O jantar está a correr o melhor possível, pelo menos para mim. Mal consigo tocar na comida, estou demasiado empenhada em fazer desenhos abstratos com a comida do meu prato, não conseguindo encarar ninguém.
O nó que se instalou no meu estomago está a ganhar, juntamente com a raiva e a insegurança. Na última meia hora que estivemos sentados a esta mesa só ouvi histórias passadas entre o Harry e a Caroline. Eles estão os dois sentados de frente para mim e não param de falar e rir. Confesso que preferia estar na ignorância do que ouvir todas estas coisas sobre as aventuras que eles passaram, com os seus amigos, em tempos atras.
Confesso que já respirei profundamente varia vezes, não quero ser a namorada controladora ou barraqueira. Não vou fazer o contrário daquilo que tenho pedido ao Harry desde que ele ca chegou.
Eles não estão a fazer nada de mal, apesar de aquilo tudo me estar a criar um grande buraco no meu peito, eles somente conversão e bem à minha frente. Não têm nada a esconder, ao contrário de mim, que tento esconder o quão desconfortável esta situação instalou-se em mim.
Eu não sei se deveria ter ciúmes, mas eu tenho. Eu e o Harry nunca fomos a karaokes onde cantávamos horas a fio, o Harry nunca trepou a minha janela para me ver durante a noite, o Harry nunca passou horas a fio comigo a atirar pedras a um rio enquanto curava uma bebedeira. O Harry nunca me levou a um festival onde comentemos demasiadas loucuras entre amigos. O Harry nunca me levou ao ringue para me mostrar como aquilo funcionava… mas ele fez isto tudo com ela. E a minha cabeça está a latejar só de ouvir todas estas historias contadas entre risos e frases incompreensíveis com nomes desconhecidos à mistura. E o pior de tudo é que o Harry nem parece reparar em mim, que estou sentada mesmo a sua frente, nesta mesa de seis lugares.
Harry: mentira Caroline – ele ria – eu ia à tua casa porque adorava aquela tarte que a tua mãe fazia. Sem dúvida é das melhores que eu comi em toda a minha vida. – a conversa deles continuava.
Caroline: não ias mais vezes lá a casa porque não querias. – ela encarou-o rindo.
Harry: a tua vizinhança não era da melhor, sabes bem. – o sorriso do Harry tivera desaparecido.
Caroline: eu sempre te disse que o Austin era um pulha! Aquele miúdo nunca prestou, mas nunca pensei que chegasse onde chegou.
Ela é vizinha do tal Austin? Será que eles poderiam ter mais ligações entre eles? Que frustração!
Harry: só aconteceu Carol! – o Harry não parecia confortável.
Caroline: era preciso chegares aquele extremo? Quando soube o que fizeste eu fiquei em choque. Eu disse-te Harry, o Austin sempre foi uma merda de pessoa, deverias ter cagado nele. – ela falava seriamente.
Ela sabe de tudo sobre o Austin? Oh boa, ela esteve com o Harry naquela altura! Será que ela ao menos tentou ajudar o Harry quando ele era maltratado por aquele miúdo? Fogo, porque sinto tanta raiva dela?
Harry: tu não sabes da história a metade Caroline, foste embora e não sabes o que aconteceu desde ai. Mas também, isso é algo que eu quero esquecer. – ele falou e bebeu um pouco da sua cerveja.
Caroline: está bem, desculpa. – ela olhava serenamente para ele, sentado ao seu lado – olha e lembras-te daquele dia do cinema? – acho que ela tentava mudar de assunto.
Harry: cinema? – ele encarou-a confuso.
Caroline: sim, quando fomos expulsos e escondemo-nos na casa de banho das raparigas. – ela ria.
Harry: desculpa, tu foste expulsa! Arrastaste-me contigo, foi o que foi. – ele riu.
Caroline: o filme era uma seca, tecnicamente a culpa foi tua. Só te fui fazer companhia! – pela voz dela, fazia-se de ofendida.
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* Sweet Trouble * (Acabada)
Fanfic' O meu destino esteve sempre aos meus olhos, ela foi-me destinada. '