07 de agosto de 2014 - Ciúmes

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(Quinn)

As filmagens da websérie vão começar. Será uma semana de trabalho em Long Island com um elenco de seis atores, poucos figurantes, a participação de Steve Zappa e Josh Solano, que foi revelado em "Songbook" junto com Rachel. Boatos diziam que Emma Stone, que era muito amiga de James Golvi, iria fazer uma "figuração especial". O projeto que era pequeno transformou-se em um produto especulado na mídia, graças ao trabalho eficiente de James em espalhar boatos. Ele usava muito bem as redes sociais para fazer esse tipo de coisa. Mas a melhor notícia era que deixaria de ser uma mera assistente de produção para atuar pela primeira vez na minha área. Frank gostou de mim, do trabalho que gostei e me permitiu que eu fosse assistente de câmera. Era uma etapa importantíssima da minha formação. Na NYU, tínhamos acesso aos equipamentos e fazíamos pequenos trabalhos com eles. Mas aquilo estava longe de uma estrutura profissional. Além disso, os dois curtas de um minuto que fiz até hoje, fora os exercícios, não davam currículo para ninguém. Além disso, havia o extra que ganharia.

Enquanto as filmagens não tinham início, ia ter um fim de semana para fazer um ótimo freeler. Fui contratada por uma cooperativa de estilistas para fotografar uma coleção de roupas. Os modelos eram universitários, pessoas que via circular no campus da NYU, porque três, dos cinco estilistas eram também universitários. Sendo assim, não tinham grana para contratar um fotógrafo profissional. Mas eu estava disponível. Era um trabalho de três mil dólares para ser feito em locações em algumas ruas interessantes da cidade: ou seja, um mês de aluguel e condomínio. Receberia metade antes e a outra metade assim que entregasse o trabalho devidamente aprovado, como ficou acordado no contrato. Tinha em mente o Bronx, a rua do Public, onde ATU estava em cartaz, Murray Hill, e uma rua que era apaixonada em Hell's Kitchen. O plano era fazer as fotos num único fim de semana com os oito modelos/alunos. Lógico que eu não ficaria com os três mil limpos. Eu teria de pagar o meu assistente e alugar os equipamentos necessários. Também alugaria um carro, porque carregar equipamentos caros e alugados por aí em transporte público era loucura. Para o meu bolso sobrariam mais ou menos uns 1,5 mil dólares. Estava ótimo para um fim de semana apenas. Sem falar que um trabalho desses pode render uma clientela considerável.

Enquanto isso, o outro projeto da produtora, o filme, caminhava bem. Aaron e Roger começaram a planejar o calendário de trabalhos da produção (que eu não mais participaria). A idéia era estrear em Sundance, mas para isso, tudo deveria estar pronto até, no máximo, novembro. As filmagens seriam realizadas em setembro, ou seja: missão impossível. Os figurantes, que ajudei a encontrar, seriam contratados próximos às filmagens. Mas o meu trabalho de assistência foi concluído. Queria muito ir para o Canadá com o pessoal para as filmagens. O projeto tinha tudo para ser excitante. "The Saint Woman" era uma comédia ligeira, de humor muito inteligente, sobre uma mulher chamada Grace, uma prostituta que volta à pequena cidade de onde nasceu e revitaliza o grupo de teatro comunitário. O detalhe é que Grace não larga o ofício dela porque precisa comer e as pessoas da cidade não sabem o que ela faz para se manter. O filme era uma crítica a sociedade americana que se preocupa mais com o cartão de visitas do que com o bem que uma pessoa pode realmente fazer. Grace, apesar de levantar a estiva do vilarejo com o teatro comunitário, ainda seria duramente criticada e depois condenada pelo que faz. Sabia que os testes para os papéis secundários deveriam acontecer em breve, mas Roger já tinha alguns nomes em mente.

"Fabray." Roger me gritou do escritório.

A produtora não era formal. Roger e James basicamente trabalhavam dentro de uma sala fechada e todo o resto ficava espalhado em mesas num grande salão. A maioria dos funcionários contratados era para os trabalhos burocráticos e institucionais. Eu era uma das poucas que tinha função prática nas produções. Outras pessoas que circulavam pelo escritório estavam sob contratos temporários, por produção, assim como eu anos atrás para trabalhar em "Songbook". A R&J produções tinha alguns funcionários considerados capitais. Virgínia era a secretária sabe tudo; Alex cuidava do RH; Mark era o advogado; Denise era a produtora por excelência e costumava coordenar tudo que dizia respeito à pasta do teatro. Era o nome forte por trás dos sócios-fundadores da peça ATU.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora