planos mirabolantes e assuntos particulares

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 Aquela cena era absurdamente inacreditável. Ridícula. Totalmente desnecessária.

Pelo menos para Harry, que parecia ser o único que realmente se importava com o fato de que Louis e Luke mantinham uma conversa relativamente animada num canto daquela cozinha cheia de jovens. Por outro lado, era como se aqueles dois nem ao menos estivessem ali para qualquer um que não fosse o garoto dos olhos verdes, ainda parado no início da entrada do cômodo, com o olhar fixado naquela imagem que, para ele, poderia ser considerada um tanto quanto nojenta.

Qual era a real necessidade daquela conversa? E por que exatamente Luke tinha que manter uma de suas mãos na cintura do rapaz dos olhos azuis, enquanto jogava sua cabeça de um lado para o outro, rindo de qualquer coisa que saísse dos lábios finos de Louis?

Era irritante até mesmo para quem parasse para observar aquela cena atentamente. Não demoraria para perceber a falsa animação e o exagero nas emoções das palavras ditas.

Isso da parte de Luke, pois Louis permanecia normal, rindo, concordando com algumas coisas e mexendo os quadris, talvez demonstrando que aquele toque da mão de Luke ali não estivesse tão confortável assim.

Ou talvez porque aquele toque estivesse confortável o suficiente para que sua cintura dançasse pelas mãos espalmadas do outro rapaz.

Harry revirou os olhos sem ao menos ter um motivo plausível para aquilo. Já havia até mesmo se esquecido da real razão por estar ali. Aquela cozinha só havia lhe trazido raiva e ânsia, algo que não desejava sentir no meio de uma festa tão animada como aquela.

Mas, em questão de segundos, todos aqueles copos vermelhos e aquela gente animada o fez lembrar o que realmente procurava ali. Além de Louis, claro.

Água. Um copo bem grande e gelado de água.

Talvez agora fosse para justamente jogar em cima de um daqueles dois rapazes que conversavam animadamente, mas ainda assim, Harry precisava de água.

E foi com aquela sede que sentia que o garoto dos olhos verdes decidiu ir atrás de um copo o mais rápido possível. O primeiro que encontrasse já estaria de bom tamanho. Isso, claro, depois de checar todo o seu interior e ter certeza de que não continha nenhum resquício de bebida alcoólica desconhecida dentro dele.

Seus olhos verdes pareciam um par de scanners, passando por cada milímetro quadrado daquela cozinha e captando tudo e qualquer coisa que sua visão pudesse alcançar. Copos usados, embalagens de comida, bolinhas de papel, restos de sanduíches e outros alimentos esquisitos e, por fim, a tão desejada pilha de copos novos e nunca antes usados.

Seria ironia do destino pensar que a tal pilha estava localizada exatamente ao lado de Louis, que mantinha-se de costas para ela, com um de seus braços apoiado no balcão da pia enquanto o outro movimentava-se incansavelmente? Para Harry, era como se o destino quisesse dar um tapa bem no meio de sua cara, justamente para fazer com que o rapaz aprendesse uma bela de uma lição.

Mas que lição?

A de perceber seus sentimentos antes que qualquer outro acontecimento possa prejudicar seus planos futuros. Seu cérebro reclamava. Harry não queria ter que concordar com aquilo agora.

Mas talvez houvesse uma maneira de conseguir fazer com que aqueles dois rapazes fingidos parassem de se falar num piscar de olhos, e só dependia da boa vontade e Harry. E de sua sede.

Por aquele mesmo motivo, o garoto dos olhos verdes calmamente começou a caminhar por entre as pessoas, naquela cozinha, em direção à pilha de copos novos, contemplada por qualquer pessoa em sã consciência e que não quisesse pegar algum tipo de bactéria ou doença infectocontagiosa.

excuse me? // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora