<Pensamento Emma*On>
Acordei, tendo aquela sensação de que dormi durante dias.
Enquanto tentava que a minha consciência despertasse também, percebi que estava sozinha. O meu corpo ocupava quase toda a cama e eu estava agarrada à almofada do Harry, ela tinha o seu perfume.
Ainda meia ensonada e preguiçosa, olhei para o relógio em cima da mesa-de-cabeceira do lado do Harry e vi que já passava da hora de almoço. Isso não fez com que a minha preguiça fosse embora e voltei a deitar a minha cabeça sobre a almofado do meu amor.
Sinto-me super cansada. Hoje foi a noite que dormi melhor nas últimas semanas. Custou mas parece que a paz está a chegar à minha vida com o Harry.
Tenho andado super agitada devido a toda esta confusão. Isto foi tudo uma secessão de factos, primeiro a preocupação em saber o que se passava com o Harry, depois descobri a razão, o Roy, de seguida foi toda a sua história de vida juntamente com os seus medos, depois foi o medo de o perder, e novamente o passado mal resolvido dele. Não tenho descansado nada porque quero ajudar este homem que amo, se ele não está bem, eu não consigo estar bem.
E agora eu sei, ele está finalmente a aprender a estar em paz consigo mesmo. Lembro-me de ontem ter adormecido nos seus braços, e sei que só adormeci porque vi que ele sorria. Finalmente, ele parecia bem e eu podia descansar por um bocado.
Quando consegui juntar forças para me levantar, vesti umas leggings pretas e peguei na camisola que o Harry ontem jurou apanhar do chão, este meu homem não muda, acabei por sorrir e vesti-la. Senti um conforto enorme, nunca me senti tão viva como agora, perto dele, e sei que não há segredo nenhum que se possa meter entre nós.
Quer dizer… Ontem não parei de pensar nas palavras da Gemma, e se eu estiver gravida? Pensei tanto nisso ontem à noite, eu tenho de conversar com o Harry sobre isso.
A ideia é assustadora, não sei como ele reagirá a este assunto mas estamos a viver à base da confiança e eu não lhe posso esconder, mesmo que a probabilidade não seja grande.
Lavei o meu rosto, sentindo um peso enorme no meu estômago, sinto-me um pouco mal disposta. Prendi o meu cabelo num coque desajeitado e desci até ao andar debaixo.
Acabei por encontrar a Anne na cozinha.
- Bom dia. – Sorri-lhe, beijando o seu rosto.
- É mais boa tarde, querida. – Ela riu e eu corei, dormi demasiado – Já almoçamos, o Harry não te quis acordar, mas guardamos comida para ti.
- Obrigada, Anne. – Agradeci a sua simpatia – Mas não tenho grande apetite, acho que por agora vou só beber um chá.
Ela assentiu e eu direcionei-me até ao armário para pegar numa caneca e aquecer a água.
- Não está a ser fácil, não é? – Ela falou momentos depois.
Eu encarei-a um pouco confusa, mas eu logo percebi do que ela falava.
- Não esperava que fosse fácil, mas está a correr melhor do que julguei ser possível.
- Sei que isto tudo foi pelo Harry, todas viemos por ele mas tu tens sido a maior lutadora desta historia toda. – Ela aproximou-se de mim e pegou a minha mão.
- Isso não é verdade, o maior lutador no meio disto tudo é o Harry.
- O Harry luta porque te tem ao seu lado, porque não o deixas cair e mostras-lhe todo o teu amor. Se ele está a enfrentar tudo isto, é por ti.
O meu olhar caiu sobre a carteira de chá que flutuava na minha caneca. Eu não quero que ele faça isto por mim mas sim por ele.
- Que tipo de pessoa seria eu, se o abandonasse nesta altura da sua vida? – Encarei-a, engolindo em seco.
Ela ofereceu-me um sorriso reconfortante. Ela exibe sempre este seu sorriso que é capaz de limpar almas.
- Não sei quem serias, mas sei quem és.
Eu estava confusa com a sua afirmação, não sabia onde ela queria chegar.
- Tu és a tal na vida dele. – Ela parecia falar isso com orgulho.
- Eu espero mesmo que seja. – Falei e ela caiu em gargalhadas.
- E és. O meu filho é doido por ti e tu sabes isso. Eu vejo outras meninas a olharem para ele, eu sei o filho charmoso que tenho, mas ele nem repara nisso. Ele só te vê a ti, é tão lindo de ver.
- Oh Anne… – eu ri tapando a minha cara com as minhas mãos – Assim eu fico sem jeito.
A sua gargalhada inundou aquela cozinha e ela é tão parecida com a do Harry. Sinto-me uma sortuda por pertencer a esta família.
- O Harry? – Acabei por lhe perguntar.
- Está lá fora no jardim.
- Acho que vou ver como ele está.
Ela simplesmente assentiu, sempre sorrindo, e eu tomei rumo ao exterior da casa.
Arrepiei-me assim que a brisa me tocou no pescoço, fazendo-me encolher. Ao menos hoje não está tão frio como ontem, há um pouco de sol.
Deparei-me com o Harry deitado sobre o enorme trampolim redondo, olhando para o horizonte. Ele não notou a minha presença quando me aproximei dele, então subi para o trampolim, saltando, e caindo em cima dele.
Logo a sua gargalhada soou e os seus braços abraçaram o meu corpo. As minhas mãos agarraram o seu pescoço enquanto ambos riamos perdidamente. Esta sensação de leveza é tão boa!
Os seus lábios começaram a espalhar beijos pelo meu pescoço e eu comecei a sentir as tais borboletas na minha barriga, é impossível de as mandar embora, e sinceramente, é uma sensação boa e mágica.
- Já acordou a minha dorminhoca? – Ele riu e os seus olhos caíram sobre os meus.
- Sim. – Acabei por rir também – Soube-me pela vida, amor.
- Estavas a dormir tão bem que não te quis acordar. – O seu sorriso não saía do seu rosto e eu adoro isso.
- Está tudo bem, amor. – Depositei um beijo nos seus lábios. – E tu, como estás?
- Bem. – Beijou-me em seguida.
Eu deixei que as palavras ficassem por ali. Definitivamente, tudo o que eu queria agora eram os seus beijos. As suas mãos deslizaram pelas minhas ancas e eu meti-me em cima dele, as nossas respirações ofegantes, o calor a crescer nos nossos corpos e uma felicidade imensa por saber que ele é meu.
- Amo-te tanto, gatinho. – Sentei-me sobre a sua barriga, com uma perna de cada lado, e ambos sorrimos.
As suas mãos agarraram as minhas, entrelaçando os nossos dedos, no ar.
- Eu amo-te mais. – Ele respondeu com um enorme sorriso.
- Isso não é verdade! – Ripostei, vendo as nossas mãos a brincarem juntas, de um lado para o outro.
- É sim! – Piscou-me o olho.
- Nunca saberás! – Meti-lhe a língua de fora e ambos acabamos a rir. – És um chato.
- Mas tu bem gostas. – Provocou.
- Dá pro gasto. – Provoquei-o também.
- Que má. – Ele riu e eu fiquei somente admirar o seu sorriso.
Eu amo o seu sorriso, a maneira como as suas covinhas aparecem e os seus olhos brilham. Ele é o homem mais lindo de todo o mundo.
- Estás mesmo bem, amor? – Voltei a perguntar.
- É por causa da conversa que tive ontem há noite? – A sua voz era calma. Eu assenti e ele beijou a minha mão. – Está tudo bem amor, ele veio pedir perdão.
- A sério? E tu? – Admiração era notável no meu rosto.
- Eu perdoei. – Ele deu de ombros.
- A sério? – Olhei-o confusa.
Não esperava esta sua resposta.
- Não vale de nada andar aqui com rancores, não é mesmo, amor?
O seu rosto sereno mostrava-me que ele estava super à-vontade com este assunto, ele conseguiu mesmo perdoa-lo e isso deixa-me tão feliz.
- Então ele veio mostrar o seu arrependimento?
- Mais ou menos isso. Eu fiquei admirado quando o vi e sinceramente não queria saber o que ele tinha a dizer mas depois ele contou-me por tudo que passou e agora ele é pai e isso fê-lo mudar. Ele só quer ser um bom pai e um bom marido, ele está a esforçar-se, não iria ser eu a atrapalhar o seu progresso. – Eu ouvi-o com entusiasmo, de olhos prestes a serem invadidos por lágrimas. – Todos temos as nossas lutas, todos erramos e todos temos o direito de nos reerguer e ele parecia ser sincero. O que passou, já passou, não quero ser um homem que não sabe perdoar.
E quando dei por mim as minhas lágrimas caiam aleatoriamente pelo meu rosto, sinto o meu coração tão cheio de orgulho e amor.
- Porque choras, amor? – A sua cara mostrava receio e o seu polegar tentava limpar as minhas lágrimas.
Segurei as suas mãos depositando beijos nelas, não escondendo o meu sorriso orgulhoso.
- Estou tão orgulhosa de ti. Tenho tanto orgulho no homem que és e em ser a tua mulher! És a pessoa mais importante da minha vida!!
Caí sobre ele, abraçando-o com toda a força que tenho. Eu amo tanto, mas tanto este homem!
- Repete o que disseste. – Ele pediu ao meu ouvido.
- Que sou uma mulher orgulhosa? – Perguntei sem nunca o largar.
As suas mãos começaram a entrar por dentro da sua camisola que eu trazia vestida, elas estavam frias mas o seu toque aqueceu todo o meu corpo.
- Não… – A sua voz rouca soou mais baixa e a sua língua passou pelo lóbulo da minha orelha, mordendo-a em seguida.
Não consegui segurar o gemido, soltando-o, ouvindo em seguida, a sua leve gargalhada ao meu ouvido. Este homem sabe bem o que faz e como faz.
- Que és a minha mulher, repete. – Ele pediu e eu sorri.
Ele rodou-nos naquele trampolim e eu não consegui evitar a minha gargalhada, ele trás ao de cima o melhor de mim. A minha alma torna-se calma e leve, faz-me acreditar no impossível, ele faz-me sentir de novo uma criança.
O seu tronco estava elevado, sobre o meu corpo, um dos seus braços suportava o seu peso e o outro fazia pequenas festas no meu rosto. Pousei as minhas mãos sobre a sua cintura e olhei bem dentro dos seus olhos verdes brilhantes, oferecendo-lhe o meu sorriso mais sincero.
- Sou tão feliz por ser a tua mulher, só e unicamente tua. – Falei firmemente mas as minhas palavras estavam cheias de carinho.
O seu polegar passou pelos meus lábios enquanto eu observava o seu sorriso babado. Ele não soltou uma única palavra, em vez disso os seus lábios uniram-se aos meus e logo os meus braços rodaram o seu pescoço intensificando mais o nosso beijo.
É tão bom este clima de paz e amor, é como se nada mais importasse. E não importa.
Mas algo veio à minha mente e talvez algo importe para além desde momento. Estou a sentir a minha consciência pesada, não que eu tenha feito algo de mal mas porque lhe estou a esconder algo. Se quero que ele seja sempre sincero comigo, eu tenho de me abrir com ele.
- Passa-se algo? – Ele olhou para mim com preocupação e eu soltei um longo suspiro.
Não me consigo entregar a ele, tendo a dúvida em minha mente.
- Tenho de falar contigo sobre uma coisa… – Comecei por falar, não conseguindo encara-lo.
- Fala, amor. – Ele saiu de cima de mim, sentando-se ao meu lado.
Eu sentei-me também, limpando a minha garganta, encarando sempre as minhas mãos.
- Porque estás tão nervosa? – A sua voz rouca fez-me encara-lo.
- Porque tenho de te contar uma coisa e eu não sei como vais reagir…
Sinceridade. É nisso que nos temos de basear sempre, é assim que uma relação ganha pernas para andar.
Confiança. É a base de tudo.
Amor. É o que trás o aconchego e a felicidade aos nossos dias.
- Porquê que eu sinto que estás com medo? – A sua voz continuava calma e a sua mão foi até ao meu cabelo, metendo uma mancha atras da minha orelha.
- Talvez porque eu esteja assustada…
Os meus olhos subiram até aos seus e eu sei que ele estava a ficar nervoso. Não quero estragar toda esta onda de leveza que temos vivido, não quero trazer mais problemas para a nossa vida.
- Não quero que tenhas medo de falar comigo, quero que dividas as coisas comigo, que fales abertamente. Se tiveres medo de mim é porque não estou a dar o meu melhor como teu namorado…
O seu olhar perfurou a minha alma. Quando foi que ele se transformou nesta pessoa tão compreensiva, tão afetiva, não racional? Gosto cada vez mais da evolução pessoal deste homem, e é mais do que gostar, é amar. Eu amo este homem com cada pedaço de que sou feita.
- Eu… eu não tenho medo de falar contigo, é só um assunto sensível e digamos que veio numa má ocasião. – Eu estou cada vez mais nervosa, o melhor é dizer de uma vez o que se passa.
- Fala amor, sem rodeios. Estou do teu lado e vou ficar aqui, não importa o que vier. – A sua mão pegou na minha e esse pequeno gesto fez-me ganhar confiança.
- Eu estou atrasada uns dias, digamos que tenho andado maldisposta e a tua irmã ontem veio com a conversa que isso pode ser outra coisa… Pode ser, mas também pode ser só nervos, aconteceram muitas coisas ultimamente, amor.
Ele ficou a olhar para mim um quanto confuso. O seu olhar percorreu o meu corpo e depois parou no meu olhar.
Confesso que o seu silêncio estava a deixar-me desesperada, eu preciso que ele diga algo.
- Pode ser tudo, mas pode nem ser nada… Diz algo, por favor Harry! – Implorei, vendo-o sem reação.
- T-tu podes estar gravida? – Assenti com a minha cabeça à sua voz baixa – Isso quer dizer que eu vou ser pai…
Ele parecia perdido nos seus pensamentos, tão perdido que eu não conseguia perceber se ele estava a querer fugir ou se era um boa notícia.
- Claro, não é Harry! Se eu estiver gravida o pai és tu… Eu sei que é uma má hora e não foi nada planeado, – Os nervos faziam-me atropelar nas minhas próprias palavras – talvez nem seja nada. – Fui calada pela gargalhada do Harry.
O meu coração começou a bater fortemente, ele está a rir?
- Amor, calma. – Ele levou a minha mão aos seus lábios e beijou-a. – Se estiveres gravida essa criança será muito bem-vinda. Isto não é um problema, é algo bom.
- Tens a certeza? – Olhei-o desconfiada.
- Não queres ser mãe? Não queres ter filhos comigo? – O seu olhar era bastante sereno e o sorriso não fugia dos seus lábios.
- Quero. Tu sabes que sim, mas não achas cedo?
Estou estupefacta com a reação dele, era algo que não esperava, de todo!
- Não é que seja cedo, só não foi planeado amor. Talvez não seja a hora mais oportuna, mas tudo se arranja e amor não irá faltar a essa criança.
Eu fiquei sem palavras. Um sorriso foi crescendo nos meus lábios e num impulso saltei para o colo dele abraçando-o com a minha força. Ele é um homem tão maravilhoso, em nada me arrependo de o ter escolhido, de permanecer ao lado deste homem que, a cada dia que passa, faz de mim a mulher mais feliz do mundo.
- Esta notícia deixa-me feliz, Emma. Se tinhas medo porque eu poderia querer fugir, fica com a certeza de que, nunca quis tanto na vida, ficar.
Os seus braços apertavam-me com tanta força que eu me sentia protegida. E pela primeira vez, desde que penso nesta possibilidade, eu desejo que isto seja verdade.Novo capítulo meninas!!!
O que acharam? O que acham da evolução da relação deste nosso casal? Acham que ela pode estar mesmo grávida? O que acharam da reacção do Harry?
COMENTEM E VOTEM MUUUUUUUUITO!!! VÁ LÁ MENINAS!!!Sei que demorei um pouco a publicar novo capítulo mas tem sido difícil... Prometo que estou a dar o meu melhor meninas...
Beijinhos e obrigada por tudo!!! ❤
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* Sweet Trouble * (Acabada)
Fanfiction' O meu destino esteve sempre aos meus olhos, ela foi-me destinada. '