ventos fortes e contagens regressivas

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 Ele tinha um cabelo vermelho extremamente chamativo e um piercing que atravessava as extremidades de uma de suas sobrancelhas.

Seus olhos eram claros, assim como os de Louis, mas havia algo de errado ali. Louis não gostava do ar que aquele rapaz emanava, e mesmo de longe, ainda continuava tudo muito duvidoso. Parecia que a palavra 'problema' estava grifada em sua testa e ninguém mais fosse capaz de perceber aquilo. Ou era somente porque Louis estava praticamente fora de si naquele momento, e se não fosse por Niall, que o puxou pelo braço e começou a arrastá-lo pelo corredor afora, em direção à classe onde Louis teria sua primeira aula, provavelmente o rapaz ficaria parado ali, como uma estátua, pelo resto do dia.

A imagem da rosa vermelha ainda assombrava sua mente quando Louis sentou-se numa das primeiras cadeiras daquela sala, nem ao menos se importando em tentar achar seu lugar específico ao fundo.

— Você está bem? – Niall perguntou, com a cabeça para dentro da sala e o restante do corpo equilibrado para fora. Suas mãos agarravam o batente da porta e havia uma expressão preocupada em seu rosto.

Louis assentiu, sorrindo fraco na direção do amigo. Infelizmente, nem Zayn e nem Niall tinham aquele primeiro período juntos do rapaz dos olhos azuis.

— Tem certeza? – o loiro arqueou uma sobrancelha.

— Niall, eu estou ótimo! – Louis exclamou alto demais, erguendo os ombros e maneando as mãos no ar, chamando um pouco de atenção. Alguns alunos ao redor viraram-se para encarar o rapaz, talvez se perguntando o verdadeiro motivo de Louis estar sendo obrigado a afirmar qual era seu estado sentimental naquele momento, e o porquê de ele estar forçando tanto a voz. Não para modifica-la, mas somente para afirmar mais do que o necessário que, sim, Louis estava ótimo.

E era óbvio que ele estava ótimo. Mais do que ótimo. Surpreendentemente bem. Até porque ele nem ao menos havia planejado chamar Harry para sair no final de tarde daquela sexta-feira, ou pensado em convidar o garoto dos olhos verdes para matar as duas últimas aulas em algum lugar descontraído e silencioso o suficiente para que eles pudessem conversar um pouco. Não. Aquele tipo de coisa jamais havia feito parte do pensamento de Louis. Em hipótese alguma.

A aula de Química acabou demorando três horas a mais que o normal, ou ao menos era aquela a sensação que Louis tinha, enquanto rabiscava partes aleatórias da carteira com um lápis pontiagudo e tentava não pensar naquela cena patética que havia presenciado logo pela manhã. Mas estava parecendo o inferno de tão impossível.

Louis ainda se lembrava perfeitamente da forma como Harry havia olhado em sua direção, antes de virar-se para encarar aquele rapaz dos cabelos vermelhos. O único problema era que ele ainda não havia conseguido diferenciar se aquele olhar era de desespero ou conforto. A expressão de Harry estava nula o suficiente para fazer com que Louis duvidasse e não conseguisse interpretá-la direito. E aquilo parecia o corroer por dentro.

Uma sensação enjoativa se fazia presente em seu estômago. Louis mordia os lábios de uma maneira tão forte, mas que ele nem ao menos era capaz de sentir. Era como se sua boca estivesse dormente. E suas mãos. E o restante de seu corpo. Como se seu cérebro se recusasse a continuar funcionando.

Por mais que poderia soar extremamente dramático de qualquer outro ponto de vista, era exatamente daquele jeito que Louis se sentia. Mas ele sabia que só se encontrava numa situação tão vulnerável assim porque, de alguma forma, todas as suas guardas acabaram sendo baixadas. Por uma única rosa vermelha.

A mesma que estava sendo segurada pelo respectivo namorado de Harry, o mesmo rapaz dos cabelos vermelhos que combinavam com as pétalas daquela flor. Junto do mesmo garoto dos olhos verdes com quem Louis começava seu dia conversando e finalizava aquele mesmo ciclo de vinte e quatro horas com um beijo escondido em algum lugar, não importando exatamente onde.

excuse me? // larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora