- O que estão fazendo aqui? – Pergunta o delegado para o grupo na recepção.
- Ora, viemos falar com o inspetor, o senhor mesmo nos solicitou – responde Luke.
- Não. Não vocês. Estou falando com essa pequena multidão abarrotando a passagem da minha delegacia – ele aponta para Lonan, Charlie, Beth, Joana, Lorenzo, Antonia e Annalize, logo atrás de Luke, Thomas e Samuel.
- Eu... Bem... – pondera Annalize – tenho muito a dizer aos senhores e estava sendo impedida de fazer isso por um dos suspeitos.
Stein respira fundo. Ele soube que Annalize estava no mesmo lugar onde estava sua esposa. A qual, ainda não reencontrara. Ele recebeu uma carta de Edimburgo, Escócia, de um primo de Cecily avisando que esta estava acomodada em sua casa. Ele lembra-se bem do último trecho:
"Novamente peço-lhe. Não a incomode. Ela não sabe que lhe enviei esta carta, mas achei prudente avisar-lhe. Sua condição mental parece estar muito bem. Se a ama, deixe-a em paz".
- Vim acompanhar minha filha – Antonia diz e Stein desperta.
- Certo. A senhora está bem?
- Sim.
- Eu vim fazer uma denúncia senhor – Lorenzo fala - de agressão. E creio que tenha haver com o caso investigado pelo inspetor.
O delegado olha para ele surpreso, com o modo estoico com que se pronunciou. O jovem Lorenzo não tinha mais fraturas no corpo, mas sentia a alma ferida pela saudade do homem que lhe ensinou tantas coisas, incluindo a possibilidade de ser bom, sem querer nada em troca.
- Eu vim também para falar com o inspetor sobre Constantiny – diz Lonan - Sei que já falei com o senhor, mas...
- Certo. Certo – o delegado interrompe. Ele bem sabe como as ações de Lonan foram cruciais para a investigação.
- Também vim depor novamente – diz Joana – conheço os envolvidos, e os suspeitos, como o senhor bem sabe. – o delegado assente e olha por fim em direção as duas pessoas que ainda não se pronunciaram.
- Tenho convivido com um dos suspeitos no trabalho – diz Charlie ajeitando uma mecha de cabelo que caía sobre a testa – acho que posso contribuir de alguma forma.
- Tudo bem. E a senhorita? – Todos se voltam para Beth e seu vestido cor de jambo.
- Ahn... – Beth joga os cabelos para trás dos ombros, pensando.
- Convive com algum suspeito? – o delegado pergunta.
- Não.
- Tem alguma informação que ainda não sabemos?
- Ahn... Acho que não... – cruza as mãos.
- Uma denúncia?
- Não.
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Pedra Negra
RomanceNo decorrer da história do mundo presenciamos objetos fazerem parte de nossas vidas, damos significados à eles e muitos atravessam gerações. Mas, o que é realmente interessante são as histórias de vidas inteiras que se atravessam nessas peças, entre...