42 - G i r l f r i e n d ?

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- Você quer entrar? - ela perguntou.
- Tudo bem. - ela abriu o portão numa felicidade instantânea e nós entramos.
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃE! - ela disse, arrancando os sapatos logo na entrada. - O VICTOR TÁ AQUI, E ELE QUER FALAR COM VOCÊ E COM O MEU PAI!
Eu a olhei com um susto nos olhos, quase com eles arregalados:
- O que você está fazendo?
- O que aconteceu? - o senhor Sandle desceu as escadas com um bastão de beisebol na mão me encarando.
Eu gritei.
Ele gritou antes de me ver.
Nós nos encaramos e gritamos um pouco mais.
A senhora Sandle veio correndo do quarto também e só quando ela chegou nós paramos de gritar.
- Meu Deus do céu Lisa, você é louca? Já mandei você parar com isso! - o pai dela disse com a mão no coração, enquanto eu repetia seu gesto. - Achei que era um ladrão.
- O Victor quer falar com vocês. - ela disse, me olhando com olhinhos todos esperançosos.
Até que eu entendi o que ela realmente queria. Ela queria que eu pedisse permissão.
Eu não sabia exatamente o que fazer, porque na realidade eu não havia planejado nada.
Não dava para planejar nada com Lisa, porque às vezes ela só tinha uns impulsos divertidos, mas aquele me aterrorizou por um momento; ainda mais quando vi o pai dela descer correndo com um bastão de Beisebol.
O que eu fazia agora?
Eu comecei a esquentar e suar. Meu coração batia tanto que eu achei que eles ouviriam e me levariam para o médico.
- O que é que você quer falar com a gente, Victor? - perguntou a senhorita Sandle e eu quis sair correndo.
Mas é logico que eu não podia fazer isso.
É só que eu achei que demoraria um pouco mais para eu ir na casa dela e falar com o senhor e a senhora Sandle.
Tipo cinco dias, uma semanas.
Eu não sabia como essas coisas funcionavam; eu queria fazer tudo certinho, mas eu nunca tivera uma namorada antes; eu não sabia como agir.
Eu realmente queria um bom namoro; daqueles que se via nos filmes bem antigos, então eu respirei fundo e tentei fazer alguma cara de honra, como os caras da televisao:
- Senhor e Senhora Sandle, eu queria saber se os senhores me dão permissão para.... - até que eu percebi que não conseguia fazer aquilo. Então eu desisti de ser tão cortês quanto nos filmes. - Senhor e senhora Sandle, eu gosto muito, muito mesmo da Lisa. E eu gostaria muito que ela fosse minha namoradinha. - o rosto dos dois sicronizaram um sorriso. - Então, eu queria saber se a gente pode namorar?
Houve um silêncio, (do qual eu tive medo) e o senhor Sandle foi o primeiro a o romper:
- Você vai fazer ela chorar?
- Não. Eu prometo nunca quebrar o coração dela. - eu me adiantei, num desespero ocular.
- Tudo bem, por mim. - ele deu um sorriso terno e a senhorita Sandle assentiu com a cabeça. - Se você conseguir aguentar. - ele deu de ombros.
- Obrigada Mãe, obrigada Pai! - ela pulou e abraçou os dois ao mesmo tempo, ignorando o comentário do Senhor Sandle.
- Bom, já tá ficando tarde, eu acho que tenho que ir. - eu disse; eu precisava contar tudo para minha mãe e chorar um pouco; era muita emoção para uma noite só; eu sentia que ia explodir como fogos de artifício.
- Eu te levo no portão. - ela saiu me guiando. - Obrigada por falar com eles.
- Não precisa me agradecer. - eu acariciei o contorno do rosto dela. - Até amanhã, Algodão Doce.
Eu sai andando, mas aí:
- Ei, Victor! - ela deixou o portão escancarado e saiu correndo até mim; ela me abraçou de novo, num gesto tímido, o que não era comum dela, por ela ser tão extrovertida. - Boa noite, Principezinho.
Eu beijei o alto da sua cabeça rosa.
- Boa noite, princesinha.

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