06 de fevereiro de 2015 - Melodrama

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(Santana)

Rachel conseguiu a primeira indicação ao Tony como atriz coadjuvante quando ninguém esperava qualquer reconhecimento por ATU. Aquela tampinha irritante que fala com toda a força dos pulmões conseguiu apesar de tudo. Demos uma pausa nos nossos dramas pessoais para comemorar madrugada à dentro num bar junto com todos os nossos amigos. Nem nos incomodamos ao com os insistentes toques no celular de Rachel de pessoas do mundo do teatro e alguns jornalistas. Era o trabalho dela. O meu era beber. Entrei de cara na vodca e voltei para casa desacordada. Bom, acredito que o meu coma alcoólico foi benéfico para o casalzinho da casa poder comemorar pelo resto da noite sem se preocupar com os gritos e gemidos. Sinceramente, não dava mais à mínima. No início eu até me preocupava com Rachel toda pura e inocente sendo molestada regularmente pela namorada. Isso terminou no dia em que vi uma cinta peniana roxa em cima da cama de Rachel e Quinn. Deixei pra lá.

Ligava mesmo era para a dor de cabeça descomunal em que tinha acordado. Assim que abri os olhos, meu estômago revirou e precisei correr entre tropeços até o banheiro. Ainda bem que o meu quarto era o mais próximo e não precisava me preocupar com os obstáculos da sala. Por deus, eu devia ter me lembrado de tomar água para evitar a ressaca. Mas é que minha cabeça estava tão cheia... Senti uma mão em minhas costas enquanto estava ainda debruçada no sanitário, me sentindo como um lixo.

"Tome um banho." Era a voz de Quinn. "Eu trago suas roupas e um copo com aspirinas".

"Que horas são?"

"São quase seis da manhã. Nós vamos sair às sete".

"Hum?"

"Estamos indo para Lima, não lembra?"

Ah sim, o aniversário de papi. Eu não iria para Lima de imediato. Minha primeira parada seria em Cleveland. Tinha de ter uma conversa muito séria com bubbee. Lentamente tirei a minha roupa e tomei um banho de morno para frio. Enquanto isso, Quinn trouxe o que havia prometido.

"Rachel está arrumando sua mochila." Oh não. "Precisa de alguma coisa em específico?"

"Meu computador... droga!" Minha cabeça estava um fiasco. "Não consigo pensar muito bem agora".

Calça de moletom? Camiseta da Columbia? Parecia que eu ia viajar de pijama. Nem queria ver o que a minha irmã colocou na minha mochila. Vesti a roupa, tomei água com as aspirinas. Olhei no espelho. Por deus, estava um lixo. Escovei os dentes e encontrei as duas com as mochilas prontas na sala para o nosso fim de semana. Enfrentaríamos sete horas de estrada até Cleveland e mais elas pegariam mais uma perna de uma hora e meia de asfalto até Lima. Bom, o que eu sei é que eu não tinha a menor condição de dirigir... então não era problema meu. Só ia deitar no banco de trás e dormir.

A viajem foi tranqüila. Rachel havia preparado chá para que eu fosse bebendo ao longo da estrada, alguns sanduíches leves, frutas e suco de caixa no nosso pequeno cooler. A gente só parou na estrada duas vezes até Cleveland: uma para usar o banheiro e comer alguma coisa e outra, mais no início, porque eu fiquei enjoada e precisei tomar um dramin. Quinn tinha uma direção segura e prudente até demais para o meu gosto. Coube a Rachel providenciar a trilha sonora repleta de clássicos da Broadway. Desejei que ela não tivesse feito isso. Minha irmã não se controlava e danava a cantar alto acompanhando o canto no rádio como se fizesse um dueto.

Quando chegamos em Cleveland, zaide e bubbee nos receberam com todo amor, mas ficaram um pouco desapontados por Rachel só ter descido para dizer "oi" e usar o banheiro. Bubbee me ofereceu um lanche caprichado. Apesar de não estar com fome (tinha comido um dos sanduíches de Rachel em nossa parada), aceitei o filé de peixe com um pouco de salada e depois o pedaço de torta de maçã. A cozinheira mexicana que ela tinha arrumado era a melhor.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora