# capitulo 102 #

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<pensamento Harry*on>

Olhei uma vez mais para o meu relógio de pulso e já marcava as 9:40pm. Onde ela anda?

A noite esta fresca, um suave vento faz os meus caracóis voar ligeiramente mas a noite em si está agradável. O tempo parece não passar, já faz meia hora que estou encostado ao para-choques do meu carro à espera dela.

Sei que talvez a culpa seja minha por ter chegado mais cedo mas ela deveria ter saído há uns dez minutos. Não quero parecer controlador mas eu tenho saudades dela e se ela não vier em cinco minutos, eu vou-lhe ligar.

Um suspiro de aborrecimento saiu da minha boca por ver a porta do auditório ainda fechada mas a luz acesa. Eu quero a Emma!

O meu olhar deixou de encarar aquela porta de vidro e olhei para a paisagem vendo parte do tower bridge. Como não vi a beleza deste local antes? Estava com a mente tao ocupada com merdas sem sentido, que perdi tudo o que rodeava a minha vida.

Vivi durante tanto tampo aqui que quando me mudei para Manchéster por causa da universidade, senti-me aliviado. Vir aqui de vez em quando parecia ser o suficiente para mim. Mas isso era só a minha cabeça a querer fugir dos problemas.

Eu fiz tanta merda. Envolvi-me em lutas, consumi droga, bebi que nem um burro, batia em quem queria e ainda mandei aquele filho da puta pro hospital em coma. Ele não valia nada, fez da minha vida um inferno mas eu hoje sei que nada se paga com violência. Talvez eu hoje não fizesse o mesmo, o troco para todas as humilhações que o Austin e o seu grupo de amigos me fez passar foi alto demais. Eu perdi o meu caminho, perdi parte do respeito da minha família e o pior de tudo foi que perdi tudo de bom na minha relação com a minha mãe.

Ela sempre me amou, eu sei disso mas eu não dei o suficiente em troca. Sempre quis estar longe para que elas não se lembrassem da merda que eu era, que acabei por perder muito. Ou seja aquele idiota fez-me perder os melhores anos da minha infância e também os melhores momentos com a minha família. Mas eu nem sei se posso culpar alguém por isso, talvez eu tenha sido o único culpado.

Independentemente de tudo, eu hoje sei que sou um homem, transformei-me nisso neste ultimo ano e uma vez mais devido aos meus erros. Mas o amor da Emma fez-me entrar no caminho certo e eu agora quero começar do zero e concertar tudo o que pensei ter perdido.

Eu continuava encostado ao meu carro, perdido em pensamentos, quando a vi sair com uma rapariga morena alta e um homem de cabelos grisalhos e de óculos. A morena logo os abandonou simpaticamente e a Emma e o tal homem caminharam na minha direção.

Xxx: não te esqueças do que te disse sobre a cena do beijo. Estas quase la, revê só aqueles pontos. – o homem falou a uns metros de mim.

Emma: sim, obrigada professor. – a sua voz suave suou e eu sorri.

Xxx: tem uma boa noite Emma. – ele sorriu.

Emma: igualmente, até amanha.

Ele entrou num Renault preto e ela caminhou até mim sorrindo. As suas pernas estavam nuas, caindo uma saia, um quanto larga, pelas suas ancas e uma camisola igualmente larga caia um pouco abaixo da sua barriga e vi que ela tinha uma espécie de cauda na sua parte detrás. Acho que isto é agora a nova moda, mas ainda assim adoro quando ela usa este tipo de saias, tenho de lhe dizer isso.

Emma: estas aqui há muito tempo à minha espera? – ela falou assim que me alcançou.

- nem por isso amor. – ela não precisava de saber que eu estava tao desesperado para a ver.

Emma: desculpa demorar mas estive a falar com o meu professor e com uma colega. – ela tentou-se desculpar, mas ela deveria estar a beijar-me. Andei a sonhar com os seus lábios durante o dia todo.

* Sweet Trouble *  (Acabada)Onde histórias criam vida. Descubra agora