31 de agosto de 2009 - William McKinley High

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(Rachel)

Desde que a minha professora de balé disse que eu deveria ganhar força física para conseguir fazer melhor os movimentos, a minha rotina mudou. Pedi aos meus pais um crosstrainer como premiação por ter encerrado minha etapa na Junior high com méritos. O meu despertador foi programado para soar o alarme às seis horas da manhã, quando todos lá em casa ainda estão debaixo dos cobertores. Então vou até a cozinha e preparo em cinco minutos o meu shake de proteínas com banana para começar o dia. Visto minha roupa de ginástica e parto para uma jornada de 40 minutos de exercício. Assim foram minhas férias, menos nas duas semanas em que estivemos no Chile junto com abuela para visitar os Lopez de lá.

Minha rotina inicial não mudou nem no primeiro dia de escola. Acordei ainda mais cedo, tomei o shake, fiz exercício. Enquanto a minha irmã acordava sempre depois das dez da manhã durante as férias, estava tudo em paz dentro de casa. Mas percebi logo nos primeiros minutos que teria de enfrentar alguns elementos adicionais na minha rotina matinal: Santana de péssimo humor era o principal. Outro problema era em relação ao nosso banheiro.

"Santy!" Bati à porta. "Vai demorar?"

"Não enche!" Ela gritou lá de dentro.

"Posso entrar para tomar o meu banho?" Insisti.

Minha irmã, quando dava na telha, não costumava respeitar o meu momento de privacidade e invadia o banheiro quando eu me esquecia de trancar a porta. Mas se eu fizesse o mesmo, invariavelmente dava briga. E eu não queria brigas no primeiro dia de aula. Ouvi a descarga e não muito depois o clique de destrave da porta. Santana saiu sorrindo.

"O banheiro é todo seu. Aproveite!"

O banheiro era todo meu agora que estava fedido. Como eu odiava a minha irmã. Por causa dela, eu estaria indo para o show de horrores de William McKinley High em vez de Carmel. Usei o spray de bom ar e esperei cinco minutos antes de entrar para me higienizar. Tomei um banho rápido, escovei meus dentes, usei Listerine. Tinha o hábito de colocar o roupão e só me vestir no meu quarto. Cruzei novamente com Santana na porta. Ao contrário de mim, ela tinha mania de se arrumar dentro do banheiro e não raro deixava o cabelo cair na pia. Era nojento!

Por mais que McKinley não fosse a escola ideal, ainda era importante causar boa impressão. Escolhi a minha saia xadrez, a minha blusa rosa lisa, meias três quartos e sapatos mocassins. Nada como ter estilo e conforto ao mesmo tempo.

"Que horror!" Foi o que ouvi quando cruzei com Santana pela terceira vez no dia e começava a achar que esses encontros estavam de bom tamanho.

"Que vulgar!" Não que ela estivesse vulgar. Estava bonita, como sempre. Eu só não achava que aquela saia justa, botas e jaqueta eram adequados para o ambiente escolar.

"Observe e aprenda, anã." Ela deu meia-volta. "Apesar de que, depois de todos estes anos, penso que você é uma causa perdida por ainda usar as mesmas roupas de quando tinha oito anos." Revirei os olhos.

"Melhor o meu conforto do que usar uma saia tão justa que não apenas priva os seus movimentos, como te obriga a puxar a barra para baixo de cinco em cinco minutos, a não ser que você queira mostrar a marca da sua calcinha. Sem mencionar nos cuidados na hora de sentar..."

"Vai se ferrar!"

"Igualmente!" Abri um sorriso brilhante.

Não estava com fome pela manhã e fiquei esperando Santana e meus pais tomarem o café. Despedimos do meu pai e entramos no carro de papai, que fazia questão de nos levar no primeiro dia na nova escola, mesmo que minha irmã julgasse ruim para a imagem que ela estava arquitetando construir desde o dia 1. Santana agora estava autorizada a sentar no banco da frente, assim como eu, mas adivinha quem ocupava o lugar sem discussões? Eu continuava a ir atrás do banco do motorista.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora