08 de abril de 2015 - Tony

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(Quinn)

Parecia que o meu destino enquanto namorada de atriz em ascensão era ficar às sombras e todo e qualquer evento público. Rachel sempre aparecia sozinha nos eventos sociais que participava para interagir, sobretudo, com outros atores e aparecer na mídia. Não a acompanhava por uma questão de agenda. Outra razão é que o cretino do Josh Ripley desestimulava. Achei que fosse encontrar apoio entre outros profissionais, como os assessores. Nenhum nos deu apoio. A menos pior foi Nina Morris – indicada por Johnny -, que concordava que Rachel deveria esconder o fato de ser gay, mas ao menos ela usou argumentos gentis.

Aconselhou que o meu relacionamento com Rachel não fosse a público enquanto ela não tivesse uma carreira estável e amadurecida. Rachel estava entrando numa indústria ainda embrutecida pela imagem e seria atirada a um mundo ainda homofóbico, onde a privacidade é reduzida a quase nada.

Era verdade que havia muitos casais gays que eram aceitos e adolescentes adoravam "shippar" vários deles. Mas havia grande diferença entre uma supermodelo como Cara Delevigne namorar uma prodígio da música vencedora de um Grammy como era St. Vincent, ou Miley Cyrus dizer que podia comer qualquer coisa com duas pernas: essas artistas tinham grande apelo midiático. Isso era diferente com alguém desconhecido: era preciso ser grande para ter o direito de fazer o que bem entendesse sem que as pessoas donas do negócio não virassem as costas.

Se fosse ficar apenas no mundo da Broadway, tudo bem. Mas Rachel estava rapidamente sendo fisgada pela televisão e recebia alguns roteiros de cinema para ser analisados. Ela jamais poderia sair do armário enquanto não construísse uma carreira sólida. Nina disse, inclusive, que se a carreira da minha mulher fosse forte para a direção das telas, que deveríamos o mais rápido possível providenciar romances promocionais para promoção de imagem e afastar boatos, e não descartar a Califórnia. Foi realista. E isso doeu.

Nina Morris era uma ex-aluna na NYU que se especializou em assessoria e montou a empresa junto com colegas da faculdade. Dos cinco sócios iniciais, restaram dois. Era um escritório bonito, com recepção, gente circulando e com clientes interessantes. O escritório oferecia serviços personalizados, de acordo com a necessidade do cliente. Rachel era um dos três atores com quem a empresa trabalhava. Fechamos com eles porque a própria se dispôs trabalhar diretamente com ela e estaria presente nos eventos como tapetes vermelhos. Havia um time que poderia acompanhar Rachel em outros eventos, com em entrevistas para a televisão. Era um serviço em teoria bom com um preço dentro do orçamento.

Rachel teria que alimentar contas nas redes sociais mais fortes, a própria empresa administraria o Facebook. Era preciso que a própria Rachel escrevesse no Twitter, postar fotos pelo menos uma vez por semana no Instagram. Mas o grosso deste serviço seria realizado pela equipe de Nina. Eles também estavam treinados para administrar crises. O primeiro grande teste de assessoria veio durante o Tony.

Embora já soubesse o que aconteceria, foi difícil chegar de limusine em frente ao tapete vermelho e ver Rachel tão linda indo de mãos dadas com a irmã dela em direção às câmeras e aos fotógrafos enquanto eu, Shelby e Juan passamos rápido pelo local e logo fomos para dentro do teatro onde nos posicionaríamos nos locais indicados pela organização para os acompanhantes e convidados dos nominados. Nina acompanhou o tapete vermelho, assim como Josh. Rachel tinha a opção de entrar sozinha, mas isso não trazia uma boa imagem. As opções mais viáveis era Santana ou os pais. Santana era a favorita porque Rachel a mencionou várias vezes nas entrevistas e isso facilitava um monte.

Muitos entrevistadores ficaram interessados em Rachel por causa de "Slings And Arrows". Muito se falava da produção de Carton Katshovisk e Boris Yves. Por hora era tudo em tom especulativo, porque o piloto ainda não havia sido gravado. Isso aconteceria na próxima semana. Depois de fecharem o elenco, Rachel passou duas semanas fazendo workshop intensivo com um técnico de atores. Havia especulações de que Rachel também pudesse pegar o papel-título na nova montagem de "Gigi", o que não era verdade, mas Nina achou por bem deixar a coisa correr até o ponto de negar porque significava propaganda gratuita.

Saga Berry-Lopez e Fabray (história 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora