As minhas mãos soavam enquanto agarravam o volante do meu carro. Lembro-me deste caminho como se o tivesse feito pela última vez ontem, mas já passaram uns anos desde então.
Aprendi que números são só números, eles não significam nada. Números grandes podem não significar nada e números pequenos podem significar pequenas eternidades, só depende da intensidade que lhe colocamos.
A Emma tem vindo a contemplar a paisagem desde que saímos de Londres e a sua perna vai mexendo conforme o ritmo da musica que vai passando na radio enquanto vai cantarolando baixinho, tão baixinho que ela parece não querer me incomodar.
Olho pelo espelho e vejo a minha irmã e a minha mãe adormecidas no banco de trás. Poderia dizer que a falta de conversa me estava a incomodar mas estaria a mentir, parecia um alívio.
Sinto-me nervoso, estou a tentar-me preparar para a chegada ao meu destino, conduzir faz-me ter a cabeça ocupada mas nem tão ocupada assim.
Senti um aconchego quente na minha perna e quando desviei o meu olhar da estrada percebi que era a mão da Emma. Encarei-a por leves segundos e tudo o que ela me deu foi um maravilhoso sorriso.
Para ser sincero o seu sorriso é tudo para mim, esta mulher tornou-se a minha âncora e agora eu sei que eu terei sempre para onde ir, terei sempre quem me agarre mesmo quando eu estiver no fundo do poço.
Vi-me metido no meio de uma grande tempestade e ela tomou conta de toda a massa de que eu sou feito. Ela assumiu todo o controlo e eu fiquei preso, demasiado fraco para poder fazer algo por mim mesmo.
Talvez não tenham sido as forças que me tenham faltado mas sim a capacidade de entender que eu teria de tomar as rédeas de toda a minha vida.
Deixar andar é o pior dos erros humanos. Quando algo nos deita para baixo devíamos de simplesmente largar isso e não deixarmo-nos levar pela corrente de modo a que isso nos tire as forças e nos enforque. Também nos enforcamos nas palavras que deveríamos dizer e que por algum motivo ficam presas nas nossas gargantas.
Talvez eu não tivesse um bom incentivo para querer sair do meu estado de queda livre. Se a minha família era o suficiente, ela deveria de ser e ela é, só eu é que não via que afastar-me delas levava-me também a um Auto suicídio.
Mas agora eu tenho também a Emma e ela abre-me os olhos para tantas outras coisas. Ela faz-me ver que as coisas boas acontecem quando nos permitimos senti-las.
Deixei de esperar coisas boas para mim e foi isso que tomou todo o controlo da pessoa que eu sou, do menino que eu era e que por uns tempos deixei de conhecer. Simplesmente, ele ficou esquecido nas profundezas da minha mente mas hoje é o dia. Hoje eu vou enfrentar o meu passado e recuperar aquela alma feliz.
Não irei adquirir aquela alma pura, porém irei carregar tudo que de mau vivi como uma aprendizagem e ensinar isso a quem se cruzar no meu caminho e quem sabe isso me ajude a ser um bom pai no futuro.
Pai... Eu a pensar em ser pai. Meu deus, como as coisas mudam.
Hoje eu vejo que há sempre uma luz ao fundo do túnel, só não podemos perder o nosso norte.
A liberdade chegou quando eu conheci a Emma. Tê-la na minha vida foi a minha salvação, mesmo que depois daquela noite tenhamo-nos tornado só amigos e ela se tenha tornado a namorada no meu melhor amigo, ela salvou-me.
Depois disso, assistimos os nossos corações a se conhecerem e agora temos o nosso sentimento gravado em pedra, para sempre.
Apercebi-me que na próxima esquina já estarei na rua onde se situa a casa a que tanto quero chegar, situada na minha memória, num lugar que me foi roubado.
Paro o carro quando chego finalmente àquela modesta casa de cor cinzenta e janelas verdes claras. Pego no silêncio e sinto-me como que perdido no espaço.
A minha visão do mundo desapareceu bem diante de meus olhos e momentos de magia apoderaram-se de mim.
De repente eu era um miúdo a correr naquele jardim, um miúdo feliz. Via alguém que hoje parece tão difícil de encontrar.
Será que um dia vai voltar?
Só quero que esta viagem me leve de volta aquele sentimento, aquela pessoa de bem com a vida e cheia de amor para dar.
Quando voltei à realidade a Emma estava a olhar para mim com uma expressão serena e um olhar meigo. Ela é tão linda.
- Eu amo-te. – Ela sussurrou.
Eu assenti com a minha cabeça e peguei na sua mão beijando-a.
Respirei fundo.
- Acho que estou pronto. – E finalmente falei, olhando aqueles olhos claros que me trazem todos os dias de volta à vida.
- E eu estou aqui, como sempre estarei. – Ela assegurou-me com um sorriso nos lábios.
- Estamos. – Ouvi uma voz vinda do banco de trás e encarei a mulher mais maravilhosa de todo o mundo. A minha mãe.
Ela continha um sorriso grandioso tal como a Gemma e do nada eu senti-me forte. O sorriso destas três mulheres é tudo de que preciso.
Voltei!!! Finalmente, eu sei...
O que acharam do capitulo? Espero ter muuuuuitos comentários e votos meninas!!
Desde já quero pedir desculpas por estes anos de ausência, eu sei que já passaram anos... Sinto-me péssima por não dar conta do tempo a passar e ter parado com esta história, mas agora eu estou de volta!
Falando de assiduidade, eu ando na universidade e é complicado ter muito tempo para a escrita mas tentarei no mínimo postar dois capítulos por semana... Irei tentar meninas, e não se preocupem que agora que voltei a escrever esta história, eu não a irei deixar novamente.
Vou-vos dar o final que esta historia tanto merece!
O SEGUNDO PONTO, MUITO OBRIGADA POR LEVAREM ESTA HISTORIA TÃO LONGE!!!! Vocês têm noção que já somos mais de 2.3M de pessoas nesta Fic?? Eu fiquei tão feliz quando me apercebi disso!
Eu nem tenho palavras! Muito obrigada a vocês todas e um enorme pedido de desculpas por toda a minha ausência. Prometo que não se volta a repetir!
Espero que gostem e desfrutem meninas!
I love you all!!!
Beijinhos ❤❤❤❤
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* Sweet Trouble * (Acabada)
Fanfic' O meu destino esteve sempre aos meus olhos, ela foi-me destinada. '