- Pois bem – diz Dimitri, jogando-se na cama de Lonan – em que precisa de ajuda?
Lonan senta-se em uma cadeira e começa a contar os fatos, no meio da explicação, Sihu também aparece no quarto e senta-se na cama ouvindo Lonan, reparando nos olhos assustados de Dimitri diante das informações.
- Arthur disse que provavelmente haverá um guarda no momento da visita e eles não ficarão a sós. Então, ele não poderá entregar isso – Lonan joga o objeto sobre a cama.
- Onde conseguiu isso? – O garoto pergunta pegando em suas mãos.
- Tenho muitos contatos... E terei que tirar fotos de graça da família Stone enquanto viver.
- O que é? – Pergunta Sihu.
- Uma chave mestra – Lonan responde.
- Uhn... Muito útil – ela diz admirada.
- Foi uma ideia que me passou. Os membros da família Stone trabalham como ferreiros e chaveiros há muitas gerações...
- Mas como é possível? – Sihu insiste
- A chave tem todos os vãos na máxima profundidade. Sinta – Lonan pega a chave de Dimitri e coloca nas mãos da irmã - Ela funciona porque faz com que as elevações e os rebaixos da chave batam nos pinos acima da linha principal, fazendo a fechadura se abrir.
- Nossa... – ela diz apalpando.
- Então Dimitri, acha que consegue infiltrar-se? Arthur conseguirá informações sobre a rotina do lugar, talvez haja um horário mais possível para isso – Lonan diz voltando-se para o garoto.
- Obviamente – ele responde ajeitando a boina – e quando será?
- Temos de esperar uma resposta de Arthur, se o melhor acontecer talvez nem precisemos colocar isso em prática. Mas fique aqui por enquanto – diz Lonan com falso pouco caso.
Dimitri o olha com desconfiança. Sentia que Lonan estava se aproveitando do momento para fazê-lo dormir ali. Ele estava certo. Sentiu um cheiro de broa adentrar pelo quarto e pode-se dizer que isso influenciou um pouco sua decisão.
- Está bem – responde por fim.
Lonan segurou um sorriso. Sabia que Dimitri gostava de certa independência, mas gargalhou em seguida, quando o menino e Sihu entraram num embate, pois esta quase o forçava a tomar banho.
...
- Acalme-se Antonia. Se você não puder tirá-la, haverá outro jeito. – Diz Arthur enquanto os dois aguardam o doutor Simon, onde um dia atrás estavam Charlie e Lonan.
O médico entra na sala e os cumprimenta com polidez, percebendo as mãos trêmulas de Antonia. Solidariza-se a ela, dizendo sentir muito pelas tragédias em sua família. Antonia agradece educada.
- Imagino que esteja aqui querendo visitar sua filha – ele diz.
- Não. – Ela responde e Simon arqueia as sobrancelhas surpreso – vim para tirá-la daqui – tenta soar firme.
- Compreendo senhora Vanklein, mas para o bem de Annalize e dos que estão a sua volta, acredito que devamos esperar que seu tratamento termine. Ela ainda não está de alta – o médico diz decisivo.
Antonia olha para Arthur e volta-se para Simon.
- Que tipo de tratamento?
- Bom, o isolamento é a chave principal. Afastar da sociedade, trazer paz, calma. Além dos trabalhos terapêuticos, cuidando do jardim, por exemplo, as moças adoram as flores. – Ele diz com um sorriso.
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Pedra Negra
DragosteNo decorrer da história do mundo presenciamos objetos fazerem parte de nossas vidas, damos significados à eles e muitos atravessam gerações. Mas, o que é realmente interessante são as histórias de vidas inteiras que se atravessam nessas peças, entre...