Louis e Harry estavam do lado de fora da casa.
Havia um rapaz vomitando em cima de um arbusto, enquanto outro gritava palavras aleatórias e dançava envolta do amigo embriagado. Ambos estavam sem camisa, com a própria peça de roupa pendurada por cima dos ombros e com latinhas de cerveja enfeitando aquele local.
O amigo entusiasmado mantinha uma garrafa de champanhe numa das mãos, enquanto esticava os braços para cima e gritava alto, revezando entre expandir seu vocabulário e dar goles naquele espumante.
Harry riu baixo. Nunca achou que, em quase dezesseis anos de sua vida, presenciaria uma cena daquelas. Era engraçado e preocupante ao mesmo tempo, mas como nenhum daqueles rapazes tinha uma estatura baixa, cabelos castanhos, olhos azuis ou se chamavam Louis, não via problema algum em deixá-los ali.
Louis seguia Harry, que cada vez mais caminhava para longe das pessoas que ainda estavam dentro daquela casa. Em especial, uma única pessoa, que Harry esperava que ainda estivesse dentro daquela cozinha lotada, entretendo-se com qualquer outra coisa.
— É... – o menor começou, suspirando longamente enquanto olhava ao redor. – Ele não está aqui.
Louis concordou.
Havia descido as pequenas escadas da frente da casa e caminhavam ao redor da mesma, mas acabaram decidindo parar por ali mesmo, ao redor da varanda. Louis se encostou na parede e Harry, com muito esforço, tentava subir seu corpo num pequeno suporte que ficava justamente entre a varanda e a parede, como se tivesse feito exclusivamente para as pessoas sentarem ali.
Harry sabia que era parte de uma das entradas do porão da casa, mas decidiu pensar que não, e que aquele seria seu assento exclusivo pelo resto da noite. Isso, claro, se Louis também decidisse permanecer ali pelo resto da noite juntamente com o mais novo.
— Precisa de ajuda? – Louis perguntou enquanto ria baixo.
— Não. Eu consegui. – o garoto dos olhos verdes respondeu, ajeitando-se naquela superfície. – Espera... – começou, virando-se para encarar Louis. – Você não quer voltar para lá?
— Não. Cansei de lá. – Louis deu de ombros.
— Sério?
— Sim. E não achamos Zayn, então acho melhor ficarmos aqui por um tempo... Vai que ele aparece.
Harry tossiu alto, como se tivesse se engasgado com algo. Talvez com suas próprias mentiras.
— Na verdade... – começou, parando logo em seguida, como se um colapso tivesse o atingido, mas logo em seguida sua sanidade tivesse sido recuperada.
— O quê? – Louis franziu o cenho.
— Nada. – Harry respondeu no mesmo instante.
— Fala.
— Não.
— Por favor!
— Não.
— Harry... – Louis chamou, encostando sua cabeça na parede, fazendo com que o garoto dos olhos verdes acabasse virando-se para encarar Louis de uma melhor forma. Seus olhos estavam caídos, escondendo boa parte do azul que existia ali dentro. Sua boca mantinha uma pequena fresta aberta e sua feição estava tão calma e relaxada quanto a de uma pessoa prestes a cair no sono.
O modo como Louis havia chamado pelo nome de Harry fez com que o mais novo pensasse duas vezes antes de desistir de uma vez por todas de contar para o rapaz o que realmente havia acontecido. Não sabia ao certo qual seria a reação de Louis, mas esperava que ele ao menos entendesse que Harry só queria passar um tempo com o rapaz dos olhos azuis, sem qualquer tipo de barulho ou garotinhos intrusos e interesseiros.
— Você está bêbado? – Harry perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Um pouco. – Louis admitiu, rindo baixo. Estava se sentindo preguiçoso demais para conseguir chacoalhar sua cabeça para os lados, assim como sentia vontade de fazer.
— Que bom.
— Por quê?
— Porque eu espero que assim você não se importe quando eu te contar que o Zayn não tem nada para falar para você. – o mais novo respondeu, quase sussurrando. A sorte era que Louis estava alcoolizado o suficiente para focar toda sua atenção no garoto dos olhos verdes à sua frente, esquecendo-se de qualquer som aleatório que estivesse ao redor daqueles dois.
— Então por que ele está me procurando?
— Ele não está te procurando. – Harry revirou os olhos.
— Não?
— Não. Eu te disse aquilo para te tirar de lá.
Louis ficou em silêncio por um momento, antes de finalmente perguntar:
— Por quê?
— Porque você disse que ia pegar algo para beber e nunca mais voltou, e porque também eu queria passar um tempo com você, sem tanta gente por perto assim...
Louis arregalou levemente seus olhos, antes de sorrir e morder parte dos próprios lábios.
— Você está bravo? – Harry perguntou ao perceber que o silêncio de Louis estava prevalecendo entre os dois. Naquele momento, observava parte do jardim à sua frente, que se resumia em uma grama fofa e pequenas flores que cresciam ao longo do muro de madeira que dividia as casas daquela vizinhança. Algumas eram amarelas, outras brancas. Ao menos era o que Harry conseguia enxergar, ou talvez fosse o reflexo das luzes sobre elas.
Nem ao menos conseguiu perceber que Louis estava ocupado demais sorrindo, incapaz de responder a qualquer pergunta.
Somente depois de certo tempo, Harry finalmente voltou a ouvir a voz de Louis:
— Não, eu não estou bravo. Muito pelo contrário.
Harry franziu o cenho.
— Como assim?
— Queria conseguir tedizer o quanto eu estava esperando ouvir algo assim de você...
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excuse me? // larry stylinson
Teen Fiction"Com licença... Você está comendo as minhas batatinhas." © studyrainballs