manuais de namoro e rosas desilusórias

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 Harry bufava alto, impaciente. Liam estava prestes a começar uma sessão de rodopios ao redor do garoto dos olhos verdes, que tentava, a todo custo, conseguir caminhar sem tropeçar nos pés de seu amigo, que vez ou outra entrava na frente do mais novo, justamente para tentar obter alguma resposta para aquelas suas perguntas exageradas.

— Você só pode estar brincando! Vai me dizer que vocês não deram nem uma 'bitoquinha'?! – o amigo perguntou, esperançoso, enquanto atravessavam uma rua. Harry virou-se para encarar Liam com uma expressão confusa em seu rosto.

— Desde quando você fala assim?

Liam deu de ombros.

— Acho que é muita convivência com o Niall...

— É.

— Ei! – Liam chamou, dando uma cotovelada de leve no braço do garoto dos olhos verdes. – Não fuja do assunto.

— Eu não estou fugindo do assunto. Já te respondi... – Harry disse, virando sua cabeça para o lado oposto e evitando qualquer tipo de contato visual com Liam. Era ali que estava seu maior ponto fraco, e qualquer deslize poderia entregar todas as verdades que envolviam aquele tipo de relacionamento esquisito e secreto que ele mantinha com Louis.

— Então olha para mim.

— Não. – Harry respondeu, bufando alto mais uma vez.

O caminho para a escola nunca havia sido tão longo. Todos os dias, pela manhã, Liam, que morava razoavelmente perto de Harry, passava na casa de seu melhor amigo e ambos iam caminhando silenciosamente até a escola. Não porque eles não tinham intimidade o suficiente para conversarem logo pela manhã, mas exatamente por conta do excesso de amizade entre eles.

Liam conhecia Harry o suficiente para saber que o garoto dos olhos verdes odiava quem começava a tagarelar repentinamente, logo no começo do dia, ou ousasse lhe fazer algumas perguntas complexas demais para serem respondidas. Já Harry, conhecia Liam o bastante para saber que, quando algo incomodava Liam, do tipo, que o deixava curioso, nada conseguia fazer o rapaz parar de formular perguntas ou falar em excesso. Tudo o que Harry mais odiava.

E aquele tipo de Liam era exatamente o que rodeava Harry, quase aos pulos, com um sorriso enorme no rosto e uma esperança que o fazia tropeçar nos próprios pés.

Por outro lado, Harry estava quase tão irritado quanto o dia em que passou a noite em claro, remexendo-se na cama e sem conseguir fechar seus olhos por míseros segundos. Tudo por conta de alguns pensamentos envolvendo Louis que Harry simplesmente não conseguia parar de ter.

Se Liam insistisse um pouco mais, ou acabaria ganhando alguma resposta, ou, na pior das hipóteses, presenciaria uma sessão de gritos histéricos do garoto mais novo.

Mas ele achava que, talvez, pudesse conviver com tais consequências, principalmente o fato de que ele seria o motivo dos gritos de Harry.

Não custava tentar.

— Vamos, Harry, não vai doer se você admitir...

O mais novo revirou os olhos, antes de desistir de continuar aquela longa e irritante caminhada sem fim até a escola. Virou-se para encarar Liam, que havia o imitado. O rapaz segurava uma das alças de sua mochila, enquanto aguardava algum tipo de reação do garoto dos olhos verdes, com uma expressão em seu rosto um tanto quanto desconhecida.

— E como é que você sabe que isso realmente aconteceu? – Harry retrucou, irritado.

— Então você está admitindo? – Liam arqueou as sobrancelhas.

excuse me? // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora