<Pensamento Harry*On>
Esta foi, sem dúvida alguma, a noite mais longa da minha vida, já não dizendo que foi também a pior.
Culpabilizo-me por tudo o que aconteceu ontem. Por ter arrastado a Emma para o meu passado, por ter feito o que fiz enfrente a elas e principalmente por ela ter estado em perigo. Se há culpados aqui, sou eu.
Ontem tomei a decisão mais difícil da minha vida. Ela consistia em arrastar o meu passado para um futuro próximo ou deixa-lo ir sem quaisquer consequências.
O que fiz o Austin passar ontem não é nada comparado com o que ele merecia, nada mesmo. Ele merecia a morte, merecia o pior dos castigos ponderando mesmo o massacre mais doloroso mas eu fiquei somente por meia dúzia de festas que o deixaram a sangrar. Deveria ter dado muito mais movimento e força ao meu punho direito.
Ainda assim, tendo certezas de que ele merecia mais, muito mais do que eu lhe proporcionei, eu deixei-o ir. Deixei ele sair em pune mas levando com ele todo o passado que ainda não estava resolvido com a esperança que ele tenha tido um fim.
A Gemma queria ligar para as autoridades e fazer a Emma apresentar queixa mas isso seria envolver mais a Emma neste assunto e faze-la sofrer ainda mais.
O Austin, como pulha e cobarde que é, implorou para não o denunciarmos e que em troca ele sairia das nossas vidas prometendo nunca mais olhar para as nossas caras. O que o levou a este espetáculo de arrependimento? Não sei, mas espero seriamente que não seja fachada.
A Gemma ligou-me explicando a situação, querendo que eu e a Emma ponderássemos e chegássemos a uma conclusão.
Nesse momento, quando eu estava pronto para dizer que o queria preso, eu olhei para a mulher linda que estava ainda sobre o meu colo agarrada à minha cintura, dentro do meu carro. Eu não queria que ela passasse por mais nada, naquele momento só o bem-estar dela tinha importância para mim. Pensei também na quantidade de canalhas que saem ilesos de situações iguais a estas, ele seria só mais um. Ou pelo menos havia muita probabilidade dessa possibilidade acontecer.
Ela estava tão frágil, tão destroçada e com lagrimas em seus olhos que eu pensei, “ Não, eu não a vou deixar passar por mais nada de mal. Não por culpa minha.” Então foi ai, foi ai que eu disse a Gemma para o deixar ir mas se ele não cumprisse a sua palavra de merda que eu mesmo o matava. E mato mesmo!
O resto da noite foi passado em silêncio. A Emma não sabia o que dizer e eu não tinha coragem para falar. Apesar das insónias, ela conseguiu adormecer quando tomou o calmante que lhe ofereci e desde ai que a vejo dormir.
Ninguém diria, ao ver o seu rosto angelical, que ela estava a sofrer. Até a dormir ela é perfeita.
Ontem percebi, uma vez mais, que a amo de verdade. Eu amo-a tanto que chega a doer. Eu amo-a tanto como as estrelas amam o céu. Eu amo-a tanto como o sal ama o mar. Eu amo-a tanto que nem sei explicar e então arranjo comparações absurdas e totalmente lamechas para me exprimir.
Um homem apaixonado vira boneco. Boneco nas mãos do amor. Veem? Ando burro!
Levantei-me daquele sofá de couro, que se situa perto do fundo da cama, e fui até à casa de banho. Eu preciso mesmo de um banho, de algo que alivie tudo isto que eu sinto. Na realidade eu não sei o que sinto, não sei se é culpa, descontentamento, raiva ou só mesmo tristeza.
À medida que me ia despindo fui atirando a minha roupa para o cesto, que estava num canto da casa de banho. Liguei o chuveiro e meti a água bem quente, preciso de descontrair.
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* Sweet Trouble * (Acabada)
Fanfiction' O meu destino esteve sempre aos meus olhos, ela foi-me destinada. '