garfos e buracos imaginários

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— Você vai colocar logo a merda dessa calça ou eu serei obrigado a te pegar no colo e enfiar ela nas suas pernas? – Zayn perguntou, ríspido, enquanto andava de um lado para o outro. Aquele banheiro parecia ainda mais minúsculo e imundo do que das outras vezes em que havia adentrado aquele local. Fazia constantes caretas e evitava tocar em qualquer lugar, mesmo sabendo que seria necessário, com todo o esforço que Louis estava fazendo para negar o pedido de não vestir aquela peça de roupa.

O mais velho bufou alto, cruzando os braços.

— Eu também posso pegar uma tesoura e cortar essa sua calça inteirinha. Aí sim você será obrigado a vestir essa... Ao menos que você realmente queira andar só de cueca pela escola. – deu de ombros, parando para encarar Louis.

Niall mantinha a boca tapada, forçando-a para não emitir qualquer tipo de som semelhante às risadas escandalosas que ele costumava soltar.

— Eu não vou! – o garoto dos olhos azuis bateu um de seus pés contra o chão, indignado com a atitude de seus amigos.

Louis sabia que Niall e Zayn estavam mais do que cientes sobre o fato de que ele estava magoado com os acontecimentos recentes envolvendo seus sentimentos estúpidos e um certo garotinho dos cabelos encaracolados. Ele realmente sabia daquilo, por mais que não quisesse. Por mais que também tentasse ignorar aquele fato, Harry parecia surgir por todos os cantos. E Louis apenas fugia antes mesmo do garoto mais novo virar-se para encará-lo.

Agora, seus dois melhores amigos insistiam em fazer de tudo para animá-lo, mas ele sabia que de nada adiantaria. Louis havia aprendido que não precisava de ninguém para se sentir melhor. Um, dois ou três dias depois seria o suficiente para entrar em um pequeno acordo consigo mesmo. Sua mente se esqueceria do que havia acontecido e ele voltaria a vestir seu conjunto de meias laranjas que havia ganhado no Natal passado.

Mas ele sabia que seus dois melhores amigos nunca iriam entender aquilo.

— Vai sim. – Niall afirmou, balançando a cabeça.

— Vocês não podem me obrigar! – Louis continuou. Sua voz estava manhosa e embargada. Zayn virou-se para encarar Niall, que devolveu o olhar. Ambos sabiam que se dissessem algo de errado, o amigo mais velho despencaria em lágrimas e suspiros.

— Louis, calma... – Niall começou, formando um breve sorriso em seus lábios. O garoto mais velho suspirou fundo antes de concordar com um pequeno aceno de cabeça.

— Vem aqui. – Zayn chamou. Estavam a poucos passos de distância, mas era o suficiente para conversarem em um tom de voz elevado e exagerado. Esperou pacientemente enquanto assistia a cena de Louis caminhando lentamente em sua direção, com passos curtos e desajeitados.

Quando o garoto dos olhos azuis aproximou-se o suficiente, Zayn puxou um de seus braços e o impulsionou para frente, fazendo com que o corpo de Louis se chocasse contra o seu em um forte abraço.

— Zaaayn... – Louis chamou de forma arrastada e manhosa. Niall e o amigo moreno sabiam que o garoto mais velho estava fazendo de tudo para não chorar na frente deles.

— Baby Boo... Eu estou aqui. – Zayn começou, afagando os cabelos lisos de Louis. Usava uma de suas mãos para acariciar os fios castanhos e mantê-los enroscados entre seus dedos enquanto seu outro braço envolvia o corpo pequeno do amigo, forçando-o contra seu peitoral e mantendo-o preso de uma forma aconchegante. – Calma... Você sabe que vai ficar tudo bem.

Niall não falou nada, mas assentiu. Estava apoiado na superfície plana da pia e assistia aquela cena com um sorriso nos lábios.

— Se não ficar, nós podemos espetar o Niall com alguns garfos, assim como fizemos aquela vez, quando ele estava dormindo...

excuse me? // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora