âncoras, cordas e barquinhos

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 Era segunda-feira. A final do campeonato.

Por mais que Louis soubesse que deveria estar preocupado com aquilo, de fato, era a última coisa na qual ele conseguia realmente pensar.

Sua mente estava embaralhada, num misto que envolvia Harry, Luke, Harry chorando por Louis e Harry chorando por Louis, por causa de Luke. Além de frases aleatórias, que iam desde 'concentre-se, Louis, concentre-se' até 'Niall vai me matar!'.

E certamente o melhor amigo loiro de Louis acabaria surtando mais uma vez, caso soubesse que o rapaz mais velho não cumpriu com o prometido. Não porque ele realmente não sentia vontade, mas sim, porque durante todo o final de semana, Louis ficou agonizando, sentindo um medo extremo de não saber, ao certo, se contar para Harry seria realmente a coisa certa a se fazer.

Mas era. E só Louis não sabia daquilo.

Até mesmo Niall sabia. Como também sabia que seu amigo havia sido um grande irresponsável por não ter feito o que prometeu que iria fazer. E Niall sabia exatamente daquilo, porque naquele momento estava sentado na arquibancada lotada, com um Harry deprimido e resmungão logo ao seu lado. Já não havia mais qualquer outro lugar mais reservado disponível para que eles pudessem pensar em se sentar, talvez até para começarem uma conversa calma e Harry finalmente abrir a boca para confessar o que Niall já estava cansado de saber e adivinhar, sem nem ao menos fazer esforço.

Harry estava triste com Louis por pensar que Louis não queria ser de Harry, ao mesmo tempo em que Louis se sentia magoado por não poder ter Harry, já que achava que Harry não podia e nem queria ser de Louis.

Já Niall, queria mesmo era que aqueles seus dois amigos resolvessem toda aquela confusão de uma vez por todas, antes que o rapaz loiro fosse obrigado a tomar suas devidas providências. Algo que envolveria, provavelmente, um discurso alto no meio de todas aquelas outras pessoas, ou, quem sabe, ele acabaria recitando um poema com a boca colada num microfone, antes de declarar o amor entre aquele quase-não-casal para o restante da escola inteira.

Aquela vontade absurda de ver seus dois amigos felizes até mesmo acabou fazendo com que o rapaz loiro decidisse abandonar o banco de reservas onde ele deveria permanecer, correndo até a arquibancada e achando Harry no meio daquela multidão de alunos eufóricos e nervosos por conta do jogo final.

Louis provavelmente acabaria ficando furioso com Niall, mas o amigo sabia que o motivo dele era o suficiente para que ele conseguisse se forçar a permanecer ali.

Harry batia um de seus pés contra o degrau de cimento da arquibancada onde ele estava sentado, mantendo os braços cruzados ao peito e uma carranca sem eu rosto.

— Ei, Haz, como você está? – o loiro perguntou, depois de um longo tempo em silêncio, com Harry olhando ao redor e Niall fingindo que estava tentando achar alguém por entre aquele mundaréu de gente.

Talvez ele realmente estivesse procurando alguém. Mais especificamente, talvez Niall estivesse procurando por Louis, pronto para arrastar o amigo até ali e dar um sermão naqueles dois quase-namorados incompetentes.

Harry deu de ombros.

— Eu estou bem.

— Então por que é que você está tremendo tanto?

O mais novo franziu o cenho.

— Niall! – exclamou, arregalando os olhos. – Você não deveria estar lá no campo, no banco de reservas? O jogo já vai começar!

Foi a vez de Niall dar de ombros.

— Eles não precisam de mim, de qualquer maneira...

Harry revirou os olhos.

excuse me? // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora