhares rápidos.

Em um pequeno momento de distração de Lonan, ao observar uns objetos de pintura no chão, Constantiny corre em disparada para fora, com o objetivo de embrenhar-se na floresta. Mas ela não sabia com quem estava lidando.

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