Não precisou muitos passos depois da grade de proteção para perceber o que a grade escondia.
A paisagem dera uma leve mudada. As árvores pareciam suavizar mais no seu tom, variando entre um verde e marrom, que não chegavam a ser exatamente as cores mais elegantes da primavera, mas que eram muito bonitas.
- O que você quer nos mostrar aqui, Sebastian? - Lisa quis saber, intertida pelas cores.
- Vocês vão ver; estamos quase lá. - ele ia na frente, guiando todos nós.
Continuamos em silêncio, até que eu vi ela.
Ela estava do meu lado e parecia encantada por qualquer coisa, naquela roupa completamente fofa e com seus cabelos de algodão doce saindo pelo capuz de unicórnio. Ela parecia um tanto distraída, e isso a deixava espontaneamente bonita.
- Eu lhes apresento, um lugar mágico. - anunciou Sebastian, quando nos deparamos com árvores totalmente coloridas, num padrão nada natural.
Eu observei a imensidão de tons tênues que se estendiam à nossa frente e tudo que eu consegui fazer, foi ficar estarrecido com tudo aquilo.
Eu não precisava nem a olhar para saber que ela estava encantada.
- Isso é realmente bonito! - ela anunciou, dando um giro de braços abertos.
- Essa não é a melhor parte. - disse ele, e foi adentrando mais a floresta cor de rosa.
Nós o seguimos, enquanto eu via o rosto de Lisa se impressionar cada vez mais.
Nós chegamos ao que parecia ser o centro daquela pequena anomalia na floresta. As árvores tinha um nivel ainda mais claro de rosa e se formava uma espécie de clareira ali.
- Uau. - Lisa disse, enquanto saía rodando com os braços abertos pelo espaço e ria sozinha.
Observei Sebastian se sentar num tronco de arvore e colocar um Palito de dente na boca; a minha curiosidade era da onde ele tirava aquelas coisas, pois toda hora, eu o via com um.
- Victor? - ele me chamou.
- Quê? - me aproximei.
- Não deixe a sua garota sozinha. - ele se levantou e ia saindo.
- Minha garota? - eu divaguei, enquanto a observava girando eufórica.
- Victor, olha! - ela começou a apontar pequenos focos de luz flutuantes e verdes. - São Vagalumes! - ela sorriu ainda mais e foi um sorriso tão incrível.
Era como se eu estivesse vendo a obra de arte mais bonita da minha vida, e mesmo que eu pudesse ver tudo no mundo, eu ainda escolheria ficar ali a admirando e sorrindo por isso.
- Ei, Algodão Doce. - eu disse indo até ela no meu melhor humor.
- Você gosta de vagalumes? - ela me perguntou, tentando tocar um.
- Sim. - eu estendia o dedo e um deles pousou ali, e eu o aproximei para que ela pudesse ver.
- Oi, senhor Vagalume. - ela disse com os olhos quase emocionados. - Você está pousado no dedo do principezinho. - e de novo, ela estava com aqueles dentinhos lindos à mostra.
- Lisa? - o vagalume voou pra longe, enquanto os outros pareciam cercar a atmosfera ao nosso redor.
E todos eles fizeram coro. E ver o rosto dela em luzes verdes e brilhantes me fizeram pensar no porquê de eu não a ter encontrado antes.
Eu me aproximei, cerquei seu rosto e com a outra mão, passei uma mecha de cabelo para trás de sua orelha, já que agora seu capuz estava abaixado.
- Eu quero fazer aquilo de novo.
- Aquilo, o quê? - a boquinha dela se abriu num propósito de ansiedade.
Os olhos dela pareciam ter colhido todos os vagalumes, que substituiam as estrelas naquela noite.
- Isso.
Eu me aproximei, e as pontas dos nossos narizes tocaram. Os vagalumes vibraram de expectativa.
Ela fechou os olhos antes de mim; eu vi ela me esperar.
Ela entreabriu a boquinha.
Fechei meu olhos e senti quando nossos lábios se roçaram num contato bonito.
Eu a beijei.
Eu beijei a Lisa.
E eu gostei do que fiz. E do que senti.
Ela pousou as mãozinha nos meus ombros e eu continuei com as minhas em seu rosto bonito.
Ela virou o rosto e nossas bocas pareceram se encaixar melhor, enquanto um vento nos cumprimentava.
Eu abri um pouco dos meus olhos; os cabelos dela balançavam e ela ainda estava de olhos fechados.
Eu fui a deixando ir aos poucos e no fim ela me deu um sorrisinho.
Suas bochechas rosaram.
E ela estava linda. Como sempre.
E eu achei que ia ter um ataque cardíaco. De novo.
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U m a P r i m a ve r a Q u a l q u e r
Romance"Eu só queria uma resposta. A resposta do que é o amor. Eu queria encontrar uma definição num livro, na internet, mas a única definiçao que eu podia encontrar, era em mim mesmo e aquilo me dava medo, porque... E se eu nunca encontrasse?" - Victor...