O Impasse

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Nota: Esse capítulo ainda não foi devidamente betado, mas tentei revisá-lo da melhor maneira possível antes de postar. Enfim, boa leitura. :)

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Não poderia com ele, definitivamente não após ter passado a última meia hora correndo por sua vida no excruciante calor do meio-dia e além de tudo carregando Armin. Eren olhou de relance para trás e inconscientemente deu um passo em direção ao soldado quando viu que seus perseguidores viraram na estreita ruela. Estava bloqueado nas duas saídas agora. Seu destino estava literalmente selado.

Eren voltou-se para o Capitão desesperadamente; poderia pedir a ajuda dele? Não, claro que não! Era um membro do exército, de jeito nenhum ele ajudaria. Eren estava ferrado. O homem de olhos cinzentos examinou silenciosamente a cena à sua frente, olhar viajando entre o tropel que se aproximava e Eren e depois de volta ao grupo, tentando juntar as peças para descobrir o que estava acontecendo. Fixou-se em Eren e por fim em Armin embrulhado em seus braços, o que fez com que o moreno trouxesse a criança para mais perto de si defensivamente. O soldado franziu o cenho, mas pareceu perceber que o que quer que ele tenha encontrado por acaso certamente centrava-se na preciosa carga de Eren.

— O que você tem aí? — Sua face permaneceu sem expressão, olhos frios e calculistas, porém não mostrando nada mais. Eren não gostava disso. Ele contava muito com a linguagem corporal e expressões de seu oponente para determinar sua reação, mas o homem à sua frente era um quadro em branco.

— Nada. — respondeu cautelosamente. Os dedos de Eren apertaram em volta do cabo de sua adaga mesmo sabendo que, se chegassem a duelar, ele teria poucas chances contra o homem mais baixo. O Capitão ergueu as sobrancelhas e inclinou-se levemente para o lado, acentuadamente olhando por sobre o ombro de Eren na direção dos homens que se aproximavam. Eren não seguiu seu olhar apesar de seus instintos gritarem para que ele checasse seu progresso; não confiava que o homem à sua frente não tiraria vantagem de um momento de distração sequer.

— Tem certeza de que quer jogar esse jogo comigo agora, moleque? Não parece que você está em posição de ficar parado aqui e, pelo visto, eu apostaria que aqueles caras estão planejando fazer algo muito pior com você do que eu faria. — Eren engoliu em seco, olhar procurando desesperadamente pela viela por algum jeito de escapar. As paredes eram todas muito altas e nuas para escalar sem ajuda do DMT, e ele duvidava que seria rápido o suficiente para contornar o Capitão a caminho da liberdade.

— O que você roubou deles? — sondou o homem de cabelos escuros. — Se não for nada muito importante, eu permitirei que devolva e os tire de sua cola e lidarei com você eu mesmo. — Roubou? Levou um momento para que as palavras fizessem sentido em sua mente; Capitão Levi pensou que Eren estava sendo perseguido porque havia roubado algo daqueles homens? Faz sentido, Eren provavelmente não tinha direito de se sentir ofendido por ser chamado de ladrão, visto que era realmente seu ganha-pão, mas ainda assim não podia deixar de se sentir ressentido pela suposição. Estava sendo caçado por meia dúzia de homens munidos de uma variedade de armas brutas e não obstante ele era acusado de ser o culpado. Clássico.

Quase como que em sua deixa, Armin choramingou baixinho em seus braços, mas aparentemente não baixo o suficiente para que o soldado não escutasse. Olhos cinzas arregalaram-se alguns milímetros e, pela primeira vez, Eren viu um pingo de emoção passar rapidamente pela face do mais velho na forma de surpresa.

— Isso é um bebê? — Merda. Merda, ele sabia, não que houvesse realmente algum jeito de escondê-lo para sempre, mas agora não havia chance de Eren sequer fingir considerar sua oferta na esperança de ganhar tempo suficiente para escapar; ou o homem iria deixá-lo para morrer nas mãos dos mafiosos ou se juntaria à execução. — Você roubou um bebê?

Street Brat (tradução pt/br)Onde histórias criam vida. Descubra agora