23 de março de 2012 - Stuyvesant

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(Rachel)

Finn e eu estávamos nos beijando novamente no intervalo entre a segunda e terceira classe. Desde que vencemos as regionais que Finn se empolgava mais e mais com o nosso namoro, enquanto eu, pela primeira vez em muito tempo, não estava tão certa do que realmente queria no campo amoroso. Diariamente checava os pontos: Finn estava comigo, eu o amava e não havia dúvidas de que ele era o homem da minha vida. Correto? Então por que não conseguia permitir que nosso contato íntimo avançasse? Por que não conseguia conversar com ele sobre certas coisas da minha vida? Informações que namoradas compartilhavam com namorados? Finn estava autorizado a tocar em meios seios por cima da roupa (algo que ele não se privava em fazer) a gente trocava carinhos como um casal normal. Só precisava parar às vezes por conta de um pequeno problema que ele tinha ao ficar muito excitado. Nada que me incomodasse. Sentir a ereção dele era um sinal irrefutável de que Finn me desejava. Certo?

Papai um dia me disse que os meus planos de me manter virgem poderiam mudar quando conhecesse a pessoa certa. Finn era esse alguém. Então por que não tinha esse desejo ainda? Por que ao sentir a ereção dele, não sentia vontade de tocá-lo nem que fosse por cima da roupa? Era o que as meninas faziam, como na vez em que escutei Santana falando de como Noah adorava o jeito que ela massageava os testículos dele enquanto o satisfazia com a boca. Eu não tinha o mesmo desejo de fazer essas coisas com Finn. Na verdade, imaginar ter aquela... coisa... dentro da minha boca era assustador.

"Temos de voltar." Sussurrei. Finn já estava ficando excitado demais comendo o meu pescoço e apalpando meus seios, ao passo que eu já ficava incomodada.

"Podemos pular uma classe." Ele continuou a me beijar, mas eu o afastei gentilmente.

"Má idéia." Sorri discretamente. "Já estamos nos arriscando demais com essas escapadas aqui na escola. E se alguém nos ver?"

"Por quê? Todos os casais da escola fazem isso e não significa que estão fazendo algo de errado."

"Tenho minhas razões e nós não somos como qualquer casal. Não ouse nos comparar com a vulgaridade desses outros casais."

"Não estou propondo ou te forçando a me dar a sua virgindade." Finn revirou os olhos. "Eu só quero ficar um pouco mais contigo."

"E eu digo que preciso estar na classe de cálculo para poder passar nos testes. Não sou Santana, Finn, preciso me esforçar um pouco mais. E você mais ainda."

"Você sua mania de se comprar com Santana." Ele disse irritado.

"O quê?"

"É sempre assim: não se acha tão bonita, ou tão sexy ou tão inteligente. Deveria parar com isso, você é muito melhor do que ela. Seu talento é único, você é única."

"Assim como todas as outras pessoas do planeta." Resmunguei.

"O quê?"

"Eu sei quem eu sou, Finn, e não estava me comparando com a minha irmã. Isso se chama referência, não comparação." Afastei-me.

"Desculpe, Rach. Não queria..."

"Deixa para lá." Passei a mão nos meus cabelos para deixá-los apresentáveis. "Vamos?"

Finn segurou minha mão e saímos do nosso canto para andar pelo corredor em direção a minha classe. Cruzamos com a última pessoa que gostaria de ver no mundo nos últimos dias. Sam parou para conversar com Finn enquanto segurava a mão da namorada dele. Não conseguia olhar para outro lugar que não naquele enlace de dedos. Aquilo me incomodava. Estar diante de Quinn também.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora