10 de julho de 2010 - Sweet 16

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(Quinn)

16 anos. Legalmente, já posso ter relações sexuais, desde que meu parceiro tenha menos de 18 anos. Posso sair de casa, desde que tenha uma fonte de renda e meus pais autorizem. Posso alugar um imóvel se meus pais forem fiadores, e ainda posso me casar. Posso fazer um fundo de garantia, trabalhar com carteira assinada, servir o exército, beber cerveja ou cidra em restaurantes (embora ainda não possa eu mesma pedir e pagar pelas bebidas), jogar na loteria, ser processada e ir para a cadeia. A mudança mais significativa e esperada, claro, é poder tirar a carteira de motorista, e o meu exame estava marcado para agosto. Significava que iria motorizada para escola desde o primeiro dia do meu ano de sophomore com o carro que herdei de Frannie – meus pais deram um novinho em folha para ela como presente de graduação.

A principal atividade no meu aniversário era desfazer as malas depois de duas semanas em Los Angeles. Queríamos prolongar as férias, mas o meu pai precisava marcar presença num evento da prefeitura em Lima. Todos nós vamos. Meu pai não comenta ainda, mas ele anda namorando uma carreira política em Lima. Talvez vá se candidatar às eleições do conselho municipal que acontecem de dois em dois anos. Política está no sangue dos Fabray, ele dizia. Eu não me sentia uma pessoa politizada. Era republicana mais por tradição do que por convicção. Também não achava que os democratas fizessem a diferença no poder. Não posso falar de Bill Clinton, pois era pequena. Admito que o governo de George Bush quase quebrou o país por causa do Iraque e do Afeganistão, mas o que o presidente Barack Obama está fazendo para resolver a violenta crise econômica? O parque de trailers de Lima nunca foi tão grande. Oh droga, precisava parar de escutar os discursos do meu pai.

"Quinnie." Minha mãe entrou no meu quarto. "Feliz aniversário, querida."

"Obrigada." Sorri. Minha mãe já estava com bafo de vinho. Ela bebia cada vez mais e sempre colocava a culpa no estresse. O mais recente era a partida de Frannie.

"Sabe quem está aí embaixo para te fazer uma surpresa?" Ela disse excitada.

"Não."

"Que tal você dar uma olhada?"

Das pessoas que eu gostaria de receber uma surpresa, a primeira delas seria de Rachel Berry-Lopez. Claro que isso só aconteceria em meus sonhos. Além disso, Brittany disse que elas iriam para o caribe só para tomar água de coco. Seja como fosse, desci as escadas logo: não gostava muito de surpresas.

"Oi Quinn."

Finn esperava por mim com um buquê de rosas em mãos. Por um segundo, brochei. Depois tratei de colocar um sorriso falso no rosto e fazer uma encenação. Corri e o abracei. Nos beijamos. Mesmo com três meses de namoro, Finn ainda não havia aprendido a beijar do jeito certo, mas paciência. Era com ele que tinha de ficar.

"Você lembrou!" Peguei o buquê e cheirei as rosas vermelhas. Ao menos eu gostava de rosas.

"Posso me esquecer de muitas coisas, Quinn. Nunca do seu aniversário." Tinha que admitir que aquilo era adorável e puxei Finn para mais um beijo. Mas a aversão física que sentia e a falta de pegada dele quebravam o encanto e me traziam para a realidade. "Planejei uma programação especial para hoje, se me permite."

"Claro que sim!" Minha mãe entrou no meio. "A gente não tinha planejado para hoje mesmo, não é mesmo Quinnie?" Até parecia que ela iria ao encontro. Precisava ter paciência com a minha mãe quando o assunto era o entusiasmo dela em relação ao meu namoro.

"Então não terei festa surpresa? Ou terei?" Resolvi jogar no verde.

"Não que eu saiba." Finn sorriu nervoso.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora