O Ultimato

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Boa leitura e um ótimo dia! :)

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Ele nunca esteve tão ávido por entrar por estas portas quanto agora. Graças a Deus ele não contou a Hanji aonde estava indo tão cedo, sem dúvida seria um inferno se o fizesse. Hanji provavelmente pensaria o mesmo que Pixis e assumiria que alguém finalmente atraiu seu interesse. Bem, isso era tecnicamente verdade, mas não pelas razões que eles esperavam. Talvez ele devesse contar a Hanji que alguém de Muralha Rose o interessou? Ao menos pararia de incomodá-lo pedindo para parar de trabalhar e relaxar o tempo todo.

Muralha Rose era bem diferente durante o dia. Sem o esplendor das apresentações noturnas, candelabros acesos e as garotas enfeitadas com fantasias e joalheria de palco, toda a atmosfera era bem diferente. Era muito menos abarrotado de gente já que os homens geralmente vinham apenas para uma rapidinha quando tinham tempo livre ou para fumar narguilé em pequenos grupos. O ar era preenchido apenas com murmúrios de vozes baixas, barulho de água salpicando na fonte do lado de fora onde as garotas se banhavam, e o fraco som de conversa e risada das crianças que brincavam lá fora. Várias moças reconheceram Levi enquanto passeava pelo bordel, deixando um rastro de expressões assustadas e conversas sussurradas em seu caminho. Levi nunca veio a Muralha Rose sozinho e distraidamente imaginou que tipo de rumores esta breve visita geraria. Não que ele se importasse; nunca ligou para o que diziam dele porque, no fim das contas, contanto que o deixassem em paz, estava tudo bem. Além do mais, a maioria dos rumores encorajavam distância dele em primeiro lugar, então era normalmente para melhor.

Havia poucas chances de Eren estar lá no momento. Levi não tinha plena certeza de qual era seu trabalho em Muralha Rose ainda, mas estava convencido de que não se estenderia além da dança, então era improvável que estivesse ali até o início das atividades noturnas. Mas agora seu foco era encontrar a Tawaif. Eren parecia ter algum tipo de relacionamento com ela, mas de qual natureza Levi não saberia dizer. Ela era perspicaz, então ele precisava ser cuidadoso na forma como a abordaria sem levantar suspeitas. Ele sabia o quão unidas essas comunidades podiam ser; não seria bom fazê-la correr e alertar Eren, não quando Levi estava tão perto.

— Bom dia, Senhor. Como posso ajudá-lo? — Uma pequena ruiva sorriu para ele com covinhas nas bochechas. Era ainda mais baixa que Levi e ele teve de admitir, gostou um pouco mais dela instantaneamente por causa disso. Ela estava, porém, claramente um pouco apreensiva por ter que abordá-lo, o que não era raro. Melhor manter essa interação breve, então.

— Aonde posso encontrar a Tawaif? — A garota apertou os lábios e olhou para ele apologeticamente.

— Desculpe, Senhor, Mikasa não faz mais sessões privadas. No entando, posso recomendá-lo nossa graciosa Hitch? Ela é nossa estrela em ascensão e está disponível...

— Esqueça isso, eu só quero conversar. — interrompeu. Não estava interessado em Hitch, só estava interessado em Eren. Estava até disposto a pagar por alguns minutos de conversa reveladora com a garota de cabelos negros.

A ruiva não pareceu convencida; certamente homens já quiseram "só conversar" antes, mas ela cedeu com um pequeno sorriso e gesticulou para que a seguisse. Conduziu-o para fora através de uma pequena porta dos fundos coberta por uma cortina de contas que levava a um quintal afastado. Aparentava ser um local reservado para as jovens relaxarem com seus filhos. O chão ladrilhado era coberto de tapetes coloridos e almofadas com bebês e crianças brincando entre eles. Suas mães assistiam da parede de tijolos ao lado, conversando entre si e chamando-os vez ou outra para repreender seus filhos por alguma desobediência. Era uma área bonita, ele nunca teria adivinhado que fazia parte de Muralha Rose; a atmosfera era completamente diferente, inocente e alegre. Levi tinha que dar créditos a Pixis; alcoólatra ou não, o homem sabia como cuidar de suas meninas. A única coisa fora de seu controle eram os motins, mas Levi sabia o quanto eles atingiam o mais velho e o esforço que ele fazia para ajudar as garotas mesmo nestes momentos, pagando por médicos de seu bolso e pessoalmente confortando os afligidos. Fale o que quiser do homem e seu ramo de trabalho, mas ele era um dos poucos caras decentes por aí.

Street Brat (tradução pt/br)Onde histórias criam vida. Descubra agora