40 - N o Make U p

9 4 0
                                    

- Você está suando. - Sebastian analisava enquanto brincava com a minha bolinha de beisebol.
- Eu sei. - eu sentei na cama. - Eu não sei como fazer isso. Talvez, seja melhor eu desistir.
Então ele se levantou na sua calma redundante e pousou a bolinha no mesmo lugar donde a tinha pego.
- Vá tomar outro banho. Mas esse gelado. - eu apenas obedeci sem questionar, porque ele parecia saber das coisas.

- Tá, há alguma coisa que eu precise saber? - eu perguntei, enquanto trancava o portão de casa.
- Você sabe ir até o Bosque Maia? - ele perguntou.
- Aham.
- E você sabe voltar? - eu apenas assenti para ele. - Ótimo; isso exclui a parte de ela precisar te trazer para casa. - ele pareceu contente com aquilo. - Você tem que dizer para ela como se sente; a fazer sentir especial. - lembrei das conversas com mamãe sobre Lisa e percebi como Sebastian era centrado.
Cada vez eu tinha uma perspectiva nova sobre ele e era engraçado como uma pessoa podia apresentar vários reflexos; como um prisma.
No fim, eu entendi. Sebastian era um prisma.
- Ah, e você sabe beijar?
- Não.
Considerei dizer a ele que nós já havíamos nos beijado duas vezes, mas descartei, pois eu realmente não achava que eu a tinha beijado bem. Talvez ela não tivesse dito nada, pois não queria me magoar.
- Hum. - nós andavamos lado a lado, enquanto ele mantinha suas mãos nos bolsos da jaqueta jeans escura. - Eu não vou ensinar você como beijar no meio de uma rua; é humilhante.
- Ah.
- Treine com una laranja da próxima vez, ok? - eu apenas assenti. - Até mais, Victor.
E foi aí que nossos caminhos se dividiram.
Aquela pequena conversa com Sebastian me fez refletir: será que ela havia gostado do meu beijo?

- Boa noite senhora e senhor Sandle. - eu disse, enquanto esperava no pé da escada, com o rosto mais vermelho que eu poderia.
- Boa noite, Victor. - a mãe dela me deu um sorriso agradável.
- Boa noite. - o senhor Sandle apertou minha mão, como pais costumavam fazer. - Então você traz Lisa de volta que horas?
- Até as oito e meia. - mas não pareceu tão convincente. - Eu juro. - e aquilo não ajudou em nada.
- Estenda para até as nove e vinte - ele sussurrou para mim, com a mão na frente da boca.
Eu sorri:
- Obrigada, senhor Sandle.
O homem retribuiu meu sorriso e a senhora Sandle começou a subir as escadas de forma impaciente.
- Pelo amor de Deus Lisa Sandle! - a mãe dela batia na porta com a mão aberta, na tentativa de a fazer abrir.
Eu esperei por um grito rabugento, mas ele não ocorreu, então eu fiquei mais nervoso ainda.
Ela abriu a porta e desceu as escadas.
Lisa estava com uma saia rosa, toda rodadinha e uma blusa branca, sem mangas; e sapatilhas simples.
Eu não entendi como ela ficava tão bem naquelas roupas tão simples. Eu ainda não entendia o que meu coração estava fazendo batendo daquele jeito.
Duas mechas do seu cabelo de algodão doce estavam presas atrás de sua cabeça e as pontinhas de seu cabelo estavam enroladas.
Não havia nenhuma maquiagem no seu rosto e eu fiquei tão feliz por ver as sardinhas dela.
Ela não tinha noção do quanto aquilo a deixava bonita.
Eu Agradeci a Deus, por ela não ser alguém que usava muita maquiagem, ou que tentava esconder quem realmente era, pois isso cobriria toda sua real beleza.
- Oi. - ela disse com as mãozinhas para trás.
- Hey. - eu disse. - Você está muito bonita.
Ela abriu um sorrisão genuíno e eu me senti cândido por fazer ela sorrir.
- Obrigada. - eu assenti. - Você também está muito bonito! - ela disse, se balançando para frente e para trás.
- Obrigado.
- Então vamos? - ela convidou.
- Vamos. - eu estendia o braço para ela, em qual ela encaixou o seu próprio.

U m a   P r i m a ve r a   Q u a l q u e r Onde histórias criam vida. Descubra agora